quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

"Sem-terrinha em ação, pra fazer a revolução!"

Descrição das escolas rurais protegidas pelo Governo

Em vez de cantigas de roda crianças gritam: "Sem-terrinha em ação, pra fazer a revolução!"

Matéria da Revista Veja, Editora Abril, Edição 1870 . 8 de setembro de 2004

Carta ao leitor
Sete de Setembro vermelho


Uma reportagem da presente edição de VEJA mostra que funcionam no Brasil 1 800 escolas de ensino fundamental cujas salas de aula são ornamentadas com a bandeira vermelha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e não apenas com o pavilhão verde-amarelo nacional com a inscrição "Ordem e Progresso". 


Pelo menos 1.000 dessas escolas são instituições públicas. Apesar de pertencerem ao Estado brasileiro, essas escolas e as outras mantidas pelo MST em áreas rurais do país adotam uma cartilha peculiar para os 160.000 alunos. 

Crianças a partir de 7 anos de idade aprendem que o Sete de Setembro não é o Dia da Independência do Brasil, mas o "Dia dos Excluídos". No calendário dos centros de doutrinação infantil do MST são celebrados os dias 5 de maio, nascimento de Karl Marx; 1° de outubro, Revolução Maoísta na China; e 8 de outubro, morte de Che Guevara.

A repórter de VEJA Monica Weinberg visitou duas dessas escolas, ambas no Rio Grande do Sul, um dos primeiros Estados a absorver na rede pública os estudantes do MST. Em Hulha Negra, município a 80 quilômetros de Bagé onde 4.000 dos 7.000 habitantes são do MST, Monica assistiu a uma peça de teatro encenada por crianças na qual elas repudiavam os transgênicos. Em vez de cantigas de roda, as crianças se davam as mãos para entoar o grito de guerra: "Sem-terrinha em ação, pra fazer a revolução!"


Essas escolas são nocivas. Não apenas por estarem substituindo uma função precípua do Estado, que é fornecer ensino básico às crianças brasileiras, mas por estarem inculcando em uma parcela dos jovens uma ideologia revolucionária que, antes de ser derrotada pelos fatos no século passado, produziu toda sorte de miséria, guerra e infortúnio social. 


Os campos de doutrinação do MST precisam urgentemente ser vistoriados pelo governo brasileiro, e seus currículos, submetidos a algum tipo de avaliação pelo Ministério da Educação (MEC). 

Como se tem feito, de maneira frequente, em relação às ações ilegais e violentas do Movimento dos Sem-Terra, é arriscado ignorar que em vez de civismo essas escolas ensinam a dezenas de milhares de pequenos brasileiros os rudimentos da revolução marxista. (fim)

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