segunda-feira, outubro 13, 2014
Eduardo Cunha, o líder do PMDB na Câmara dos Deputados. |
“Não
vejo dificuldade nenhuma de se posicionar em apoio a um futuro governo
Aécio”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo o líder do partido na
Câmara, Eduardo Cunha (RJ), reeleito no último dia 5 de outubro.
O
primeiro sinal nesse sentido será dado nesta segunda-feira, 13, quando a
bancada deve se reunir em Brasília para discutir se tomará alguma
posição oficial neste segundo turno da corrida presidencial, entre Aécio
e a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT).
Ao
contrário da direção nacional da legenda, presidida por Michel Temer,
vice da petista, a opção que deve prevalecer é a da neutralidade. “A
bancada está literalmente dividida e por isso não tenho que me
posicionar. Eu almejo continuar como líder e, se eu quero isso, tenho
que satisfazer a bancada”, ressaltou o deputado. Segundo ele, a divisão
da bancada reflete a divisão do PMDB nacional.
Cotado
para a disputa pela presidência da Câmara em 2015, posto cuja posição do
presidente eleito no dia 26 deverá ser determinante, Cunha evita se
posicionar individualmente sobre a corrida presidencial. Mas afirma que
Aécio representa mais o desejo de mudança da população.
“O que
vai decidir é que existe um desejo de mudança e esse desejo tem sido
expressado pelos números do Aécio, que representa a rejeição a ela. Tem
que levar em conta que quem é Dilma, já votou na Dilma, ou seja, ela
agrega muito pouco para o segundo turno. Agora, qualquer mudança se dará
no debate”.
Segundo
Cunha, se Dilma for reeleita, a posição do partido terá de ser
avaliada.
“Não deixamos de integrar a base do governo, mas optamos pela
independência. Tanto que não indicamos nomes para substituir ministros.
Essa nossa postura vai ter que ser conversada porque é uma decisão
inclusive de quem vota na Dilma”, ressaltou.
Um
eventual apoio do PMDB ampliaria a base parlamentar de Aécio, que vem
crescendo com os apoios que tem recebido nos últimos dias. Somando-se a
coligação de Aécio com os peemedebistas e os partidos que declararam
apoio ao tucano nos últimos dias, como os da coligação presidencial da
candidata derrotada Marina Silva (PSB, PPS, PPL, PRP, PHS e PLS), o PV
de Eduardo Jorge e o PSC de Pastor Everaldo, ela chegaria a 232 dos 513
deputados. Sua coligação elegeu 138 deputados. Do site Diário do Poder
MEU COMENTÁRIO: Um
já provável Governo Aécio Neves, confirmando-se a tendência
exaustivamente revelada em todas as sondagens eleitorais por diferentes
institutos de pesquisa, não terá de maneira nenhuma a configuração à
qual os políticos se acostumaram ao longo de duas décadas do PT no
poder.
Jocosamente
apelidada de "base alugada" justamente pelo volume de corrupção e
cargos em troca de apoio congressual, esse "blocão', já começou a
derreter e fatalmente obrigará uma mudança no "modus operandi" dos
parlamentares, mormente sob o governo de Aécio Neves.
Das
urnas, já no primeiro turno, veio o aviso muito claro da maioria do
eleitorado. Somando-se os votos auferidos por Aécio e Marina Silva,
quase 55% dos eleitores brasileiros repudiam o PT.
A
par disso, queira-se ou não, houve uma renovação do Congresso. O jogo
de forças no Congresso, nestas alturas, já não é mais o mesmo.
Pela
reportagem que transcrevo acima já se vê o lobby do PMDB atuando na
grande imprensa brasileira de forma a aplainar o caminho para que esse
partido continue mantendo sujeito aos seus interesses qualquer governo.
Todavia,
como frisei, embutido nos votos dos primeiro turno, há uma clara
advertência dos eleitores de que não concordam com "bases alugadas" e o
festival do toma lá dá cá. E isto, como já se envidenciou pela postura
do candidato Aécio Neves, indica que o ciclo do PT realmente encerra-se
com esta eleição e isto implicará um novo comportamento de deputados e
senadores.
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