terça-feira, 14 de outubro de 2014

PSB elegerá novo presidente nesta segunda em meio a crise interna


13/10/2014 06h00 - Atualizado em 13/10/2014 11h18


Partido de Campos e Marina aprovou apoiar a candidatura de Aécio Neves.
Presidente interino disse que partido 'traiu luta de Campos' com apoio.

Do G1, em Brasília
Roberto Amaral (esq.) ao lado de Aécio, em reunião que anunciou apoio do PSB ao tucano (Foto:  Ueslei Marcelino/Reuters)Roberto Amaral (esq.), ao lado de Aécio, na reuniãoque anunciou o apoio do PSB ao candidato tucano

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) elege nesta segunda-feira (13) a nova comissão da executiva nacional da legenda. A eleição, que incluirá a escolha do novo presidente nacional do partido, ocorre em meio a crise interna gerada por divergências no apoio do PSB à candidatura do presidenciável do PSDB, Aécio Neves, no segundo turno da corrida presidencial.

Na última quinta-feira (8), após reunião da executiva do partido em Brasília, o PSB aprovou apoiar a candidatura de Aécio com votos favoráveis de 21 dos 29 membros votantes. Outros sete optaram por votar pela neutralidade, sem apoio a nenhum candidato, e um quis apoiar a candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT).

Neste sábado (11), o presidente interino do PSB, Roberto Amaral, publicou uma carta em sua página oficial na internet criticando a posição tomada pela maioria de seus correligionários da executiva nacional. Na visão dele, o PSB “jogou no lixo” o legado de seus fundadores ao optar pelo apoio a Aécio.
Mesmo afirmando ter votado pela neutralidade do PSB no segundo turno, Amaral disse acreditar que a candidatura da petista Dilma Rousseff seja “a única alternativa para a esquerda socialista e democrática”. O presidente da sigla, que assumiu o cargo temporariamente após a morte de Eduardo Campos, disse que, ao apoiar Aécio, o partido “traiu o legado” do ex-governador pernambucano.
Em resposta, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB), candidato a vice na chapa de Marina Silva, disse "lamentar" o apoio do presidente de seu partido à presidenciável petista. Segundo o parlamentar gaúcho, que integra a executiva nacional do PSB, Amaral não pode querer impor sua opinião sobre a dos demais dirigentes da legenda.

O PSB lançou para as eleições deste ano o nome de Eduardo Campos para disputar a Presidência da República, tendo como vice a recém-filiada Marina da Silva. O candidato, que foi presidente da sigla e governador de Pernambuco, morreu em acidente aéreo em agosto em meio à campanha eleitoral. Em seu lugar, o partido aprovou Marina como presidenciável e o deputado gaúcho Beto Albuquerque como vice.

No último domingo (5), Marina deixou a disputa após ser a terceira mais votada, com 22.176.619 votos (21,32%). Dilma obteve 43.267.668 votos (41,59%) e o tucano, 34.897.211 (33,55%). Além do PSB, neste domingo (12) Marina também declarou seu apoio a Aécio. No sábado, a viúva de Campos já havia declarado, por meio de carta, seu apoio à candidatura tucana.
O PSB integrou a base aliada do governo petista tanto na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (2002-2010) quanto no governo Dilma Rousseff. Em 2013, quando tinha o comando do Ministério da Integração Nacional e da Secretaria de Portos, o partido deixou a base para poder se preparar para lançar a candidatura de Campos à Presidência. Na ocasião, Campos, então presidente da sigla, destacou que a saída do governo não significava que o partido faria oposição ao governo Dilma.

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