domingo, 11 de maio de 2014

O PT privatizou o estado todo: o avanço do parasita




Em sua coluna de hoje no GLOBO, Guilherme Fiuza afirma que a Petrobras já foi privatizada. A presidente Dilma foi à televisão falar das ameaças de privatização da nossa maior estatal, mas ignora que ela já não é mais uma empresa pública de todos os brasileiros; pertence, na prática, a um seleto grupo de poderosos, liderados justamente pelo PT.

Uma empresa que torra meio bilhão de dólares sem mais nem menos em uma aquisição pra lá de suspeita, e que depois o próprio PT faz de tudo para impedir mais investigações, pertence ao povo? Uma empresa que perde metade de seu valor de mercado para poder contribuir com uma inflação artificialmente mais baixa, só para ajudar a perpetuar o PT no poder, pertence ao povo? Uma empresa que libera saque de US$ 10 milhões de uma conta no exterior só com autorização verbal, como se fosse uma quitanda, pertence ao povo brasileiro?

Fiuza vai além e lembra que não só a Petrobras, como outras estatais já foram usadas pelo PT para seus fins particulares. Trata-se, na verdade, de uma privatização de todo o estado por uma patota, tudo em nome do “bem-geral”. Fiuza conclui:

O Brasil está satisfeito com o padrão petista de concubinato estatal (em comunhão de bens). A privatização do Banco do Brasil pelo valerioduto, por exemplo, encheu o PT de dinheiro público e foi saudada pela nação com a reeleição de Lula. A entrega do PAC à conexão Delta-Cachoeira foi chancelada com aprovação recorde a Dilma em 2012. A CPI do Cachoeira, aliás, não levou às ruas um gato pingado com cartolina de protesto. A mulher do bicheiro virou musa, e a farra dos superfaturamentos no Ministério dos Transportes retornou no ano seguinte, nova em folha. A CPI da Copa, que trataria da privatização do BNDES na jogada dos estádios bilionários, foi engavetada pelo Congresso — sem nenhuma alma penada gritando que não vai ter Copa.

É claro que, com todas essas privatizações estatais do governo popular, está ficando difícil fechar as contas públicas (mesmo com a maquiagem contábil). Mas não tem problema. O ministro da criatividade fazendária, Guido Mantega, já anunciou que pode haver um aumento de impostos sobre bens de consumo. Perfeito. O contribuinte precisa ser chamado a completar o caixa, porque os sócios de Youssef não podem morrer de fome.

Agindo assim, o governo Dilma está em consonância com a coqueluche mundial dos progressistas, o best-seller “O capital no século XXI” — obra de mais um autor da bondosa esquerda francesa. Basicamente, ele propõe mais impostos para quem consegue juntar dinheiro. É isso aí. Preservem Youssef, Rousseff e demais companheiros do povo. Como diria Thatcher, o socialismo será eterno enquanto durar o dinheiro dos outros.

Por falar em Piketty, Kenneth Rogoff, em artigo no mesmo jornal, comenta o sucesso de seu livro, que caiu nas graças da esquerda mundial. Em tom um tanto benevolente, Rogoff lembra que a desigualdade pode até ter aumentado dentro de países ricos, o que faz do livro do francês um sucesso entre a classe média desses países, mas não entre os diferentes países. O capitalismo tornou os pobres menos pobres, principalmente com a adesão da China no mercado globalizado. Rogoff alerta para o risco de medidas contra a desigualdade nesses países ricos prejudicarem os mais pobres do mundo:

Ao aceitar a premissa de Piketty, de que a desigualdade importa mais que o crescimento, é preciso lembrar que muitos nos países em desenvolvimento dependem do crescimento dos países ricos para ajudá-los a escapar da pobreza. O problema número um deste século continua a ser ajudar os mais pobres na África e fora dela. A elite do 0,1% deve pagar mais impostos, mas não esqueçamos que, quando se trata de reduzir a desigualdade mundial, o sistema capitalista teve três décadas de desempenho impressionante.

Há controvérsias se a elite do 0,1% deve pagar mesmo ainda mais impostos, pois é falacioso que paga pouco. Mas é inquestionável que taxar os mais ricos em geral dos países desenvolvidos iria apenas estancar seu crescimento e afetar negativamente os países mais pobres.

Mas a esquerda não liga para isso. Seu objetivo, tão bem ilustrado pelo PT no Brasil, é privatizar o estado para si. Essa gente sofre de estatolatria, adora viver à custa do esforço e do trabalho alheio. Há uma espécie de bicho que tem exatamente tal característica: chama-se parasita.

Rodrigo Constantino

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