Publicação: 19/05/2014 05:59 Correio Braziliense
Na metafísica, impenetrabilidade é a propriedade pela qual dois corpos não podem ocupar simultaneamente o mesmo lugar no espaço. Seguindo a teoria, na aviação, quando uma aeronave e um pássaro disputam a mesma área, aumenta o risco de uma colisão entres eles. Há 11 dias, um avião da Tap Portugal que saía do Aeroporto Internacional de Brasília com destino à capital portuguesa colidiu com um pássaro minutos após a decolagem. Ninguém ficou ferido, mas o piloto optou por retornar à base. Os passageiros tiveram de passar a noite em Brasília.
Aeronave se aproxima do aeroporto internacional de Brasília: lixão e pelo menos quatro espécies de aves oferecem perigo em pousos e decolagens |
Em 2014, 12 ocorrências no terminal aeroviário foram registradas no Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). A Inframerica, concessionária responsável pelo aeroporto, relata 10 colisões.
Apesar de o número parecer pequeno, a capital do país ocupa o primeiro lugar no levantamento mais recente do Cenipa, que analisou episódios dessa natureza em 44 terminais brasileiros, incluídos os militares (veja Quadro).
Em 2012, foram 115 casos no DF. Em 2013, 98. Dados de 2011 da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) revelam que os prejuízos das companhias com esse tipo de acidente ultrapassam os US$ 5 bilhões.
Para o especialista em aviação civil Adyr da Silva, duas causas determinam o incremento no número de colisões: o alto movimento de aviões e as condições ambientais em torno dos aeroportos. “A ocorrência de ações ou de atividades irregulares que não são coibidas causa um processo de alimentação das aves, que se proliferam. No Brasil, de um modo geral, existe uma negligência do governo em acabar com as atividades nocivas à aviação em áreas interditadas pela legislação ambiental”, critica.
Em 2012, foi sancionada a Lei nº 12.725, que reconhece como Área de Segurança Aeroportuária o espaço num raio de 20km a partir do centro da posta de pouso e decolagem. Isso quer dizer que, nesse espaço, está proibida a instalação de lixões, abatedouros, frigoríficos e mercados.
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