segunda-feira, 12 de maio de 2014

Reclamações referentes à compra da casa própria crescem 50% em dois anos


É preciso muita cautela com as facilidades oferecidas para aquisição de um imóvel. Antes de fechar negócio, deve-se avaliar o contrato, as condições de pagamento, a taxa de juros e a situação do local

Publicação: 12/05/2014 06:05  Correio Braziliense


As ofertas para a aquisição da casa própria são tentadoras. Há muitas opções com pagamento facilitado e prazo superior a 30 anos para quitar a dívida. O FGTS e a renda familiar ainda entram no negócio. Mas é preciso ter cuidado para não transformar o sonho em pesadelo. No Distrito Federal, as reclamações relacionadas a esse tipo de serviço têm aumentado. Casos em que o contrato ou a proposta apresentada não foram cumpridos cresceram mais de 50% entre 2011 e 2013. Nos primeiros cinco meses deste ano, foram 289 provocações ao Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-DF), mais da metade do total registrado em todo o ano passado.


As queixas do consumidor vão além do descumprimento de contratos. No Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), há muitos registros de consumidores que ficaram insatisfeitos com o negócio fechado. O comprador descobriu que as promessas não foram cumpridas. O instituto recebe, em média, 500 chamadas por mês de consumidores em dúvida sobre as negociações. “O que tem acontecido é que os feirões induzem o consumidor à pior prática possível, que é a compra eufórica, antecipada. O imóvel tem que ser bem analisado, inclusive, com a orientação de um advogado. Não adianta ouvir apenas as imobiliárias e as construtoras, porque estão todas envolvidas na tentativa de vender”, explicou o presidente do Ibedec, Geraldo Tardin.

Se cair na conversa dos vendedores, segundo Tardin, não tem outra saída: as chances de fazer um mau negócio são grandes. E se tentar voltar atrás, o problema pode ficar ainda maior. “Existem casos em que o consumidor acerta com o corretor, paga e, em seguida, não consegue aprovar o crédito, por exemplo. O que ele pagou ao corretor não tem volta na maioria das vezes e, de fato, o corretor fez o trabalho dele”, disse.



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