segunda-feira, 7 de abril de 2014

Na era Lula, André Vargas aumentou patrimônio 50 vezes


Jorge Oliveira
 

 
Publicado: 6 de abril de 2014 às 22:32
     
     
Brasília – Um burocrata da Câmara, com a caneta cheia de tinta, decidiu, isoladamente, arquivar a representação do Psol contra o deputado André Vargas, do  Paraná, amigo íntimo do doleiro Alberto Youssef de quem usava o jatinho de luxo para conhecer as praias do Nordeste com a família.

É assim que funciona o corporativismo em Brasília: todos, na Casa, lutam pela sobrevivência.

Afinal de contas, amanhã pode ser o próprio presidente da Câmara, Luiz Henrique Alves, alvo também de escândalo, motivo pelo qual o teria levado a se omitir deixando para o burocrata a decisão pelo arquivamento da sindicância que pede investigação sobre o envolvimento de Vargas com o submundo do crime financeiro.

André Vargas reclama do fogo amigo. Anda pelos corredores da Câmara acusando o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de responsável pelo vazamento da informação sobre  sua parceria com Youssef e o seu envolvimento com os negócios escusos do doleiro nos ministérios.

Ele acha que foi metralhado pelos dilmistas depois que iniciou o “Volta, Lula”, campanha que pedia a substituição da Dilma por Lula nas eleições deste ano. O governo teria divulgado a sua ligação com o doleiro para silenciar seus apelos e desestimular outros dissidentes ao movimento que ele começou.

Agora, Vargas sabe quem ainda manda no país.

O deputado, porém, não está livre da cassação. O PSDB e o DEM anunciaram que vão entrar com uma representação contra ele no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar.

Querem que ele explique como circulava pelos céus do Brasil no avião do doleiro e o lobby que fazia no Ministério da Saúde para arrancar de lá um contrato de 35 milhões de reais que tinha em Youssef principal interessado na negociata. Vargas certamente terá dificuldades para esclarecer a sua amizade e os negócios que mantinha com o crime organizado, como revelou a Veja desta semana divulgando diálogo suspeito entre ele e o doleiro. Outra dificuldade é convencer seus pares que não enriqueceu ilicitamente.

De um Monza 1993, avaliado em 9 mil reais, André Vargas viu seu patrimônio crescer 50 vezes em 10 anos. A multiplicação dos pães começou quando ele entrou na política como vereador em 2010. De lá pra cá, o sonho de ficar rico na política se concretizou.. E se consolidou quando ganhou a cadeira de deputado federal em 2006.

Aí, sim, saiu definitivamente da linha da pobreza. Entre 2006 e 2010, Vargas comprou um terreno de 100 mil reais, outra casa e um lote em Londrina. Nas eleições de 2010, o deputado fazia inveja aos seus eleitores. Desfilava pelas ruas da sua cidade com três caminhonetas: Toyota Hilux, GM Tracker e Hyundai Vera Cruz. Além disso, se diz hoje dono de duas empresas e guarda na Caixa Econômica Federal reservas de 56 mil reais.

Veja se isso não é um milagre: em 2000, quando entrou na política como vereador, o deputado informou à Justiça Eleitoral patrimônio de 2 mil 500 reais. Em 2010, na sua última eleição, o valor declarado foi de 572 mil reais.

Não é à toa que o deputado torce tanto pelo “Volta, Lula”!

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