A coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica suspeita que tenha havido movimentação de lodo com sedimentos no fundo dos reservatórios da Emae
Agência Brasil
Publicação: 01/12/2014 20:34 Correio Braziliense
Os sedimentos que
tornaram preta a água do rio Tietê em Salto (SP) e provocaram a morte de
cerca de 40 toneladas de peixes na região podem não estar relacionados
apenas a causas naturais, decorrentes do grande período de estiagem. A
coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu
Ribeiro, suspeita que tenha havido movimentação de lodo com sedimentos
no fundo dos reservatórios da Empresa Metropolitana de Águas e Energia
(Emae). "Nós acreditamos que isso não se deu só por causa da chuva
depois da seca. Deve ter acontecido também uma movimentação de lodo e
sedimentos no fundo dos reservatórios, o que precisa ser apurado pelas
autoridades competentes", disse.
A Emae administra uma série de reservatórios e usinas que ficam entre a capital paulista e Salto (SP), sentido no qual o Tietê corre. No último final de semana, 40 toneladas de peixes mortos foram retiradas do Córrego do Ajudante, próximo ao Rio Tietê, em Salto. Os peixes foram para o afluente fugidos do rio, que no último dia 27 amanheceu com a água preta. O nível do córrego baixou rapidamente e não permitiu que os peixes retornassem ao Tietê, o que causou a mortandade.
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A Emae sabia que quando viessem as primeiras chuvas, ela teria que abrir as comportas para evitar enchentes na região metropolitana. Então ela deveria ter aproveitado o período de seca para limpar os seus reservatórios, não só os resíduos sólidos, mas principalmente os sedimentos, e ela não fez isso”, disse a coordenadora do SOS Mata Atlântica.
Segundo Malu Ribeiro, a mancha de água preta atingiu mais de 70 quilômetros de extensão do rio Tietê, e prejudicou a indústria de pescado da região, o turismo e o meio ambiente. “Se morreram 40 toneladas de peixes em Salto, imaginem toda a cadeia de fauna, de aves e de animais, e mesmo de pessoas que estão ligadas a essa teia tênue que fica à mercê das mudanças do clima. Temos tecnologia para evitar isso e precisamos de empenho do estado”, ressaltou.
Em nota, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do estado de São Paulo (Cetesb), informou que continua levantando dados relativos ao episódio. Segundo o comunicado, a companhia está verificando com os órgãos competentes o regime de operação adotado no sistema de barragem no rio. "A princípio, a ocorrência da mancha escura de resíduos se deve a dois fatores principais, quais sejam, a elevação abrupta do nível de água no rio Tietê em decorrência das chuvas e o acúmulo de sedimentos ao longo da calha do rio, em razão dos lançamentos de matéria orgânica na RMSP [Região Metropolitana de São Paulo]”, diz o texto.
A prefeitura de Salto informou que está finalizando um relatório sobre a poluição do rio Tietê e a mortandade dos peixes. O documento será entregue ao Ministério Público Estadual e ao governo paulista. “Mais do que qualquer indenização ao município pelas despesas que teve que realizar para solucionar o problema, a expectativa é despertar o governo do estado e os municípios da região para a necessidade de despoluição do rio”, disse a prefeitura em nota.
A prefeitura teve que alugar uma máquina de esteira com um braço de 16 metros para limpar o córrego onde os peixes morreram. Duas retroescavadeiras e três caminhões da municipalidade foram usados na ação, iniciada às 7h de sábado e finalizada na tarde de hoje.
A Emae administra uma série de reservatórios e usinas que ficam entre a capital paulista e Salto (SP), sentido no qual o Tietê corre. No último final de semana, 40 toneladas de peixes mortos foram retiradas do Córrego do Ajudante, próximo ao Rio Tietê, em Salto. Os peixes foram para o afluente fugidos do rio, que no último dia 27 amanheceu com a água preta. O nível do córrego baixou rapidamente e não permitiu que os peixes retornassem ao Tietê, o que causou a mortandade.
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A Emae sabia que quando viessem as primeiras chuvas, ela teria que abrir as comportas para evitar enchentes na região metropolitana. Então ela deveria ter aproveitado o período de seca para limpar os seus reservatórios, não só os resíduos sólidos, mas principalmente os sedimentos, e ela não fez isso”, disse a coordenadora do SOS Mata Atlântica.
Segundo Malu Ribeiro, a mancha de água preta atingiu mais de 70 quilômetros de extensão do rio Tietê, e prejudicou a indústria de pescado da região, o turismo e o meio ambiente. “Se morreram 40 toneladas de peixes em Salto, imaginem toda a cadeia de fauna, de aves e de animais, e mesmo de pessoas que estão ligadas a essa teia tênue que fica à mercê das mudanças do clima. Temos tecnologia para evitar isso e precisamos de empenho do estado”, ressaltou.
Em nota, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do estado de São Paulo (Cetesb), informou que continua levantando dados relativos ao episódio. Segundo o comunicado, a companhia está verificando com os órgãos competentes o regime de operação adotado no sistema de barragem no rio. "A princípio, a ocorrência da mancha escura de resíduos se deve a dois fatores principais, quais sejam, a elevação abrupta do nível de água no rio Tietê em decorrência das chuvas e o acúmulo de sedimentos ao longo da calha do rio, em razão dos lançamentos de matéria orgânica na RMSP [Região Metropolitana de São Paulo]”, diz o texto.
A prefeitura de Salto informou que está finalizando um relatório sobre a poluição do rio Tietê e a mortandade dos peixes. O documento será entregue ao Ministério Público Estadual e ao governo paulista. “Mais do que qualquer indenização ao município pelas despesas que teve que realizar para solucionar o problema, a expectativa é despertar o governo do estado e os municípios da região para a necessidade de despoluição do rio”, disse a prefeitura em nota.
A prefeitura teve que alugar uma máquina de esteira com um braço de 16 metros para limpar o córrego onde os peixes morreram. Duas retroescavadeiras e três caminhões da municipalidade foram usados na ação, iniciada às 7h de sábado e finalizada na tarde de hoje.
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