Quanto mais se aproxima a Copa do Mundo, mais forte torna-se
a pressão social no país. Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e
pelo menos mais quatro grandes cidades voltaram a registrar manifestações nos
últimos dias. Servidores públicos ameaçam deflagrar greve geral a dois dias da
abertura do Mundial. Sindicatos de trabalhadores civis também estão mobilizados
para aproveitar a ocasião e cobrar reajustes salariais e direitos diversos.
Mais grave: toda a insatisfação popular canalizada para as ruas desde junho do ano passado continua em alta. Sem o atendimento das reivindicações nem o encaminhamento de soluções plausíveis, a tendência é de nova onda de protestos. Com a autoridade de responsável pela segurança pública, o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, apelou para que as manifestações sejam pacíficas. Mas, no momento em que fazia o pedido, na quinta-feira, ônibus eram depredados no Rio, onde motoristas e cobradores mantinham apenas 30% da frota em circulação.
É preciso mais do que discurso. Como também é necessário mais do que manter tropa de contingência para eventualidades. Nota-se, ainda, que o périplo do secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, numa tentativa de entendimento com movimentos sociais país afora, não tem dado o retorno esperado. Ele próprio admitiu que o governo demorou a estabelecer o diálogo. Agora, o tempo urge. E não há saída, exceto em incansáveis negociações, com pauta propositiva, sobre bases reais. Ou se toma providência logo, ou o Estado ficará cada vez mais acuado, até o limite da aplicação da força, de todo desaconselhável.
A situação dos servidores públicos é caso à parte. Primeiro, porque a cobrança salarial é pela antecipação de reajuste de 5% previsto em acordo para ser concedido em janeiro de 2015. Segundo, porque o direito de greve da categoria é assunto jamais resolvido. Pela particularidade do atendimento a diversos setores da sociedade - muitos dos quais essenciais -, esse instrumento, embora tão legítimo quanto para qualquer outra classe de trabalhadores, merece regulamentação especial. Terceiro, que a decisão sobre a transformação do indicativo de paralisação, já aprovado, em greve de fato, será tomada em assembleia marcada para 30 de maio - portanto, a 13 dias da Copa.
Está óbvio o uso do poder de fogo, ou de barganha, conferido pelo Mundial à população. Por sua vez, é também evidente o despreparo das autoridades no trato das várias questões em jogo. O que os black blocs trouxeram à tona um ano atrás só foi novidade pela violência exacerbada.
No mais, todos sabiam da insatisfação latente com os serviços públicos - do transporte à saúde, da educação à segurança. Pois o que ocorreu de lá para cá? O aumento do dissabor com governantes e políticos em geral. Inclusive pela percepção de que o tal padrão Fifa não se fez presente nem nas obras carimbadas pela Federação Internacional de Futebol, igualmente desgostosa com atrasos e improvisos.
Mais grave: toda a insatisfação popular canalizada para as ruas desde junho do ano passado continua em alta. Sem o atendimento das reivindicações nem o encaminhamento de soluções plausíveis, a tendência é de nova onda de protestos. Com a autoridade de responsável pela segurança pública, o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, apelou para que as manifestações sejam pacíficas. Mas, no momento em que fazia o pedido, na quinta-feira, ônibus eram depredados no Rio, onde motoristas e cobradores mantinham apenas 30% da frota em circulação.
É preciso mais do que discurso. Como também é necessário mais do que manter tropa de contingência para eventualidades. Nota-se, ainda, que o périplo do secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, numa tentativa de entendimento com movimentos sociais país afora, não tem dado o retorno esperado. Ele próprio admitiu que o governo demorou a estabelecer o diálogo. Agora, o tempo urge. E não há saída, exceto em incansáveis negociações, com pauta propositiva, sobre bases reais. Ou se toma providência logo, ou o Estado ficará cada vez mais acuado, até o limite da aplicação da força, de todo desaconselhável.
A situação dos servidores públicos é caso à parte. Primeiro, porque a cobrança salarial é pela antecipação de reajuste de 5% previsto em acordo para ser concedido em janeiro de 2015. Segundo, porque o direito de greve da categoria é assunto jamais resolvido. Pela particularidade do atendimento a diversos setores da sociedade - muitos dos quais essenciais -, esse instrumento, embora tão legítimo quanto para qualquer outra classe de trabalhadores, merece regulamentação especial. Terceiro, que a decisão sobre a transformação do indicativo de paralisação, já aprovado, em greve de fato, será tomada em assembleia marcada para 30 de maio - portanto, a 13 dias da Copa.
Está óbvio o uso do poder de fogo, ou de barganha, conferido pelo Mundial à população. Por sua vez, é também evidente o despreparo das autoridades no trato das várias questões em jogo. O que os black blocs trouxeram à tona um ano atrás só foi novidade pela violência exacerbada.
No mais, todos sabiam da insatisfação latente com os serviços públicos - do transporte à saúde, da educação à segurança. Pois o que ocorreu de lá para cá? O aumento do dissabor com governantes e políticos em geral. Inclusive pela percepção de que o tal padrão Fifa não se fez presente nem nas obras carimbadas pela Federação Internacional de Futebol, igualmente desgostosa com atrasos e improvisos.
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