RENATO RIELLA
Já escrevi aqui que a presidente Dilma Rousseff está pessimamente orientada nas suas relações com o PMDB – mas esse problema só cresce a cada momento. É uma trapalhada atrás de outra.
Só resta a Dilma, com muita humildade, negociar desde já para garantir a presença do PMDB na sua campanha em segundo turno. Mas nem isso ela está sabendo fazer.
As pesquisas indicam hoje que Dilma vencerá a eleição de 5 de outubro em primeiro turno, com facilidade. Dificilmente Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) conseguirão crescer tanto para levar a eleição para segundo turno.
Mas há a ameaça de crescimento dos pequenos candidatos e o nome lançado pelo Psol, senador Randolfe, em algum momento pode ter percentual de votos para abalar a segurança da atual presidente.
Nos meios militares surge perspectiva de candidato próprio e o atual presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, revoltado com as últimas reviravoltas do Mensalão, pode surgir também como azarão. Se tudo isso acontecer, haverá segundo turno.
Assim, o PMDB é vital para Dilma, mas ela praticamente perdeu o partido em todos os estados.
Já mostrei aqui que o caso mais grave é o do Ceará, onde o senador Eunício Oliveira está forte para ser o futuro governador, mas vem sendo tratado com desprezo pelo Palácio do Planalto e pelos petistas de maneira geral.
Eunício é líder do PMDB no Senado, tem vida pessoal independente (é riquíssimo) e domina administrativamente o partido como ninguém. Além disso, tem postura agressiva, com perfil orgulhoso de nordestino, do tipo que não leva desaforo para casa.
Com situações semelhantes a esta do Eunício sendo mal conduzidas, o PMDB pode até abrir mão de indicar o eterno presidente Michel Temer como candidato a vice na chapa de Dilma.
Sem o PMDB num eventual segundo turno, Dilma certamente perderá a eleição. Este é o dilema, ainda não entendido na sua profundidade pelos estrategistas do Palácio do Planalto. Pode dar zebra.
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