Corrupção
Ele operou a compra por US$ 1,1 bilhão refinaria que valia US$ 42 milhões
Publicado: 20 de março de 2014 às 8:36 Diario do Poder
Na terça, 18, a presidente Dilma Rousseff, que naquela época era ministra da Casa Civil e comandava o Conselho de Administração da Petrobrás, disse que só apoiou a compra de 50% da refinaria porque recebeu “informações incompletas” de um parecer “técnica e juridicamente falho”. Ela se referia ao “resumo executivo” de Cerveró.
No início da tarde desta quarta, Cerveró já havia deixado sua residência em direção ao aeroporto do Rio. O país de destino do ex-diretor ainda não é conhecido, segundo informa o jornal O Estado de S. Paulo.
Durante o governo Lula, a Petrobras acabou comprando por US$ 1,1 bilhão a refinaria que um ano antes havia sido adquirida por US$ 42,5 milhões. Quando esse negócio suspeito foi fechado, Sergio Gabrielli era presidente da Petrobras e a prsidenta Dilma chefiava a Casa Civil da Presidência da República e presidia o conselho de administração da Petrobras.
Histórico.
Funcionário da Petrobrás desde 1975 e com formação em engenharia química, Cerveró assumiu o posto de diretor internacional da companhia no início de 2003, primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi indicado pelo senador Delcídio Amaral (PT), dentro da cota petista de cargos na estatal. Também recebeu a bênção de José Dirceu, que naquele ano chefiava a Casa Civil.
Ainda no início de 2003, José Sérgio Gabrielli foi nomeado diretor financeiro e de relações com investidores. Em 2005, Gabrielli assumiu a presidência da empresa estatal, função que ocupou até 2012.
Em 2008, em meio a uma disputa política entre PT e PMDB na Petrobrás, Delcídio perdeu a queda de braço e Cerveró teve de deixar o cargo, que foi depois ocupado por Jorge Zelada. O seu substituto seria indicado pelo PMDB. O ex-diretor foi então deslocado para a diretoria financeira da BR Distribuidora.
Delcídio negou ontem ser o responsável pela indicação de Cerveró. “Em 2003 fui consultado pelo governo sobre o nome de Cerveró para a diretoria e não vi nenhum óbice, era um funcionário de carreira da empresa”, afirmou o petista.
Cerveró começou na Petrobrás pelo setor de refino. Foi assessor da presidência para desenvolvimento de novos negócios. Na área de gás e energia, ocupou as funções de diretor gerente e gerente de Termelétricas na Superintendência de Participações.
Suborno na Europa
Oposição defende criação de CPI da Petrobras
Oposição na Câmara pede criação de CPI para investigar a Petrobras
Publicado: 19 de março de 2014 às 22:41
A oposição na Câmara dos Deputados vai pedir acesso
ao parecer que embasou o voto favorável da presidente Dilma Rousseff à
compra de 50% da polêmica refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), pela
Petrobras.
Com discursos inflamados da tribuna da Casa, os deputados
defenderam a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para
apurar o negócio que acabou custando US$ 1,18 bilhão à estatal e está
sob investigação. “Mais do que nunca precisamos de uma CPI”, defendeu o
líder do PPS, Rubens Bueno (PR).
Em 2006 a então ministra-chefe da Casa Civil e presidente do Conselho
de Administração da Petrobras apoiou a medida porque recebeu
“informações incompletas” de um parecer “técnica e juridicamente falho”.
A aquisição da refinaria já é investigada pela Polícia Federal, Tribunal de Contas da União, Ministério Público e o Congresso por suspeita de superfaturamento e evasão de divisas. “Está cheirando mal, muito mal esse negócio”, declarou Bueno, acusando o governo de “esconder” a informação.
Os tucanos defendem que a Comissão Externa criada para acompanhar as investigações sobre suposto pagamento de propina a funcionários da Petrobras pela empresa holandesa SBM Offshore apure também a compra da refinaria de Pasadena.
“Um escândalo desse porte cabe em qualquer investigação”, afirmou o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA). Para o líder tucano, denúncias de corrupção e malversação de recursos públicos devem ser objeto de apuração dos deputados.
O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), rebateu o discurso da oposição, que acusou a presidente Dilma de participar de “negociata”.
O petista elogiou a “honestidade intelectual” da presidente no caso e desafiou os deputados que farão parte da Comissão Externa a irem além do que as autoridades brasileiras já estão investigando. “Você acha que essa comissão vai fazer melhor que a Polícia Federal? Eles vão fazer o que na Holanda?”, provocou. AE
A aquisição da refinaria já é investigada pela Polícia Federal, Tribunal de Contas da União, Ministério Público e o Congresso por suspeita de superfaturamento e evasão de divisas. “Está cheirando mal, muito mal esse negócio”, declarou Bueno, acusando o governo de “esconder” a informação.
Os tucanos defendem que a Comissão Externa criada para acompanhar as investigações sobre suposto pagamento de propina a funcionários da Petrobras pela empresa holandesa SBM Offshore apure também a compra da refinaria de Pasadena.
“Um escândalo desse porte cabe em qualquer investigação”, afirmou o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA). Para o líder tucano, denúncias de corrupção e malversação de recursos públicos devem ser objeto de apuração dos deputados.
O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), rebateu o discurso da oposição, que acusou a presidente Dilma de participar de “negociata”.
O petista elogiou a “honestidade intelectual” da presidente no caso e desafiou os deputados que farão parte da Comissão Externa a irem além do que as autoridades brasileiras já estão investigando. “Você acha que essa comissão vai fazer melhor que a Polícia Federal? Eles vão fazer o que na Holanda?”, provocou. AE
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