quinta-feira, 20 de março de 2014

Aécio quer CPI da Petrobras para saber quem está falando a verdade: Dilma ou a diretoria da Petrobras. Porque alguém está mentindo. E fraudando o país.

quinta-feira, 20 de março de 2014


 
 
O senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB e pré-candidato à Presidência da República, afirmou, nesta quinta-feira, 20, que a presidente Dilma Rousseff precisa explicar porque o diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, não foi punido ou investigado, se a induziu ao "equívoco" de aprovar a compra das ações da refinaria de Pasadena em 2006 pela Petrobras.

"Não dá novamente para fazer aquilo que se tornou um mantra em todas as denúncias que ocorrem em relação ao PT: terceirizar responsabilidades, [dizer] 'eu não sabia'. De não sabia em não sabia, o Brasil chegou aonde chegou", disse o senador. 
 
Ele também afirmou que Dilma deve explicações sobre as razões que a levaram a aprovar a operação "danosa" à empresa brasileira e a "omitir", por seis anos, dos brasileiros as causas da compra.

"A presidente contradiz a diretoria anterior da Petrobras e é preciso que o Brasil saiba a verdade. Se houve encaminhamento do qual ela não teve conhecimento e se isso foi feito por má fé, tinha que haver punição exemplar de quem fez isso, com processo e prisão. Se foi por negligência, no mínimo teria que ser afastado da vida pública", disse Aécio.

A versão segundo a qual Cerveró, hoje diretor de finanças da BR Distribuidora, foi o responsável pela elaboração do "resumo executivo" apresentado ao Conselho de Administração da Petrobras para aprovar a aquisição, que omitia duas regras da operação danosas à empresa brasileira, consta de resposta da Presidência da República à reportagem publicada na quarta, 19, pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Aécio defendeu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o episódio e disse que os partidos de oposição se reunirão na terça, 25, em Brasília com o objetivo de discutir estratégias para tornar viável a criação da comissão. Ele defende que a CPI seja mista, formada por deputados e senadores, e disse que será levado à reunião requerimento nesse sentido.

"O Brasil precisa que se esclareça quais foram as razões pelas quais a presidente da República, especialista na área de minas e energia, tomou uma decisão tão danosa para as finanças da Petrobras e para o país", disse Aécio. "O que se espera, se houve encaminhamento equivocado por parte da diretoria internacional como atesta a nota da presidente da República, é que aquele que fez o encaminhamento fosse demitido ou investigado."

Para Aécio, é "inaceitável" que, em vez de punido, Cerveró tenha sido promovido a uma diretoria na BR Distribuidora.  "Que força tem esse cidadão? Quem o protege? Essas são questões que precisamos esclarecer", disse. O tucano afirmou que esse "modus operandi do PT não é mais aceito pela sociedade brasileira", que está "cansada da ausência de respostas".

O presidenciável afirmou que a explicação dada pela presidente Dilma Rousseff para a operação é "absolutamente contraditória" com  o depoimento do ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli, em audiência pública no Senado. Gabrielli dissera que a medida parecia benéfica naquele momento, de acordo com a conjuntura de mercado.

"Não acuso a presidente de improbidade. A presidente é uma pessoa de bem. Acredito na honestidade da presidente. O que está em xeque, neste instante, é a incapacidade, a incompetência de alguém, com as responsabilidades que tem, ter tomado decisão dessa gravidade. É preciso, no limite, que se assuma o erro, mas nem isso o governo consegue fazer."

Para criar a CPI mista Aécio pede apoio de parlamentares da base aliada do governo que já deram assinatura para a criação da comissão externa encarregada de apurar outras denúncias envolvendo a Petrobras. "Ou a versão do então presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, é a correta, e tomaram uma decisão sabendo o que estavam fazendo, ou é a versão da presidente da República. O PT tem que escolher entre uma e outra. E o Brasil tem que dizer se está satisfeito com uma ou com outra." (Valor Econômico)

Explicado porque Renan Calheiros não quer investigar a Petrobras. A indicação do diretor que montou a tramóia de Pasadena foi dele.

Ontem, Renan Calheiros começou a abafar no nascedouro uma CPI da Petrobras. Leia aqui. Abaixa saiba o motivo.

Em conversa com o blog, o senador petista Delcídio Amaral (MS), ex-diretor da Petrobras, disse que a indicação de Nestor Cerveró para a diretoria da área internacional da estatal foi do atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Delcídio admite que foi consultado pelo governo sobre a indicação no nome de Cerveró, já que tinha trabalhado na Petrobras.

O ex-diretor Cerveró, que agora está na BR Distribuidora, é considerado o pivô do negócio da compra de refinaria americana pela Petrobras, que deu prejuízo aos cofres da estatal. "Eu fui consultado pelo governo por conhecer os quadros da Petrobras, mas foi o Renan quem bancou o nome do Nestor. O Nestor é uma indicação do Renan", disse Delcídio Amaral. 
 
O senador rebateu ainda especulações de setores do governo de que ele teria influenciado na decisão da compra da refinaria de Pasadena (EUA) pela Petrobras no ano de 2006.

"Eu não sabia que eu era tão poderoso para influenciar um negócio bilionário", ironizou Delcídio. "É bom lembrar que naquela ocasião eu era visado por todo mundo durante 24 horas , já que eu estava no comando da CPI dos Correios. 
 
Como poderia estar preocupado com os negócios da Petrobras?", questionou. ( Do Blog do Camarotti)

Começa a aparecer a lavanderia da Petrobras. Ex-diretor da estatal, envolvido na compra da refinaria, é preso pela PF na Operação Lava Jato.


Paulo Roberto Costa, o primeiro à esquerda, no ato eleitoral com a chefona Dilma. Quem é da nossa gang não tem medo. A foto é de junho de 2011. 

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira, no âmbito da operação Lava Jato, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. De acordo com policiais, Costa foi preso após familiares terem tentado destruir provas e documentos na consultoria aberta por ele cinco meses após deixar a Petrobras. 
 
Costa também é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) no Estado do Rio de Janeiro por irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, no Texas, pela estatal brasileira.

Ao lado da presidente da Petrobras, Graça Foster e do ex-presidente da companhia José Sergio Gabrielli, Paulo Roberto Costa e o ex-diretor da área internacional, Nestor Cerveró, já haviam sido intimados a depor para esclarecer os motivos pelos quais a estatal brasileira, em 2006, comprou uma refinaria em Pasadena em um dos negócios mais malsucedidos da história da empresa – o prejuízo aos cofres da Petrobras chegou a 1 bilhão de dólares. 
 
Todos eles estavam no comando da companhia na época em que a transação foi realizada. Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff, presidente do Conselho de Administração da estatal na época do negócio, afirmou, em nota, que a empresa foi induzida a erro.

Na Operação Lava Jato, a Polícia Federal descobriu que Paulo Roberto Costa ganhou um carro de presente do doleiro Alberto Youssef, o principal personagem do esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de 10 bilhões de reais. Na casa do ex-diretor da Petrobras foram apreendidos 700.000 reais e 200.000 dólares em espécie. (Da Veja)
 

Da tribuna, Aécio questiona nota falsa de Dilma sobre refinaria superfaturada. Um dia depois, Petrobras desmente Dilma e joga na lama imagem de "grande gestora".

 
 
 
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) subiu à tribuna nesta quarta-feira (19) para cobrar a responsabilização por um "prejuízo" da Petrobras de mais de US$ 1 bilhão, segundo ele, na aquisição de uma refinaria de petróleo em Pasadena, nos Estados Unidos. 
 
No discurso, Aécio disse ter ficado "surpreso" com uma nota divulgada pela Presidência dizendo que Dilma Rousseff votou a favor da compra sem conhecer cláusulas do contrato, que mais tarde obrigariam a estatal brasileira a desembolsar mais dinheiro no negócio.

Em 2006, quando Dilma era ministra da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, a estatal pagou US$ 360 milhões à empresa belga Astra Oil para adquirir 50% da refinaria. 
 
No ano anterior, essa mesma parte havia sido comprada pela empresa belga por US$ 42 milhões. Em 2008, após desentendimentos com a Astra Oil, a Petrobras foi obrigada a pagar US$ 820,5 milhões para comprar a outra metade. Ao final, o negócio custou à estatal US$ 1,18 bilhão.

Nesta quarta, a Presidência da República afirmou que Dilma Rousseff se baseou em um parecer "falho" quando votou a favor da compra de 50% da refinaria. 
 
Em nota, o Planalto disse que a cláusula que obrigava a Petrobras a comprar 100% em caso de desentendimento foi omitida no documento que serviu de base para o Conselho de Administração da estatal aprovar a compra. 
 
Uma ex-ministra de Minas e Energia, cantada em verso e prosa como grande conhecedora e especialista nesse segmento, foi enganada por um parecer juridicamente falho e por informações incompletas"

"Uma decisão dessa magnitude, tomada por uma ex-ministra de Minas e Energia, cantada em verso e prosa como grande conhecedora e especialista nesse segmento, foi enganada por um parecer juridicamente falho e por informações incompletas", criticou Aécio no Senado.

Aécio disse que o responsável pelo parecer, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, deveria ter sido afastado e estar respondendo a inquérito. "Não, o sr. Nelson Cerveró foi elevado a condição de diretor financeiro da BR Distribuidora", disse o senador. "Pasmem, senhoras e senhores, é essa a função que ocupa o responsável", completou.

"Foi algo extremamente grave, e não há mais condições de permitirmos a terceirização de responsabilidade. Os membros do Conselho de Administração têm que explicar de maneira cabal e definitiva o caso à sociedade brasileira [...]. Não há justificativa que não seja a gestão temerária do patrimônio de todos os brasileiros", declarou.

Logo no início do discurso, a senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann tentou interromper Aécio, que negou o aparte. Depois, ela chamou o discurso do senador de "oportunista" por criticar o negócio anos depois de sua concretização.

"Pergunto a vossa excelência por que não usou dessa mesma forma para tratar desse tema antes, já que alguns veículos de comunicação já colocavam esse tema na imprensa", disse a senadora. "Não ouvi, não me recordo de manifestação com veemência de vossa excelência em outra oportunidade".

Aécio rebateu e disse ver com "decepção" a manifestação da senadora. "Aguardava de vossa excelência novos argumentos, informações que de alguma forma viessem a contradizer o que estou dizendo, o prejuízo da Petrobras", disse. Ele disse que o PSDB pediu informações à Petrobras e uma investigação sobre o negócio à Procuradoria-Geral da República.

Atualmente, a compra é objeto de inquérito na Polícia Federal e de fiscalização pelo Tribunal de Contas da União. Aécio disse que cabe à Comissão de Fiscalização e Controle do Senado apurar e acompanhar o caso. (G1)

Síndrome de Celso Daniel? Diretor da Petrobras acusado por Dilma "fugiu" para lugar incerto e não sabido.

Destino de Cerveró ainda não é conhecido - Alaor Filho/Estadão
 
 
Ex-diretor da Área Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró viajou nesta quarta-feira à Europa de férias, segundo pessoa próxima ao atual diretor financeiro da BR Distribuidora. Em sua gestão na estatal, ele defendeu a compra da Refinaria de Pasadena e foi o responsável pelo "resumo executivo" sobre o negócio elaborado em 2006.

Na terça, 18, a presidente Dilma Rousseff, que naquela época era ministra da Casa Civil e comandava o Conselho de Administração da Petrobrás, disse que só apoiou a compra de 50% da refinaria porque recebeu "informações incompletas" de um parecer "técnica e juridicamente falho". Ela se referia ao "resumo executivo" de Cerveró.

No início da tarde desta quarta, Cerveró já havia deixado sua residência em direção ao aeroporto do Rio. O país de destino do ex-diretor ainda não é conhecido.

Funcionário da Petrobrás desde 1975 e com formação em engenharia química, Cerveró assumiu o posto de diretor internacional da companhia no início de 2003, primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi indicado pelo senador Delcídio Amaral (PT), dentro da cota petista de cargos na estatal. Também recebeu a bênção de José Dirceu, que naquele ano chefiava a Casa Civil.

Ainda no início de 2003, José Sérgio Gabrielli foi nomeado diretor financeiro e de relações com investidores. Em 2005, Gabrielli assumiu a presidência da empresa estatal, função que ocupou até 2012. 
 
Em 2008, em meio a uma disputa política entre PT e PMDB na Petrobrás, Delcídio perdeu a queda de braço e Cerveró teve de deixar o cargo, que foi depois ocupado por Jorge Zelada. O seu substituto seria indicado pelo PMDB. O ex-diretor foi então deslocado para a diretoria financeira da BR Distribuidora.

Delcídio negou ontem ser o responsável pela indicação de Cerveró. "Em 2003 fui consultado pelo governo sobre o nome de Cerveró para a diretoria e não vi nenhum óbice, era um funcionário de carreira da empresa", afirmou o petista. 
 
Cerveró começou na Petrobrás pelo setor de refino. Foi assessor da presidência para desenvolvimento de novos negócios. Na área de gás e energia, ocupou as funções de diretor gerente e gerente de Termelétricas na Superintendência de Participações. (Estadão)
 

Dilma deu "piti" e escreveu de próprio punho a nota desmentida pela Petrobras.

Irritada com o texto de uma nota produzida pela cúpula da Petrobras para explicar a aprovação da compra de uma refinaria no Texas, Dilma Rousseff inutilizou o documento e escreveu, de próprio punho, a resposta oficial que acabou trazendo a polêmica para dentro do Planalto.

Segundo a Folha apurou, a chefe da estatal, Graça Foster, havia proposto uma nota curta à imprensa. Nela, repetia a antiga versão da empresa, na qual a aquisição da refinaria, há oito anos, se dera com base em informações que indicavam um bom negócio.

Dilma, porém, decidiu criar outro documento, no qual revela uma nova versão. A nota foi decidida na noite de anteontem em reunião com os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Thomas Traumann (Comunicação Social), Luís Inácio Adams (advogado-geral da União) e o chefe de gabinete da Presidência, Beto Vasconcelos.

Na resposta ao jornal "O Estado de S. Paulo", depois divulgada publicamente, a presidente afirma, de forma categórica, que o colegiado votou a favor da compra de 50% das ações da refinaria de Pasadena com base em um relatório "técnica e juridicamente falho", pois o parecer disponível em 2006 "omitia qualquer referência" a cláusulas contratuais que, "se conhecidas, seguramente não seriam aprovadas pelo Conselho" de Administração.

Dilma diz na nota só ter tomado conhecimento das cláusulas em 2008, quando a Petrobras e sua sócia belga Astra Oil entraram em litígio. Ocorre que, desde então, o Planalto e a Petrobras jamais reconheceram qualquer tipo de "falha", tampouco admitiram ter tomado uma decisão parcialmente no escuro. As declarações da presidente causaram grande mal-estar na Petrobras justamente por "rasgar" o discurso oficial sustentado pela empresa.

As razões que motivaram a revelação de Dilma não foram informadas pela assessoria de imprensa do Planalto, questionada ontem. Nos bastidores, interlocutores do governo dizem temer que o TCU (Tribunal de Contas da União) responsabilize os integrantes do Conselho de Administração da empresa em 2006 pelo negócio. Para esses auxiliares, apontar o erro seria uma forma de não responsabilizar os conselheiros da época.

Dentro da estatal, dirigentes avaliavam que pesou, na decisão de Dilma, a questão eleitoral, já que a Petrobras tende a ser um dos temas da campanha. A oposição tem insistido que o governo tomou medidas que prejudicaram a petroleira, fazendo despencar seu valor de mercado. A refinaria de Pasadena e a recente suspeita de pagamento de propina a funcionários da estatal por parte de uma empresa holandesa serão exploradas pela oposição.

No TCU, a apuração é relatada pelo ministro José Jorge, ex-senador pelo extinto PFL e candidato a vice na chapa Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa presidencial de 2006. À Folha, Jorge disse esperar receber o processo da área técnica para julgar o caso no mês que vem, às vésperas da largada oficial das eleições.(Folha de São Paulo)

Executivos da Petrobras desmentem nota da Dilma sobre compra suspeita da refinaria: ela sabia! Tinha todas as informações, assinou embaixo e causou U$ 1,2 bilhão de prejuízo para o país.

 
 
A presidente Dilma Rousseff e todos os demais membros do Conselho de Administração da Petrobras tinham à sua disposição o processo completo da proposta de compra da refinaria em Pasadena (EUA), segundo dois executivos da estatal ouvidos pela Folha. 
 
Na documentação integral constavam, segundo os relatos, cláusulas do contrato que a petista diz que, se fossem conhecidas à época, "seguramente não seriam aprovadas pelo conselho" da estatal.

Reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" trouxe ontem a informação de que Dilma, na época presidente do Conselho de Administração da Petrobras, votou a favor da compra de 50% da refinaria em 2006, pelo valor total de US$ 360 milhões. 
 
Em resposta ao jornal, ela justificou que só apoiou a medida porque recebeu "informações incompletas" de um parecer "técnica e juridicamente falho".

O episódio gerou mal-estar na Petrobras, tensão no Executivo e corrida no Congresso para a aprovação de uma CPI em pleno ano eleitoral para investigar o caso. A compra da refinaria é investigada pelo Tribunal de Contas da União, Ministério Público do Rio e pela Polícia Federal. 
 
A principal polêmica é o preço do negócio: o valor que a Petrobras pagou em 2006 à Astra Oil para a compra de 50% da refinaria é oito vezes maior do que a empresa belga havia pago, no ano anterior, pela unidade inteira.

Além disso, a Petrobras ainda teve de gastar mais US$ 820,5 milhões no negócio, pois foi obrigada a comprar os outros 50% da refinaria. 
 
Isso porque a estatal e a Astra Oil se desentenderam e entraram em litígio. Havia uma cláusula no contrato, chamada de "Put Option", estabelecendo que, em caso de desacordo entre sócios, um deveria comprar a parte do outro.

Na nota divulgada por Dilma, a presidente afirma que o resumo executivo analisado na reunião do conselho não citava essa e outra cláusula em questão, que, se conhecidas, "seguramente não seriam aprovadas". 
 
Dois executivos da Petrobras ouvidos pela Folha afirmam que o parecer distribuído aos conselheiros não tratava especificamente das duas cláusulas porque se limitava a fazer uma defesa do negócio em si, considerado lucrativo em 2006 pelo governo e pela Petrobras.

Mas o "procedimento normal" de todos os encontros do conselho da estatal, segundo esses integrantes, prevê que, além do resumo executivo, os conselheiros também tenham à disposição o processo completo para análises antes e durante a reunião. 
 
"Ela [a presidente] poderia ter lido todo o processo mas, pelo visto, ficou só no resumo executivo", disse um dos integrantes da estatal, que pediu anonimato. Além disso, funcionários da estatal afirmam que a existência da cláusula chamada de "Put option" é comum em contratos internacionais.

Responsável pelo resumo executivo que embasou a decisão de 2006 do conselho, Nestor Ceveró, então diretor da área internacional, está sendo pressionado pelo governo a pedir demissão de seu atual cargo de diretor financeiro da BR Distribuidora. 
 
Uma possível saída do executivo, seis anos depois do episódio, alimentou a avaliação de que o governo busca um culpado pela compra, hoje tida como um "mau negócio".

O Planalto informou à Folha que a presidente só teve conhecimento das duas cláusulas que elevaram o preço do negócio em 2008. Questionado se ela não requisitou o processo completo, o governo informou simplesmente que "ela não teve acesso".

A Petrobras não quis fazer comentários oficiais sobre o caso. Tanto a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, como seu antecessor, José Sérgio Gabrielli, que comandava a estatal na época do negócio, defenderam a operação no Congresso em pelo menos três ocasiões em 2013.

Em maio do ano passado, Foster afirmou que o debate no Conselho de Administração da Petrobras é sempre intenso e a preparação para uma reunião toma "semanas de discussão". 
 
Foster não era titular do conselho na época da compra, mas afirmou que participou de algumas reuniões nos últimos 15 anos como "assistente". (Folha de São Paulo)
Entenda o caso: 

Nenhum comentário: