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Para presidente da Câmara, alteração da Corte na forma de julgar deputados não tem pode alterar norma da Constituição
Em
protesto contra a recente alteração do Regimento Interno da Corte, que
inseriu mudanças em relação ao julgamento de autoridades com foro
privilegiado, a Câmara dos Deputados ingressou no Supremo Tribunal
Federal (STF) com ação direta de inconstitucionalidade, nesta
quinta-feira (30).
O principal motivo da ação é contestar a norma de
que parlamentares passem a ser julgados pelas duas turmas da Corte –
formadas por cinco ministros cada – e não mais pelo Pleno da Corte,
composto por 11 ministros. À exceção de presidentes da Câmara e do
Senado, todos os inquéritos contra deputados, senadores e ministros
passaram a ser julgados dessa maneira.
“A distinção criada entre o mandato do presidente da Câmara e o mandato dos demais membros da Casa colide com o espírito da norma Constitucional, lastreado no entendimento sedimentado na doutrina e na vida política do país de que todos os mandatos têm o mesmo valor representativo e merecem o mesmo tratamento. E assim está expressamente previsto no texto Constitucional”, argumentou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
Secretário-geral da Mesa da Câmara, Mozart Vianna de Paiva também criticou a mudança por sua inconstitucionalidade, apesar de ter ressaltado que a intenção do STF lhe pareceu positiva. "Historicamente, o constituinte colocou deputados e senadores, na Constituição, no mesmo nível do presidente da República, do vice-presidente da República, dos ministros do Supremo e do procurador-geral da República. Todos a serem julgados pelo Supremo", disse.
Na semana passada, a 2ª Turma do STF condenou o deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP) por violação de sigilo funcional, ao vazar informações a jornalistas quando da Operação Satiagraha da Polícia Federal, em 2008. Na ocasião, ele não era deputado.
O deputado, no exercício do cargo de delegado da Polícia Federal à época, foi condenado pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo por ter revelado dados sigilosos da operação Satiagraha. O Supremo decidiu pela perda do mandato de Protógenes.
*Com Agência Brasil
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