quarta-feira, 23 de abril de 2014

Clésio Andrade desiste da pré-candidatura ao governo de MG


23/04/2014 15h42 - Atualizado em 23/04/2014 17h15


PMDB vai se coligar ao PT, que tem como pré-candidato Pimentel.
Senador afirmou que aliança é necessária para eleger parlamentares.

Do G1 MG

O senador Clésio Andrade.  (Foto: Bruno Peres/CB/D.A Press) 
O senador Clésio Andrade. 
 
O senador Clésio Andrade (PMDB) anunciou, nesta quarta-feira (23), a desistência da pré-candidatura ao governo de Minas Gerais. O partido informou que o político aceitou a decisão da legenda, que vai se coligar ao PT na eleição de outubro para o governo de Minas Gerais. O Partido dos Trabalhadores tem como pré-candidato Fernando Pimentel.


Em nota, o senador afirmou ter tomado a decisão por se preocupar com as eleições de seus amigos parlamentares, deputados estaduais e federais, que necessitam da aliança entre os dois partidos para se reelegerem. Procurados pelo G1, representantes do senador não quiseram comentar se a decisão está relacionada ao julgamento do mensalão tucano. Clésio Andrade é um dos réus do processo e será julgado pelo Supremo Tribunal Federal. 

De acordo com o Ministério Público, o esquema desviou recursos públicos para a campanha eleitoral de Eduardo Azeredo, do PSDB, em 1998.

O secretário geral do PMDB e deputado estadual Sávio Souza Cruz disse que o deputado federal e presidente do PMDB Antônio de Andrade é o pré-candidato a vice-governador ao lado de Pimentel. Para o Senado, a chapa deverá anunciar o empresário Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente José de Alencar. “A aliança une forças pra um objetivo comum que é chegar ao governo de Minas e levar uma representação de Minas ao Senado. São nossos propósitos maiores. São os dois maiores partidos mineiros e brasileiros, então há um significado muito grande”, disse.

Mensalão tucano

 
De acordo com o Ministério Público, no esquema do mensalão tucano, empresas públicas de Minas Gerais usaram como justificativa eventos esportivos para desviar recursos para a SMP&B, empresa de Marcos Valério. Alguns dos eventos foram o Campeonato Mundial de Supercross Etapa Brasil 1999/2000, o Iron Biker – O Desafio das Montanhas, e o Enduro Internacional da Independência.


Estes eventos foram usados como pretexto para que as estatais Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig), Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e o extinto Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) repassassem verba para a agência de publicidade de Marcos Valério e dos dois ex-sócios. Este dinheiro seria usado “clandestinamente” à campanha de reeleição de Azeredo ao governo de Minas. Conforme a denúncia, a estimativa é de R$ 3,5 milhões desviados – R$ 9,3 milhões em valores atualizados.

Quinze pessoas foram denunciadas, dentre elas, Eduardo Azeredo (PSDB), que renunciou ao mandato de deputado-federal em fevereiro deste ano, o senador Clésio Andrade e o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, que teve o processo prescrito em janeiro deste ano ao completar 70 anos.

O processo do senador Clésio Andrade permanece no Supremo Tribunal Federal (STF), pelo foro privilegiado. Os demais, nove pessoas atualmente, serão julgados pela Justiça Mineira, inclusive o ex-deputado Eduardo Azeredo, que perdeu o foro ao renunciar.
 

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