quinta-feira, 6 de março de 2014
Artigo
no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por
Luiz Antonio P. Valle
O
grande jogo mundial foi feito para se jogar. Este é seu proposito e razão de
existir. Mesmo quem não o compreende, quem não sabe jogar, acaba jogando ainda
que de forma inconsciente. A omissão é uma ação ou decisão em si, devidamente
respaldada pelo livre arbítrio.
É
um jogo com funcionamento próprio, jogado com outros parâmetros. Enquanto os
“estrategistas” brasileiros pensam de forma cartesiana, os grandes jogadores
efetivos deste jogo pensam de forma quântica. Enquanto aqui se pensa em 3D,
eles pensam em 4D.
Enquanto aqui se vê os movimentos do jogo de forma superficial e linear, eles “pensam” de forma holográfica e estão sempre vários lances adiante. Aqui se mexe um peão por vez no tabuleiro, lá eles movem a rainha, o bispo e o cavalo simultaneamente. As regras são outras. Não existe paixão, existe o jogo.
Enquanto aqui se vê os movimentos do jogo de forma superficial e linear, eles “pensam” de forma holográfica e estão sempre vários lances adiante. Aqui se mexe um peão por vez no tabuleiro, lá eles movem a rainha, o bispo e o cavalo simultaneamente. As regras são outras. Não existe paixão, existe o jogo.
No final da década de 60, e inicio de 70, dos países do BIRC (sem S mesmo) o Brasil era o que apresentava, junto com a URSS na época (em versão menor a atual Rússia), a melhor situação. Crescia economicamente a taxas elevadas, possuía um parque fabril bem instalado, desenvolvia tecnologia, detinha controle sobre os ativos estratégicos (telecomunicações, petróleo, mineração, energia, bancos, etc....), tinha uma pujante indústria bélica em desenvolvimento e Forças Armadas respeitadas em todo o continente. Não se vislumbrava no hemisfério sul rival a altura. Qual o quadro atual? Todos sabem. Pelos frutos se conhece a árvore.
China,
Rússia e Índia tem hoje uma economia forte, mas o mais importante, capacidade
bélica de dissuasão às pretensões contrárias, capazes de defender seus
interesses estratégicos e ter sua opinião ouvida e respeitada nos fóruns
internacionais. Não estão de joelhos, submissos. E o Brasil, como está?
Ainda
que com tecnologia e recursos adequados se possa rapidamente obter alguma
capacidade nuclear, e alterando certos dispositivos de uma rede obter armas
escalares, este não parece ser o caminho disponível para a nação brasileira de
imediato, ainda que tecnicamente possível. O que aconteceu, ou melhor, o que
não aconteceu?
Os
orientais sempre tiveram, em razão de sua cultura, facilidade para o pensamento
abstrato. Conseguem pensar fora da caixinha. Ademais, tem uma paciência muito
grande para observar um processo e aprender com ele. E foi o que fizeram.
Assim, no caso em tela, notadamente chineses e indianos, perceberam como funciona o jogo, como as peças são movidas no tabuleiro segundo as dicas antecipadas e ao ritual estipulado, e procuraram tirar proveito dele. Ocuparam seu espaço vital. E o Brasil? Continua desnorteado, perdendo tempo precioso, sem entender como as coisas se passam.
Assim, no caso em tela, notadamente chineses e indianos, perceberam como funciona o jogo, como as peças são movidas no tabuleiro segundo as dicas antecipadas e ao ritual estipulado, e procuraram tirar proveito dele. Ocuparam seu espaço vital. E o Brasil? Continua desnorteado, perdendo tempo precioso, sem entender como as coisas se passam.
No
Brasil os fatos se desenrolaram desta forma porque o maior ignorante (no sentido
de ignorar) é aquele que pensa que sabe. Logo, não procura aprender. É
apressado e come cru, segundo o velho adágio.
Infelizmente,
nos centros estratégicos brasileiros a humildade nunca foi a tônica, e o
resultado está aí. Jamais foram capazes de um diálogo à altura com os reais
príncipes em seus acampamentos, com os lords em sua cidadelas, com o bispo em
seu santuário ou com as rainhas em seus palácios. Não compreendem a linguagem,
não decifram os signos, tem ouvidos mas não ouvem, tem olhos mas não enxergam.
Tentando ser soberanos tornaram-se vassalos.
O
Poder procura meios para se expressar, mas ao longo da história não encontrou
muitos interlocutores à altura em terras tupiniquins. Não se expressando acaba
por manter submisso a outros poderes àquilo que poderia ser sua expressão.
A
defesa dos interesses nacionais passa por uma expansão de visão, por uma
compreensão mais acurada da atualidade, por fazer alianças, por ouvir mais e
gabar-se menos, por ceder agora para conquistar depois. Aquilo que alguns
chamam de Mal, sob outro ponto de vista, pode ser o Bem.
É necessário abraçar a sabedoria, e deixar ir a vaidade.
Alargar a visão. Ser espectador e ator simultaneamente. Estamos num momento estrategicamente delicado da história nacional. As decisões, ou falta delas, vão repercutir de forma enfática no futuro da nação.
Jogando
ou não o jogo continua...
Luiz Antonio Peixoto Valle é Administrador
de Empresas.
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