Naira Trindade
Publicação: 12/04/2014 06:04 Atualização: 11/04/2014 22:37 Correio Braziliense
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, minimizou os ataques sofridos por ativistas petistas na madrugada de sábado passado na saída do bar Frederic Chopin, na 406 sul, em Brasília. Cordial com jornalistas, ontem, em evento do Poder Judiciário em Salvador, o ministro disse ter encarado com “absoluta naturalidade” a manifestação de militantes do PT, que o chamaram de “corrupto”, “autoritário” e “projeto de ditador”. “Eu nem notei (a aproximação dos militantes petistas), quando fui notar, já estava dentro do carro. Foi quando eu vi que eram três, quatro pessoas se manifestando. O Brasil é uma democracia, faz parte das liberdades”, disse Barbosa.
Na noite do incidente, o magistrado escutou calado os xingamentos dos manifestantes. A única reação aconteceu quando foi chamado de corrupto. Barbosa se virou para os petistas e perguntou: “Corrupto, eu?”.
Para o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), João Ricardo Costa, apesar de o direito à liberdade de expressão estar assegurado pela Constituição, é preciso haver respeito da sociedade em relação às ações de magistrados.
“Quando se julga um processo da magnitude do mensalão, há um embate de interesses que agrada a uns e desagrada a outros. Mas não é de se admitir que um juiz sofra qualquer pressão de forma pessoal. A opinião (das pessoas) é importante, e precisa ser externada, mas não pode extrapolar os limites democráticos”, diz.
Assessor de deputada do PT, pago com dinheiro público, hostiliza Joaquim Barbosa
Abaixo,
reproduzo uma reportagem de Gabriel Castro, da VEJA.com. Há um vídeo
que o acompanha. Em casos assim, quando as pessoas percebem a burrada
que fizeram, tiram o material do ar. Se, no entanto, já está em outro
arquivo, costumam apelar ao YouTube para fazê-lo — com a suspensão da
conta de quem o publicou. O vídeo, insisto nesta questão, é de interesse
jornalístico. Se há quem hostilize, com intimidação física, o
presidente de um dos Poderes da República porque não aceita que tenha
exercido suas prerrogativas, a informação não pode desaparecer — ou está
caracterizada censura.
Leiam a reportagem.
Um
vídeo publicado na internet mostra um assessor parlamentar da deputada
Érika Kokay (PT-DF) hostilizando o presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), Joaquim Barbosa, em Brasília. Ao lado dele, outras duas
militantes petistas ressentidas com as condenações do mensalão insultam o
ministro. “Autoritário”, “projeto de ditador” e “tucano” são alguma das
palavras utilizadas pelo pequeno grupo, em meio a loas ao
ex-ministro-presidiário José Dirceu.
As
imagens foram feitas pelos próprios petistas na saída de um bar e
publicadas na internet. Não é possível saber se o presidente do STF
deixou o local por causa do protesto ou se os manifestantes só agiram
quando ele já estava a caminho do carro.
O
vídeo foi gravado e protagonizado pelo conhecido baderneiro Rodrigo
Grassi Cademartori, autointitulado “Rodrigo Pilha”. Uma espécie de
petista-playboy, ele se ocupa principalmente de duas tarefas: uma é
repetir chavões para intimidar, inclusive fisicamente, qualquer um que
avalie ser adversário do PT. A outra é divulgar suas fotos em momentos
de lazer – pilotando uma lancha, por exemplo.
Defensor
da ditadura cubana, Grassi comandou a tropa que hostilizou a blogueira
Yoani Sánchez quando ela visitou o Congresso Nacional, iniciou uma
confusão após provocar o ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e ajudou a
organizar “protestos” contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP).
Também fez questão de passar o dia na porta da Superintendência da
Polícia Federal quando os mensaleiros se entregaram no ano passado.
Uma
de suas estratégias é insuflar manifestantes em protestos, sem que
fique evidente a ligação dos atos com o PT e o gabinete de Érika Kokay.
As duas mulheres que também hostilizam Barbosa no vídeo são Andreza
Xavier e Maria Luiza Rodrigues, amigas do assessor parlamentar.
Na
descrição do vídeo que publicou com a perseguição a Barbosa, Grassi
define o presidente do STF como “fascista” e, orgulhosamente, anuncia
que o colocou “para correr”. No vídeo, em português sofrível, ataca:
“Ele precisa (sic) de andar com muitos seguranças”.
Grassi
recebe da Câmara dos Deputados cerca de 4.800 reais por mês. Porque o
militante-profissional continua sendo bancado pelo dinheiro público é
uma pergunta que a deputada Érika Kokay deveria responder.
Reinaldo Azevedo - Veja Online
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