Quase Finados: falta de água suspende lavagem de túmulos no interior de SP
A falta de água que atinge o Estado de São Paulo está mudando até a rotina de limpeza dos túmulos nos cemitérios
às vésperas do feriado de Finados. Em Santa Bárbara d'Oeste (138 km de
São Paulo), os túmulos dos cemitérios municipais Campos da Ressurreição e
da Paz não poderão ser lavados, apenas limpos com panos úmidos. "As
pessoas devem utilizar panos úmidos para realizar a limpeza dos túmulos,
pois por enquanto está suspensa provisoriamente a lavagem de túmulos,
em função do período de estiagem em que estamos vivendo", informou Paulo
César Barbosa, funcionário da prefeitura que trabalha na administração
de cemitérios.
Polícia Militar destrói barragens irregulares em Minas Gerais
A
crise no abastecimento de água em Uberaba (477 km de Belo Horizonte),
município de 320 mil habitantes no Triângulo Mineiro, que enfrenta um
longo período de estiagem, deflagrou uma operação da prefeitura e da
Polícia Militar de Meio Ambiente de Minas Gerais para destruir barragens ilegais construídas em áreas privadas do município.De
acordo com a Secretaria de Meio Ambiente de Uberaba, foram identificas
29 represas irregulares no município. Duas delas, no ribeirão São Pedro e
no rio Claro foram destruídas na semana passada.
Justiça de SP nega pedido do MP para reduzir retirada de água do Alto Tietê
A
Justiça negou na quarta-feira (29) o pedido de liminar feito pelo
Ministério Público Estadual para que a Sabesp (Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo) reduza a retirada de água do sistema Alto
Tietê.A ação civil pública proposta pelos promotores Ricardo Manuel
Castro e José Eduardo Ismael Lutti relata que a Sabesp retirou mais água
que o permitido, o que contribuiu para o esgotamento dos reservatórios
desse sistema. Leia Mais
CPI quer saber quem barrou alertas da Sabesp sobre crise em SP
A
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Sabesp (Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo) vai pedir para que a
presidente da companhia, Dilma Pena, informe quem foi o superior que a
orientou a não informar à população sobre a crise hídrica em São Paulo e
também para que o Ministério Público Estadual (MPE) investigue a
dirigente por prevaricação e improbidade administrativa.O primeiro
pedido foi feito pelo vereador Laércio Benko (PHS), presidente da
comissão. Já o ofício à Promotoria será encaminhado pelo relator da CPI,
Nelo Rodolfo (PMDB). Leia Mais
Com crise hídrica, Brodowski propõe reajuste da água em 58%
Diante
dos problemas com a falta de água, cidades da região de Ribeirão Preto
(313 km de São Paulo) começaram a planejar o reajuste da tarifa. A
primeira foi Barretos (a 423 km de São Paulo), cujo novo preço começa em
novembro.Em Brodowski, o Saab (serviço de água e esgoto da cidade)
travou uma briga com a Câmara dos Vereadores para conseguir aprovar
reajuste de 58%. Leia Mais
Agricultor cria 'engenhoca' para usar água que vaza de reservatório em SP
Vizinho
de um reservatório da empresa de abastecimento de água de Campinas, um
agricultor aposentado aproveitou o endereço privilegiado para captar parte do líquido desperdiçado diariamente por causa de uma rachadura no local.
O sistema construído por Francisco Fausto Leite Alves, 80, inclui 18
metros de cano plástico, uma bomba de sucção e 30 metros de mangueira
para jogar o líquido em uma caixa de mil litros. Dos 86 mil litros que
vazam todos os dias do reservatório, ele estima utilizar "apenas" 500
litros. "Dava pro quarteirão inteiro aproveitar", diz. Para evitar
estragos, o cano foi concretado ao meio-fio, e a mangueira, enterrada ao
lado do fio de eletricidade da bomba –que liga e desliga sozinha,
dependendo do volume de água na caixa. "É mais para passar o tempo. Se
ficar parado, enferruja", justifica Francisco. "No sítio eu já
trabalhava com roda d'água, carneiro hidráulico. Eu só adaptei a ideia",
diz ele, mora em uma casa de três andares com a mulher e dois filhos e
utiliza essa água para regar a horta e as plantas.
Outubro mais seco põe em xeque projeções da Sabesp
Para
o engenheiro e professor de Hidrologia José Roberto Kachel, membro do
Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, o balanço de outubro põe em
xeque as projeções usadas pela Sabesp em seu plano de contingência. "É
desejável que o planejamento de operação do Cantareira use as previsões
mais conservadoras. Mas o que temos visto é que as vazões de outubro são
3,8 vezes menores do que as usadas no pior cenário do estudo
apresentado pela Sabesp", disse. No plano da empresa, o cenário mais
pessimista apontava que chegariam ao Cantareira 41,3 bilhões de litros,
volume igual ao da seca de 1953, a pior da história até então, mas 285%
superior ao que realmente chegou às represas. Para Kachel, se mantido o
cenário atual, o segundo volume morto acaba no início de março. A Sabesp
acredita que a volta das chuvas prevista para novembro, aliada às ações
de contingência, podem elevar o nível do Cantareira para cerca de 40%
da capacidade em abril.
Deficit de água no Cantareira chega a 49,8 bilhões de litros
Em
outubro, entraram nos reservatórios do sistema Canteira somente 10,7
bilhões de litros, quando a média é de 72,5 bilhões. Em contrapartida,
60,5 bilhões de litros deixaram as represas neste mês para abastecer 6,5
milhões de pessoas na Grande São Paulo que ainda dependem do Cantareira
e mais 5,5 milhões na região de Campinas, no interior paulista. Isso
significa que o deficit de água alcançou 49,8 bilhões de litros, ou 5%
da capacidade do sistema. O agravamento da seca no Cantareira em outubro
frustrou a expectativa dos órgãos reguladores do manancial e da Sabesp e
antecipou o fim da primeira cota do volume morto. No início, os 182,5
bilhões de litros da reserva profunda das represas captados desde maio
não seriam usados integralmente. Depois, projetou-se que durariam até 21
de novembro, passando ao dia 15 do próximo mês na última simulação.
Agora, a previsão é de que se esgote em uma semana. A Sabesp usará uma
segunda reserva, de 105 bilhões de litros, para manter o abastecimento
na Grande São Paulo até março de 2015 sem precisar decretar racionamento
oficial. As regras de uso ainda estão sendo discutidas pelos órgãos
reguladores dos governos federal e paulista, embora a Sabesp já esteja
captando água do segundo volume da Represa Atibainha, um dos
reservatórios do Cantareira, na cidade de Nazaré Paulista.
Pezão não quer saber de desviar águas do rio Paraíba para Cantareira
O
governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, não quer nem ouvir falar na
ideia de desviar para o sistema Cantareira águas da bacia do rio Paraíba
do Sul, segundo nota do Painel.
O governador paulista, Geraldo Alckmin, voltou a defender o uso do rio
Jaguari para atenuar a crise hídrica no Estado. “É claro que isso nos
preocupa. O que prejudica o Paraíba prejudica o Rio”, reage Pezão. O
peemedebista ameaça levar a disputa a Brasília. “São Paulo não pode
tomar decisões unilaterais. Ele sabe disso”, afirma. O conflito pela
bacia do Paraíba estava represado há sete meses. Em março, quando
Alckmin lançou a ideia de desviar água do Jaguari, o então governador do
Rio, Sérgio Cabral, foi ao Planalto e ameaçou recorrer à Justiça. Os
dois bateram boca, e o tucano recuou. Pezão tem conversado com a
ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e sustenta que qualquer
disputa sobre a bacia hidrográfica deve ser arbitrada pelo governo
federal. Contemporizador, ele diz torcer por uma providência dos céus:
“Espero que chova logo para essa briga acabar”.
Fim de semana será típico de verão, com sol e pancadas de chuva
O
sábado será típico de verão no Estado de SP, com sol, calor e pancadas
de chuva à tarde. Já no domingo, a sensação de abafamento diminuiu na
capital devido à mudança da direção dos ventos para o quadrante sul, o
que deve comprometer as atividades de lazer ao ar livre no litoral
paulista. Expectativa de chuva no Cantareira neste fim de semana, mas
volume ainda é baixo, não passa dos 15 mm na região sul de Minas Gerais e
dos 30 mm no norte de São Paulo. O sistema está com 12,6% de sua
capacidade nesta sexta-feira (incluída aí a 2ª cota do volume morto). As
previsões não são animadoras para o próximo mês. De acordo com a Somar
Meteorologia, a expectativa é de chuva sem qualidade sobre a região do
Cantareira em novembro. A precipitação que serve para encher mananciais
deve ser homogênea, bem distribuída e com vários dias de duração, e as
chuvas do próximo mês não tem esta característica.
Campinas usará água tratada de esgoto no abastecimento
Campinas
será a primeira grande cidade do país a usar água tratada de esgoto
para consumo humano. A medida deve atingir 7% da população da cidade, de
1,1 milhão de habitantes. A água produzida a partir de esgoto tratado é
de qualidade, mas não é potável. Atualmente, o produto é usado apenas
em jardins e para lavar praças da cidade. Mas a construção de um sistema
adutor estimado em R$ 12 milhões, em parceria com o Aeroporto de
Viracopos, que já consome água de reúso para limpeza e outros serviços,
vai permitir o consumo humano. A obra será concluída em um ano e meio. O
novo sistema adutor, com 19 quilômetros de extensão, levará a água da
Estação Produtora de Água de Reúso (EPAR) para a área de captação do rio
Capivari. Esse volume poderá elevar em até 290 litros por segundo a
vazão do rio e incrementar em até 600 litros por segundo a capacidade de
fornecimento do rio Atibaia. Os dois rios integram a bacia do
Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e são abastecidos pelo Sistema
Cantareira, que no interior atende 5,5 milhões de pessoas. "Esta medida
traz dois ganhos: eliminação de odor e aumento da oferta de água na
captação do rio Atibaia, por meio da recarga do manancial com água de
altíssima qualidade, com 99% de pureza, resultante da operação da EPAR",
diz o prefeito Jonas Donizette (PSB). A água de reúso será adicionada
ao volume do rio e passará por um novo tratamento, o que permitirá o
fornecimento à população. "Os técnicos disseram que a água de reúso, que
sai da estação de tratamento de esgoto, é mais limpa que a água do rio
Capivari", afirmou o secretário de Comunicação de Campinas, Luiz
Guilherme Fabrini.
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