20/03/2014 09h01
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Processo vai apurar licitações de trens em SP, DF, RJ, RS e MG.
Decisão foi publicada no 'Diário Oficial da União' desta quinta-feira (20).
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ligado ao
Ministério da Justiça, publicou nesta quinta-feira (20) a abertura de um
processo administrativo para apurar denúncias de cartel em licitações
de trens e metrôs no DF e quatro estados: SP, RJ, DF, MG e RS. Serão
analisadas licitações entre 1998 e 2013.
Ao todo, 18 empresas e 109
funcionários dessas companhias são acusados. A abertura do processo foi
publicada no "Diário Oficial da União".
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Em nota, o Cade afirmou que provas colhidas em julho do ano passado
demonstram que "o suposto cartel teria atuado em 15 projetos licitados
pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô-SP), pela Companhia
Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), pela Companhia do Metropolitano
do Distrito Federal (Metrô-DF), pela Empresa de Trens Urbanos
(Trensurb), pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e pela
Secretaria de Estado de Transportes do Rio de Janeiro.
Ainda segundo o Cade, os projetos investigados totalizam contratos de cerca de R$ 9,4 bilhões.
A nota diz ainda que "os participantes do cartel teriam dividido as
licitações entre eles e simulado a competição nos certames, por meio,
por exemplo, da combinação prévia dos valores das propostas comerciais".
O Cade afirma também que as empresas usaram dispositivos legais, como o
consórcio, para encobrir a prática irregular. "Sob o manto de
consórcio, as acusadas teriam adotado diversas estratégias
anticompetitivas, como a definição prévia de quais empresas fariam parte
de determinado consórcio e quais participariam da licitação apenas para
apresentar propostas de cobertura", diz a nota.
Com a abertura do processo administrativo, os acusados serão intimados a
apresentar suas defesas. Ao final da instrução processual, a
Superintendência-Geral opinará pela condenação ou arquivamento e
remeterá o caso para julgamento pelo Tribunal Administrativo do Cade,
responsável pela decisão final.
Na nota, o Cade disse que o caso teve início em maio de 2013, a partir
da assinatura de um acordo de leniência celebrado entre a empresa
Siemens, delatora do conluio, e a Superintendência-Geral do Cade,
juntamente com o Ministério Público Federal.
A Siemens, que admitiu fazer parte do esquema, entregou ao Cade
documentos em que afirma que o governo paulista sabia do cartel e deu
aval à formação, que envolveria 18 empresas.
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