Teori Zavascki, nomeado por Dilma, toma decisão que favorece Dilma,
uma das envolvidas na compra e venda escandalosa de Pasadena. Nestor
Cerveró e Paulo Roberto Costa agradecem ao agradecido ministro.
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal
(STF), determinou nesta segunda-feira, em decisão liminar, a liberdade do
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso na Operação
Lava-Jato, da Polícia Federal. Zavascki também suspendeu todos os inquéritos
relacionados à operação policial e as ações penais já abertas na Justiça
Federal do Paraná contra investigados, entre eles o doleiro Alberto Youssef,
pivô do megaesquema de lavagem de dinheiro.
Além de interromper os inquéritos relacionados à operação
Lava-Jato, a liminar ordena a suspensão de todos os mandados de prisão já
expedidos no curso das investigações e determina a remessa imediata dos autos
para o Supremo Tribunal Federal.
Para a defesa de Paulo Roberto Costa, o processo todo
deveria ter sido enviado de imediato à mais alta Corte do país por conta das
suspeitas de participação de parlamentares, que têm direito a foro
privilegiado, no esquema investigado pelas autoridades policiais. “Antes mesmo
da realização das buscas e apreensões, os autos já forneciam elementos
concretos que apontavam para o suposto envolvimento de membros do Congresso
Nacional”, argumentaram os advogados do ex-diretor da Petrobras no pedido
analisado por Zavascki.
Deputados – No curso das investigações, interceptações
telefônicas atingiram os deputados federais André Vargas (PR) e Luiz Argôlo
(SDD-BA). Ambos já respondem a processo no Conselho de Ética da Câmara e podem
perder os mandatos pela estreita relação que
mantinham com Youssef.
Além de Costa e Youssef, a liminar de Zavascki garante
liberdade aos doleiros Nelma Kodama, Raul Srour e Carlos Habib Chater. Também
deverá ser beneficiado René Luiz Pereira, um dos envolvidos no esquema que
tinha sido preso por tráfico internacional de drogas. Até o momento, 42 pessoas
tinham sido denunciadas pelo Ministério Público Federal por envolvimento com o
esquema de lavagem de 10 bilhões de reais investigado pela Polícia Federal.
Mesmo com a determinação de soltura de todos os presos,
Zavascki fez uma ressalva: para não atrapalhar as investigações, eles não podem
se ausentar das cidades onde residem e devem entregar seus passaportes no prazo
de 24 horas. O ministro ordenou, ainda, o envio por fax da decisão para as
autoridades encarregadas do caso – PF e Ministério Público –, para cumprimento
imediato das decisões. (VEJA)
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