RENATO RIELLA
Fiz comentário mostrando o incômodo de conviver com cachorros, mas agora escrevo defendendo os direitos desses animais.
E o principal direito é o de se defender dos próprios donos, pessoas ótimas, que desfilam com seus bichinhos perfumados, despertando inveja de muitos outros seres humanos.
Vejo muitos donos bem intencionados e orgulhosos praticando torturas contra cães de todos os tamanhos. Querem ver uma?
Veterinários alertam que muitas patas de cachorros vivem queimadas pelo calor do asfalto. Enquanto donos e donas estão desfilando nas pistas asfaltadas, os pobres animais nem têm direito de chiar, torrando-se em longas caminhadas.
Veterinários também podem confirmar que muitos cachorros não têm adaptação nem condicionamento físico para percorrer caminhadas de seis ou dez quilômetros ao sol. Mas se não sabem falar, como reclamar?
Imaginem se uma garota bonita dessas fosse caminhar no Parque da Cidade com um casaco pesado e fechado de vison? Certamente seria internada como maluca. Mas o pelo dos cachorros faz o mesmo efeito perverso, amplificando o calor. E a maioria das pessoas não está nem aí para isso.
Vejo às vezes verdadeiros animais pedalando bicicletas. Ao lado, preso numa coleira, um pobre cachorro com a língua de fora.
E tenho muita pena dos animais que são levados por caras fortões, com focinheiras incômodas. Sacanagem!
Alguém já perguntou ao querido cachorro se ele preferiria ficar solto na grama do Parque, sem focinheiras, em vez de desfilar na passarela de asfalto?
Claro que não, pois os cachorros só têm obrigações – nenhum direito, a não ser se aprovaram mesmo uma lei no Congresso Nacional que proteja os animais contra os “carinhos” dos donos.
E por aí vai. Temos diversos outros exemplos, mas estes talvez sejam suficientes por enquanto.
Cachorros, rebelem-se logo! Chega de tanto abuso bem intencionado.
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