sexta-feira, 31 de outubro de 2014
Jacques Wagner e José Sérgio Gabrielli na lavagem do Senhor do Bomfim: de lavagem os dois entendem muito.
Quem não lembra que foi na Bahia que estourou um dos primeiros escândalos de malversação de dinheiro público da Petrobras, no ano de 2009, com superfaturamento de patrocínios da estatal a festas juninas, tudo comandada pela secretária particular do governador Jacques Wagner? E que José Sérgio Gabrielli, um dos maiores suspeitos dos escândalos do Petrobras, virou secretário de estado do governador baiano? Pois Dilma Rousseff estuda nomear Wagner como o novo presidente da Petrobras. A notícia é do Valor Econômico.
O Palácio do Planalto procura uma solução política para a sucessão na
Petrobras e um dos nomes em análise é o do governador da Bahia, Jaques
Wagner. O nome do governador é o preferido do PT, que vê em Wagner.
autoridade política e moral para restabelecer a normalidade na estatal,
virtualmente paralisada com os escândalos de corrupção objetivos de
delação premiada na Operação Lava-Jato.
O destino do atual governador da Bahia deve ser decidido nos próximos
dias, em encontro com a presidente Dilma Rousseff, atualmente em férias
na base naval de Aratu, no litoral baiano. Wagner saiu fortalecido das
eleições, após eleger o sucessor, Rui Costa, numa disputa que parecia
perdida até a véspera.
No caso da Petrobras, Wagner não é um nome completamente estranho à
estatal: é petroleiro e foi dele a indicação do ex-presidente da empresa
Sérgio Gabrielli, que depois tornou-se secretário em seu governo. Mas
ele não é o único nome em consideração. Pela cúpula do PT já passou
também o nome do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil). O nome de
Rodolfo Landim, ex-diretor da área de gás da Petrobras, também é
considerado.
Esquema de propina que o doleiro montou para o PT com dinheiro da Petrobras desviou mais de R$ 200 milhões. Vários parlamentares petistas foram beneficiados.
Luiz
Sérgio (ex-ministro), Benedita da Silva (ex-ministra) e Henrique
Fontana (o agressivo deputadinho gaúcho): todos receberam dinheiro de
empresa envolvida no propinoduto da Petrobras. Agora, em 2014!
Contas correntes de três empresas de fachada usadas pelo doleiro
Alberto Youssef para receber propinas de fornecedores da Petrobras
registraram depósitos de R$ 206,3 milhões entre novembro de 2009 e
dezembro de 2013. Os valores mais altos foram creditados nas contas da
GDF Investimentos, que recebeu depósitos num total de R$ 96,3 milhões. A
MO Consultoria recebeu depósitos de R$ 70,4 milhões e a Empreiteira
Rigidez, de R$ 39,5 milhões.
Os valores constam em levantamento feito pelo Ministério Público
Federal com base na quebra de sigilo bancário das empresas ligadas ao
doleiro. Youssef era o operador do esquema de corrupção na estatal, que
envolvia políticos aliados do governo. Na outra ponta, apenas a Empreiteira Rigidez repassou R$ 21,5 milhões
para empresas do grupo Labogen, que Youssef usava para fazer remessas
ilegais de recursos para o exterior.
O executivo Julio Camargo, do grupo Toyo Setal, que assinou acordo de
delação premiada depois que Youssef citou seu nome como o principal
contato na empresa, depositou pelo menos R$ 16,6 milhões para as
empresas usadas pelo doleiro para distribuir propinas a envolvidos no
esquema de desvio de dinheiro da Petrobras.
Camargo fez os depósitos por meio de três empresas controladas por
ele: Auguri, Piemonte e Treviso. A Piemonte fez depósitos de R$ 8,5
milhões; a Treviso, de R$ 6,9 milhões e a Auguri, de R$ 1,15 milhão. As
empresas de Camargo doaram recursos para campanhas políticas. Em 2010,
foi doado R$ 1,1 milhão a sete políticos, cinco deles do PT. No total,
segundo reportagem da “Folha de S.Paulo", as empresas de Camargo fizeram
doações de R$ 5 milhões ao PT e ao PR entre 2006 e 2014.
Além
de Camargo, outro executivo ligado à Toyo Setal, Augusto Ribeiro de
Mendonça Neto, fez depósitos em contas de empresas ligadas ao doleiro.
No valor de R$ 7,3 milhões, os depósitos foram feitos pela empresa
Tipuana Participações. Mendonça era um dos sócios da Tipuana, que
pertencia à PEM Engenharia, que prestou serviços à Petrobras na
construção da plataforma P-51 e foi uma das empresas que deram origem ao
Grupo Toyo Setal.
Segundo depoimento de Alberto Youssef à Justiça Federal de Curitiba, a
Toyo Setal também fez depósitos no exterior a título de propina. O
doleiro trabalhou para internalizar os recursos e distribui-los no
Brasil, em reais. O GLOBO entrou em contato com a Toyo Setal e com
entidades que contam com a participação de seus executivos, mas não
obteve retorno deles.
Na campanha deste ano, a Toyo Setal doou R$ 2 milhões para o comitê
do PR e R$ 150 mil para três candidatos a deputado federal pelo PT:
Benedita da Silva (RJ), Henrique Fontana Júnior (RS) e Luiz Sérgio
Nóbrega de Oliveira (RJ).
Foram detectados depósitos de várias fornecedoras da Petrobras
citadas na investigação da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Na
conta da Empreiteira Rigidez, que Youssef admitiu servir apenas para
receber recursos de obras da estatal, foram registrados, entre maio de
2010 e dezembro de 2013, depósitos da Mendes Júnior Trading e Engenharia
(R$ 1,978 milhão); OAS (R$ 1,749 milhão), e MPE Montagem de Projetos
Especiais (R$ 3,129 milhões). (O Globo)
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