sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Juro do cheque especial é o maior em mais de 15 anos, segundo Banco Central


Por Maíra Teixeira - iG São Paulo |  


Taxa chegou a 183% em setembro, ante os 173% registrados em maio de 1999; taxa de inadimplência ficou em 5% no mês

Thinkstock/Getty Images
Concessão de crédito voltou a crescer no Brasil no mês de setembro, segundo o BC
O brasileiro pagou em setembro a maior taxa no cheque especial desde maio de 1999. Essa modalidade de crédito ficou em 183,28% no mês passado, superando o maior valor registrado há pouco mais de 15 anos, quando estava em 173,27%. Os dados são da série histórica do Banco Central (BC), divulgada nesta quinta-feira (30).

Em contrapartida, o BC divulgou que as concessões de crédito voltaram a crescer, com uma alta de 7,5% em setembro que interrompe uma sequência de três meses de retração. Essa é a maior expansão desde dezembro passado.

Com o objetivo de estimular o mercado de crédito no País, o Ministério da Fazenda e o BC divulgaram medidas em julho e agosto, cujo potencial é de injeção de até R$ 70 bilhões na economia.

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Copom surpreende e eleva taxa básica de juros para 11,25% ao ano

Segundo o BC, a inadimplência no mercado de crédito brasileiro no segmento de recursos livres ficou em 5% em setembro, igual aos dois meses anteriores. Considerando o crédito total, a inadimplência ficou em 3%, ante 3,1% em agosto.

No período, o spread bancário – diferença entre o custo de captação e a taxa efetivamente cobrada ao tomador final – foi de 20,9 pontos percentuais.

O estoque total de crédito no Brasil subiu 1,3% em setembro sobre o mês anterior, chegando a R$ 2,9 trilhões, ou 57,2% do Produto Interno Bruto (PIB), maior ritmo em relação à alta de 0,92% vista em agosto.

Para o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, altas na Selic têm impacto mais forte no crédito do que as medidas adotadas recentemente. "Uma elevação [da taxa básica de juros, a Selic] tende a ter impacto de moderação na expansão do crédito", acrescentou Maciel.

"O crédito deve seguir crescendo em ritmo moderado em linha com nossa projeção para o ano de 12%", acrescentou Maciel.

Três dias depois de a presidente Dilma Rousseff ser reeleita, o BC surpreendeu e decidiu elevar a Selic na noite passada, alegando que aumentaram os riscos para a inflação.

A alta surpreendeu o mercado financeiro, que tratava a reeleição da presidente com uma dose exagerada de pessimismo.

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