Em Minas, Dilma justifica atrasos em estradas e cobra governo do estado

Ela culpou governos tucanos por atraso no Anel Rodoviário e BR-381.

PSDB-MG rebateu e disse que duplicação será menor que o prometido.

do G1, em Brasília e do G1 Vales MG

 

 

Dilma assina ordem de serviço para início das
obras na BR-381.

 

 

Durante discurso em Ipatinga (MG) nesta segunda-feira (12), a presidente Dilma Rousseff cobrou responsabilidade do governo de Minas sobre a execução do Contorno Rodoviário de Belo Horizonte. Fruto de parceria entre os dois entes, a obra ainda não está concluída.

Os recursos para a obra foram anunciados em 2012 pela própria Dilma durante uma cerimônia em Belo Horizonte. Pela parceria, o governo federal custearia toda a obra, e o governo do estado, administrado pelo PSDB, assumiria a execução de uma parte.

Em seu discurso nesta segunda, Dilma afirmou que o governo do estado precisa ser cobrado. "Eu tenho escutado que tem gente queixando que o Anel Rodoviário está atrasado. Ora, se tiver atrasado, eu sugiro que se cobre o governo de Minas também pelo atraso, e não só o governo federal", afirmou, sem especificar de onde vieram as queixas.

Dilma criticou ainda as cobranças exclusivas ao governo federal.

Aqueles que criticam o atraso da BR-381, por que não respondem o por que não fizeram a rodovia antes?!"

 

Dilma Rousseff

 

"Por que na hora de a gente fazer o acordo e passar os recursos todo mundo quer. E na hora de cobrar só nós somos cobrados? Que história é essa? Eu respondo pelos meus atos, mas não posso respondo pelos outros", disparou.

Ao falar da duplicação da BR-381, no trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, antiga reivindicação regional, Dilma fez referência a gestões anteriores no Executivo federal, em referência ao governo Fernando Henrique Cardoso. Ela ironizou a falta de um projeto para a obra e que por "mais de 20 anos" não se investiu em projeto no país.

"Aqueles que criticam o atraso da BR-381, por que não respondem o por que não fizeram a rodovia antes?! Eles estiveram a frente do governo federal por oito anos e nada fizeram. Podem até me criticar, mas deveriam responder essa pergunta antes", disse a presidente.

Depois de 12 anos de governo do PT nenhum quilômetro da BR-381 terá sido duplicado. O governo federal teve tempo e dinheiro para fazer a obra. Não fez porque não quis"

 

Marcus Pestana, presidente do PSDB-MG

 

PSDB rebate

Logo após o discurso, o presidente do PSDB em Minas Gerais, deputado federal Marcus Pestana, emitiu nota rebatendo as críticas de Dilma ao governo estadual. No texto, ele diz que a duplicação da BR-381, entre BH e Governador Valadares, tem sido prometida pelos governos petistas desde 2003, mas até hoje não foi cumprida.

"Já em plena campanha eleitoral antecipada para sua própria reeleição, ela veio anunciar o começo da duplicação da BR 381 [...] na verdade, se tudo der certo, a obra só ficará pronta no próximo governo, quem sabe lá para 2016 ou 2017", diz a nota.

Segundo o governo, a duplicação e restauração da BR-381 cobrirá 303 quilômetros e consumirá R$ 2,5 bilhões. Na cerimônia desta segunda, Dima assinou ordem de serviço para obras em 199 quilômetros, ao custo de R$ 1,33 bilhão.

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Pestana diz que 483 quilômetros haviam sido prometidos em 2003, incluindo trecho que vai de Governador Valadares até o Espírito Santo, e que a duplicação será efetiva em apenas 169 quilômetros. Em outros 285 quilômetros, afirma, não haverá duplicação e em 135 quilômetros, haverá apenas melhorias na estrada.

Do total de 920 quilômetros da rodovia que cruzam Minas, ele sustenta que durante o governo FHC, 467 quilômetros foram duplicados.

"Depois de 12 anos de governo do PT nenhum quilômetro da BR-381 terá sido duplicado. O governo federal teve tempo e dinheiro para fazer a obra. Não fez porque não quis", finaliza Pestana.

Subsídios

A presidente também rebateu críticas sobre a política de subsídios do governo federal. "Aqueles que defendem acabar com subsídio, eles defendem acabar a política de financiamento para agricultura, para indústria, para o pequeno empresário e também para todo o povo brasileiro, quando se trata do Minha casa, Minha Vida", disse.

Numa entrevista recente ao jornal "Valor Econômico", o ex-ministro da Fazenda de FHC Armínio Fraga – e hoje um dos principais conselheiros do pré-candidato do PSDB à Presidência Aécio Neves –, disse que os subsídios do governo para a indústria não foram suficientes para alavancar o investimento, principalmente em infraestrutura.

Ele também criticou a política do governo federal de segurar os preços dos combustíveis, prejudicando a capacidade de produção da Petrobras.

Em Ipatinga, Dilma exaltou a política de subsídios quando citou apoio federal para a construção de institutos Senai de Inovação e de Tecnologia.

"Quando vocês verem alguém criticando subsidio, vocês saibam que ou estão querendo acabar com programa social, ou querendo acabar com o financiamento as indústrias do nosso país. Para não falar da agricultura", disse. Em seguida ela explicou que o subsídio é dado aos juros do financiamento concedido, já que a "taxa Selic é alta".