No
Brasil, existem basicamente dois grupos de economistas: os
“desenvolvimentistas” e os “fiscalistas”. Os primeiros só querem
aumentar gastos públicos, e os últimos condenam a irresponsabilidade
fiscal, mas oferecem como solução mais impostos. Raros são os casos de
economistas que focam no principal calcanhar de Aquiles de nosso país:
os excessivos gastos do governo.
Claro que os “desenvolvimentistas” são
ainda piores, pois seus modelos heterodoxos acabam quebrando os
governos, como fez Dilma. A alternativa é chamar um “fiscalista” sério
para limpar a sujeira e ajeitar as contas públicas, como Joaquim Levy
agora. O problema é que, por restrições políticas mais que ideológicas, a
proposta é sempre por mais impostos. Foi o que defendeu Samuel Pessôa
em artigo recente na Folha também, um economista sério ligado aos
tucanos.
A saída é sempre subir a arrecadação.
Nesta segunda já se falava em mais impostos para cosméticos e
importados. O Ibovespa despencou mais de 4% sob boatos de impostos sobre
dividendos. E deputados petistas já estão se articulando em prol do
retorno da CPMF, imposto nefasto que incide em cascata sobre toda a
economia. A medida conta com o apoio até de tucanos.
Como se o problema do Brasil fosse falta
de verba pública! Como se nosso governo arrecadasse pouco! Temos uma das
maiores cargas tributárias do mundo, de quase 40% (passa disso se
considerarmos o déficit fiscal nominal). Ou seja, labutamos até maio só
para bancar o governo, e tem quem ache pouco!
Nas cartas dos leitores do GLOBO de hoje, dois cidadãos indignados reagem a essa fome insaciável do governo por nossos recursos:
O fato de ambos serem de São Paulo não é
coincidência: os paulistas não suportam mais o fardo dos impostos, pois
carregam nas costas boa parte do país, em um modelo que de federalista
só tem o nome. Não é coincidência também o fato de o PT ter levado uma
surra no estado mais rico do país. Os hospedeiros não aguentam mais a
fatura de tanto parasitismo.
Alguém acha realmente que jogar mais
dinheiro do povo trabalhador no SUS vai resolver alguma coisa, com
tantos ralos de desperdício e corrupção? Isso se a CPMF realmente fosse
parar na saúde pública, pois como dinheiro não tem carimbo, não é o que
normalmente acontece. Estaremos é dando mais verba para mensalão e
petrolão, isso sim.
Chega de tanto imposto! Atingimos um
patamar indecente de carga tributária, especialmente para um país
emergente. Não é possível que todo debate sobre consertar as contas
públicas passe sempre por aumentar impostos em vez de reduzir despesas. A
única solução razoável é reduzir drasticamente os gastos públicos, para
que sobre mais recursos na mão do próprio povo trabalhador.
PS: E ainda temos que aturar o economista
francês Thomas Piketty, que virou celebridade, vir ao Brasil pregar
mais impostos, como aquele sobre “fortuna”, que acaba punindo uma vez
mais os próprios trabalhadores.
Rodrigo Constantino
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