Um bom governo seria aquele que consegue proporcionar momentos
de felicidade para a população? Ou seria aquele que pede sangue, suor e
lágrimas no presente, com vistas à um futuro de felicidade mais
sólida? Afinal a felicidade da nação é um componente a ser levado em
conta na hora dos governantes decidirem sobre os rumos do país?
Questões como estas, não aparecem nas mesas de reuniões ministeriais,
embora digam respeito diretamente a vida de cada um e de todos em uma só
forma.
Embora despercebidas na hora de formulação de políticas
públicas, o item felicidade , reflete sobre as relações
governo/sociedade e tem seus desdobramentos até em variáveis como o
Produto Interno Bruto. Países de economias e tradições democráticas
mais arraigadas que a nossa, já perceberam estas sutis relações e buscam
a todo o momento aferir o humor das ruas. Desde a antiguidade, os
governantes buscavam medir seus desempenhos junto ao povo.
Até os mais despóticos dos mandatários tinham a preocupação de
escutar além dos muros. Em um país presidencialista de feições
imperiais como o nosso, a questão passa longe dos estrategistas e
conselheiros do rei-presidente. Nos últimos anos, o que temos assistido é
substituição gradativa dos planejadores, pesquisadores e cientistas,
por uma nova classe de áulicos entendidos apenas nas artes de marketing.
Tudo no governo é planejado de acordo com os ditames que brincam com a
Verdade, Veritas e Aletheia.
Os profissionais de propaganda representam hoje a vanguarda
do Planalto. Da roupa, passando pelo penteado e o modo de falar, tudo é
ensaiado e falso. Como é falso também os números apresentados pelo
governo informando a saúde das finanças públicas.
Governar é como um
show mediático, distribui-se riquezas, tipo bolsas como num programa de
televisão, com a claque montada e paga, sobre um cenário de mentira.
Desconfiado das maquiagens excessivas e do enredo mal costurado do
governo, mas que não escondem a escalada dos preços e o custo de vida, a
população começa a ocupar as ruas em busca da felicidade perdida.
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