13/10/2014 20h44
- Atualizado em
13/10/2014 22h07
Juiz vê 'indícios veementes' de que empresas de doleiro fraudavam notas.
Alberto Youssef é suspeito de operar propina da Petrobras para partidos.
O documento da Justiça informa que a Polícia Federal abriu inquéritos específicos para pedir a cada uma das empresas explicações para "apurar a origem, natureza e finalidade de transferências bancárias". Todas teriam 5 dias para prestar os esclarecimentos.
Com base na quebra de sigilo bancário, o juiz registra, por exemplo, um depósito de R$ 8,5 milhões da Piemonte Empreendimentos na conta da GFD Investimentos, uma das empresas de Youssef, que também recebeu transferências da Treviso Empreendimentos (R$ 4,4 milhões), Mendes Jr. Trading e Engenharia e Consórcio Mendes Júnior MPE SE (R$ 5,5 milhões).
Outra empresa atribuída a Youssef, a MO Consultoria, recebeu depósitos da Investminas (R$ 4,3 milhões), Engenvix (R$ 3,2 milhões), Jaraguá Equipamentos Industriais (R$ 1,9 milhão), Galvão Engenharia (R$ 1,5 milhão), Construtora OAS e OAS Engenharia (R$ 1,1 milhão), Coesa Engenharia (R$ 435,5 mil) e Consórcio SEHAB (R$ 431,7 mil).
Responsável pela defesa das empresas Treviso e Piemonte, o advogado José Roberto Batochio afirmou ao G1 que os depósitos tiveram por finalidade a aquisição de cotas em hotéis que estavam sendo construídos em Porto Seguro (BA) e Aparecida do Norte (SP), além de um condomínio em Curitiba. Como as obras não foram concluídas no prazo estipulado, a Treviso e a Piemonte receberam de volta parte do investimento e acionaram a Justiça para reaver o restante.
"O diretor já foi depor e explicou tudo direitinho, mostrou os documentos ao delegado, para mostrar a absoluta regularidade das transações. Agora, ninguém sabe com quem está tratando nesse processo", disse o advogado, em referência a Youssef, que segundo ele, figurava como alguém "reabilitado" junto à Justiça no Paraná.
Em nota, a Engevix informou que, "por meio dos seus advogados, já se colocou à disposição das autoridades e irá contribuir com as investigações, prestando todos os esclarecimentos necessários".
As empresas Galvão Engenharia, Mendes Jr. e OAS foram procuradas e não responderam.
Não foram localizados representantes da Investminas, Jaraguá, Coesa e SEHAB.
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