Jornal ressaltou forte repressão policial a protestos "relativamente pequenos"
O The New York Times publicou matéria nesta quinta-feira (12) com o título "Centenas de brasileiros protestam contra a abertura da Copa do Mundo". O jornal norte-americano destaca que protestos irromperam nas ruas da maior cidade brasileira, São Paulo, horas antes da abertura do torneio de futebol, quando policiais dispersaram manifestantes com balas de borracha e gás lacrimogêneo próximo ao estádio onde o Brasil enfrentaria a Croácia. Manifestações no Rio de Janeiro e reflexos da greve de trabalhadores também foram abordados.
"Enquanto um clima festivo começou a emergir em outras partes de São Paulo e do Brasil, a intensidade da repressão pela polícia em protestos relativamente pequenos parecia atordoar os manifestantes, que chegaram a centenas e que expressavam oposição aos gastos da preparação do Brasil ao megaevento. Vários manifestantes e jornalistas ficaram feridos no tumulto, incluindo uma produtora da CNN", diz a matéria.
Uma professora de inglês, Paula Machado, de 24 anos, em entrevista para o veículo, destacou o absurdo da atuação policial, "uma violação dos nossos direitos".
Em São Paulo, as manifestações começaram pacíficas com pessoas carregando cartazes criticando a Fifa, conta a publicação, mas em determinado momento mascarados teriam lançado pedras e garrafas na direção dos policiais, enquanto fogueiras eram feitas com lixo. A tensão em outras cidades brasileiras também foi abordada, assim como um dos motivos das manifestações de junho de 2013 - os cerca de R$ 11 bilhões gastos com o Mundial
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Um pequeno protesto contra a Copa também desdobrou no centro do Rio de Janeiro, aborda, com disparo de balas de borracha pela polícia nos manifestantes. O jornal fala da greve dos trabalhadores do aeroporto no Rio, que teria sido suspensa, e da greve dos motoristas de ônibus e de centenas de médicos em Natal, onde os Estados Unidos vão jogar contra o Gana na próxima segunda-feira (16).
"Revelando divisões na sociedade brasileira em relação à Copa do Mundo, os protestos se desenrolaram perto de cenas de folia e emoção. Na Avenida Paulista, uma das principais vias de São Paulo, centenas de fãs croatas beberam cerveja, tomaram uísque, cantaram e tocaram em chifres de plástico, criando uma cacofonia de sons antes de embarcar em ônibus na direção do estádio", ressalta.
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A declaração de um vendedor aposentado de 60 anos, de que os brasileiros devem protestar nas urnas e não durante os jogos, também ganhou espaço na matéria do NYT:
"Eu só quero que o Brasil ganhe a Copa, para silenciar esses palhaços que estão protestando."
Nas imediações do estádio, conclui o jornal, a presença policial era forte, com policiais ou unidades móveis presentes em quase cada volta.
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