04/12/2014
às 2:11 \ Direto ao Ponto
A entrevista em que Aécio Neves escancarou a alma delinquente do PT e o discurso desta quarta-feira se conjugaram para revogar a cobrança embutida na pergunta repetida por muitos leitores nos últimos dias: onde está o senador mineiro contemplado há pouco mais de um mês com 51 milhões de votos?
Está cumprindo a missão confiada a um líder do Brasil que presta, sabe-se agora. Na tribuna ou num programa de TV, ele tem traduzido o que pensa a imensidão de indignados com um governo para o qual os fins ─ entre os quais figura a eternização no poder ─ justificam os meios. Qualquer meio. Até roubo. Até assassinato. Até o furto da pensão da avó.
Na conversa com o jornalista Roberto D’Ávila, Aécio olhou nos olhos um PT que vai ficando com cara de PCC. “Eu não perdi a eleição para um partido político”, constatou. “Eu perdi a eleição para uma organização criminosa que se instalou no seio de algumas empresas brasileiras, patrocinadas por este grupo político que ai está”.
Trapalhões sem remédio, sacerdotes da seita lulopetista enfiaram prontamente a carapuça. Rui Falcão, presidente do PT e puxador de aplausos para candidatos à cadeia, prometeu “interpelar e processar” o responsável por tamanha injustiça. Os senadores Lindberg Farias e Humberto Costa, ainda grogues com o nocaute sofrido nas urnas do Rio e de Pernambuco, exigiram o respeito que jamais merecerão dois beneficiários da farra bilionária do Petrolão.
Com exemplar altivez, Aécio não só ratificou o que dissera como intensificou a ofensiva. ” A eleição é o momento da verdade”, lembrou na sessão desta quarta-feira. “Infelizmente, não foi a verdade que prevaleceu”. Em seguida, enfileirou meia dúzia de medidas recentes da presidente Dilma que implodiram promessas recitadas de meia em meia hora pela candidata Dilma. “Ouçam o que ela disse em 6 de agosto: ‘ Acredito que teremos condições de cumprir o superávit primário previsto no início dfo ano’”, exemplificou. “Ela mentiu ou desconhecia a realidade do país?”
Depois de lembrar que o Congresso “está ferindo de morte um dos pilares da Lei de Responsabilidade Fiscal” identificou o objetivo obsceno da manobra em curso: ”Busca-se dar à presidente da República anistia pelo crime de responsabilidade por ela já cometido”. E reservou o fecho do discurso para lancetar sem clemência nem hesitações o tumor medonho: ”Hoje, a presidente da República coloca de cócoras o Congresso ao estabelecer que cada parlamentar aqui tem um preço. Os senhores que votarem a favor desta mudança valem 748 mil reais”.
Sabia-se que foi sempre de bom tamanho o estoque de parlamentares à venda no feirão do Legislativo. O que se ignorava era o valor dos produtos. Depois do discurso de Aécio, todos exibem na testa a etiqueta que especifica o preço de cada um.
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