segunda-feira, 7 de abril de 2014

Mercado prevê mais inflação e menos crescimento econômico em 2014


07/04/2014 08h31 -

Expectativa para o IPCA deste ano sobe para 6,35%, próxima do teto.


Para o PIB, previsão do mercado cai de 1,69% para 1,63% em 2014.

 

Alexandro Martello Do G1, em Brasília
 

Para o fechamento de 2014, a previsão dos analistas para a taxa de juros permaneceu em 11,25% ao ano
As expectativas dos economistas dos bancos para a economia brasileira pioraram na semana passada. Segundo o boletim Focus, relatório divulgado pelo Banco Central com as estimativas das instituições financeiras, a previsão para o PIB deste ano ficou menor, enquanto a estimativa de inflação cresceu.

De acordo com o levantamento do BC, feito com mais de 100 bancos, a previsão para o IPCA (considerado a "inflação oficial" do país) de 2014 passou de 6,3% para 6,35%. Foi a quinta elevação consecutiva deste indicador. Para 2015, a expectativa dos analistas para a inflação avançou de 5,80% para 5,84%.

Com o novo aumento na previsão para o IPCA deste ano, a estimativa do mercado financeiro para a inflação de 2014, portanto, se aproxima mais ainda do teto de 6,5% vigente no sistema de metas. Nos últimos quatro anos, a inflação tem oscilado ao redor de 6%. Em 2010, somou 5,91%, passando para 6,50% em 2011, para 5,84% em 2012 e para 5,91% no último ano.

Sistema de metas

Pelo sistema que vigora no Brasil, o BC tem que calibrar os juros para atingir metas preestabelecidas, tendo por base o IPCA. Para 2014 e 2015, a inflação tem de ficar em 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

A perspectiva do mercado financeiro é que a alta de juros, realizada na semana passada pelo Banco Central, não seja a última elevação no ano da taxa básica da economia brasileira – que vem avançando desde abril do ano passado para conter pressões inflacionárias. Para o fechamento de 2014, a previsão dos analistas para a taxa de juros permaneceu em 11,25% ao ano e, para o final de 2015, ficou estável em 12% ao ano.

Crescimento do PIB

Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014, a previsão dos economistas recuou de 1,69% para 1,63% na última semana. Foi o segundo recuo seguido deste indicador.

O crescimento previsto para 2014 segue abaixo do estimado no orçamento federal – de 2,5% – e também está menor do que a previsão feita pelo BC no mês passado (2%). Para 2015, a perspectiva de expansão da economia brasileira, feita pelos analistas do mercado financeiro, ficou inalterada em 2% de alta.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz.

Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros

Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2014 recuou de R$ 2,46 para R$ 2,45 por dólar. Para o fechamento de 2015, a estimativa dos analistas dos bancos para o dólar permaneceu em R$ 2,55.

A projeção para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2014 caiu de US$ 4,25 bilhões para US$ 4 bilhões na semana passada. Para 2015, a previsão de superávit comercial permaneceu em US$ 10 bilhões.


Para 2013, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil subiu de US$ 59 bilhões para US$ 60 bilhões. Para 2015, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros ficou inalterada em US$ 55 bilhões.

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