Crime
organizado – Secretário-geral da Presidência da República e defensor de
uma guerra social como solução para a permanência do PT no poder
central, Gilberto Carvalho jamais
convenceu, com suas baboseiras sacristãs, sobre a morte de Celso
Daniel, então prefeito de Santo André e que foi brutalmente assassinado
porque discordou da forma com o partido arrecadava propinas na cidade e
da destinação dada ao dinheiro.
Durante
audiência pública na Comissão de Segurança Pública e Crime Organizado
da Câmara dos Deputados, na quarta-feira (9), Carvalho foi duramente
interpelado pela deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP), que vivenciou
o esquema criminoso e truculento que se instalou em Santo André, com a
aquiescência do agora todo-poderoso do Palácio do Planalto.
Em
sua fala, Gabrilli acusou Gilberto Carvalho de ser o arrecadador da
propina cobrada de empresários de ônibus em Santo André. ”O senhor
sempre foi conhecido como o homem do carro preto”, disse a deputada ao
secretário da Presidência. “Era a pessoa que realmente pegava essa
coleta de dinheiro extorquido de empresários e levava para o capo, como
era conhecido o José Dirceu. Isso eu não li. Isso eu vivenciei”,
completou Mara Gabrilli.
A
parlamentar em momento algum falto com a verdade em sua corajosa
participação na audiência pública, tendo, inclusive, afirmado que o seu
pai, à época dono de uma empresa de ônibus na cidade do ABC paulista,
era extorquido mensalmente “por uma gangue”, referência ao grupo
comandado, segundo a deputada, por Klinger de Souza (subsecretário de
Celso Daniel), Ronan Maria Pinto (atualmente dono do Diário do Grande
ABC) e Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra”, acusado pelo Ministério
Público paulista de ser o mandante do crime.
Mara
Gabrilli pode ter esquecido, talvez não tenha vivenciado os fatos, mas a
coleta do dinheiro da propina era feito regularmente por pessoas que
chegavam às empresas de ônibus a bordo de um carro preto. Fora isso, os
arrecadadores, depois de acomodados na sala onde se dava o pagamento,
colocavam armas de fogo sobre a mesa, em clara atitude intimidatória.
O
esquema criminoso que se alastrou por Santo André era tão acintoso, que
pessoas de confiança dos marginais que estavam na prefeitura da cidade
passaram a trabalhar nas empresas de ônibus, condição para que as mesmas
pudessem funcionar sem qualquer problema. Esses prepostos da bandidagem
local eram obrigados não apenas a controlar o movimento financeiro das
empresas, mas também a cobrar propina de terceiro que pretendiam vender
produtos ou prestar serviços aos empresários do setor.
Celso
Daniel foi sequestrado depois de sair de um restaurante na capital
paulista. Levado para o cativeiro, em cidade da Grande São Paulo, onde
foi brutalmente torturado, o então prefeito foi encontrado morto em uma
estrada vicinal de Juquitiba, cidade à beira da rodovia Régis
Bittencourt.
O
petista só teve um fim trágico porque discordou da forma descontrolada
como a propina vinha sendo cobrada dos empresários da cidade. Fora isso,
Celso Daniel se desentendeu com alguns companheiros de legenda por
causa da destinação que era dada ao dinheiro imundo, que em tese
serviria para financiar a campanha presidencial de Lula, em 2002, mas
acabou sendo utilizado na compra de luxuosas casas de veraneio em
conhecidas cidades no entorno da capital paulista.
Não
custa lembrar que o gerente financeiro do Mensalão do PT, Marcos
Valério Fernandes de Souza, afirmou em depoimento que foi procurado por
pessoas ligadas ao PT, as quais exigiram R$ 6 milhões para interromper a
investigação da morte de Celso Daniel que vinha sendo feita por um
órgão de imprensa.
As gravações telefônicas do caso, divulgadas à época com exclusividade peloucho.info,
provam que o esquema de cobrança de propina saiu do controle, tendo se
transformado em ação típica de grupos mafiosos que não medem
consequência para alcançar seus objetivos. Meses após a morte de Celso
Daniel, contas bancárias no exterior registraram misteriosas
movimentações, sem que as autoridades tenham solicitado informações
sobre o caso a autoridades internacionais.
Confira
abaixo os principais trechos das gravações telefônicas do caso Celso
Daniel, divulgadas à época com exclusividade pelo ucho.info. Em uma
delas, o atual ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da
Presidência da República, e Ivone Santana tratam a morte de Celso Daniel
com frieza.
10 de abril de 2014ucho.info
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