04/12/2014
às 20:24
O ministro
da Justiça — sim, ministro da Justiça! — veio a público para assegurar
que é “incorreto” associar o esquema de corrupção na Petrobras à
campanha de 2010 da então candidata do PT, Dilma Rousseff. Segundo
Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, um dos dois executivos da Toyo Setal
que fizeram delação premiada, parte da propina paga pela empresa foi
convertida em doações eleitorais ao PT devidamente registradas. Isso
teria acontecido entre 2008 e 2011. Em 2010, Dilma disputou a
Presidência da República.
Cardozo
acha que há um esforço de “politizar” a questão — como se ela não fosse,
afinal, política, embora também seja de polícia. O ministro, vejam que
curioso!, diz ser impossível saber, a esta altura, qual candidatura foi
beneficiada:
“Ha uma leitura política dos fatos que não condiz com aquilo que está dito. Cada um vai ver os fatos como lhe interessa. Por que é a [campanha] presidencial e não a dos governadores? Onde é que está dito isso? Eu não posso cair no jogo da tentativa de politizar [a acusação]. De onde se tira que isso é para a campanha da Dilma?”.
Cardozo
provoca em mim vergonha alheia. É esse o homem que dizem ser candidato
ao Supremo? Se ele mesmo diz que é impossível saber os beneficiados pelo
esquema, como pode negar que tenha sido Dilma? Onde ele aprendeu
lógica? De resto, esse não é seu papel. Que fale o presidente do PT, Rui
Falcão. Que fale o tesoureiro do partido! Por que há de ser o ministro
da Justiça? Mais: Cardozo foi um dos três coordenadores da campanha de
Dilma em 2010 — junto com Antônio Palocci e José Eduardo Dutra. Dilma os
apelidou de “Os Três Porquinhos”. Então tá.
Adams
Adams, da Família Luís Inácio, advogado-geral da União, também saiu em defesa de Dilma: “Tem de terminar a investigação, ver exatamente o que aconteceu, ver se há responsabilidade, se há dolo inclusive. Mas, em princípio, eu tenho confiança de que o trabalho de campanha foi o mais cuidadoso possível”. Segundo o advogado-geral, em 2010, a campanha petista contava com uma equipe jurídica que atuava para impedir ilegalidades.
Adams, da Família Luís Inácio, advogado-geral da União, também saiu em defesa de Dilma: “Tem de terminar a investigação, ver exatamente o que aconteceu, ver se há responsabilidade, se há dolo inclusive. Mas, em princípio, eu tenho confiança de que o trabalho de campanha foi o mais cuidadoso possível”. Segundo o advogado-geral, em 2010, a campanha petista contava com uma equipe jurídica que atuava para impedir ilegalidades.
É mesmo?
Adams é advogado-geral da União ou do PT? Ele é pago para defender os
interesses de um órgão de estado ou de um partido? É outro candidato ao
Supremo. Sim, cabe a ele defender a presidente da República contra
eventuais acusações decorrentes do exercício do cargo. No caso em tela, o
que está em questionamento é a candidata do PT à Presidência em 2010.
Os
petistas e acólitos perderam qualquer senso de decoro ou de solenidade.
Ministro da Justiça e advogado-geral da União se comportam como esbirros
de um partido político e consideram isso normal e justificável. É parte
da degradação do estado brasileiro promovida pelo petismo.
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