Reinaldo Azevedo
25/02/2014
às 21:38
O PSOL é
um partido nanico, sei disso, mas tem provocado alguns estragos e feito
muito mal à cultura política brasileira com a sua intolerância, que não
repudia — muito pelo contrário: admite — a violência.
Nesta terça, o
partido lançou em São Paulo a pré-candidatura do senador Randolfe
Rodrigues (AP) à Presidência da República. Ele tem aquela vozinha fina,
feminil — não estou fazendo nenhuma sugestão velada sobre a sua
sexualidade; ainda que fosse o caso, não o faria; até onde sei, não é;
só aponto um dado objetivo, que o distingue —, mas as ideias que andam
na sua cabeça não são nada boas, como nefasta, reitero, é a prática de
seu partido.
Esteve
presente ao ato a minicoleção de parlamentares midiáticos do PSOL: os
deputados federais Chico Alencar e Jean Wyllys e o estadual Marcelo
Freixo, todos do Rio.
Freixo é aquele rapaz que tem o apoio entusiasmado
de todos os extremistas de esquerda da Vieira Souto e que vai ganhar de
Lobão a camiseta “Peidei, mas não fui eu”:
gente do seu gabinete e de
uma ONG umbilicalmente ligada a ele atua como babá de black bloc, mas
ele não tem nada com isso;
o homem apoia um candidato que participa de
uma manifestação antissemita, mas ele não tem nada com isso;
gente do
PSOL do Rio, sob o seu comando, promove atos conjuntos com os
mascarados, mas ele não tem nada com isso.
Como o lançamento se deu em
São Paulo, acredito que o deputado federal Ivan Valente também estivesse
presente.
É aquele senhor que considera um erro a criação do estado de
Israel e que lamenta o fato de Oswaldo Aranha ter presidido a história
sessão da ONU, em 1948.
“Por que
dar atenção a esses nanicos?”
Porque eles respondem hoje, em larga
medida, pela reabilitação da violência como instrumento de luta
política.
Aí os bocós dizem: “Ah, violência sempre houve; é do jogo”.
É
verdade! A questão é saber se ela pode e deve ser admitida como
instrumento de reivindicação no regime democrático. Eu estou,
obviamente, entre aqueles eu acham que não.
Hipocrisia
No lançamento da candidatura, Randolfe
afirmou que o partido não vai aceitar a doação de empresas e que vai
marcar um encontro no Supremo para pedir ao tribunal que vete mesmo essa
possibilidade.
Ah…
E doação
ilegal de sindicato, o que hoje já é proibido por lei, o PSOL aceita, a
exemplo do que fez a ainda deputada estadual Janira Rocha, que admitiu
ter desviado recursos do Sindsprevi/Rio para financiar candidaturas do
partido?
Numa fita que veio a público, ela aparece falando esta
maravilha (em vermelho):
“Nós sentamos lá nas finanças [do sindicato]. Pegamos o relatório do Conselho Fiscal e fomos atrás de todas as informações. O que foi e não foi. O que foi para a regional A, B C. Não tem nenhum companheiro de regional que tenha roubado nada, que tenha ficado com dinheiro. Tem companheiro que está levando pecha de coisas com o dinheiro. Mas ele nem ao menos chegou a ver o dinheiro. Ele assinou (que recebeu), mas o dinheiro foi usado para ações políticas que nós fizemos. Ou viajar de avião para o Acre é barato? Ou fazer eleição na Bahia é barato? Ou fundar o PSOL foi barato? Ou dar dinheiro para o movimento classista foi barato? Foi para ação política.”
Esse tipo de moralismo de fachada pode enganar alguns deslumbrados do socialismo com vista pro mar. Não caio nessa, não.
A
truculência do PSOL não está só nas ruas, não! Essa gente recorre às
piores práticas em sindicatos — como se viu na greve dos professores do
Rio — e no movimento estudantil. Os psolistas da USP e congêneres de
extrema esquerda invadiram a Reitoria e deixaram um rastro de
destruição.
Minhas
escusas aos deslumbrados do “outro mundo possível”, mas não conto com o
PSOL e afins para oxigenar a política brasileira.
Ao contrário: essa
turma contribui para tornar o ambiente ainda menos respirável.
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