No lançamento de sua candidatura à presidência da República, tucano discursa ao lado de caciques do PSDB e pede fim aos quase 12 anos de hegemonia petista
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José Serra e Geraldo Alckmin apoiam Aécio Neves na convenção do PSDB
Ao lado da filha Gabriela e da mãe, Inês, Aécio reuniu os principais caciques do partido, incluindo o ex-presidente FHC e o ex-governador de São Paulo José Serra, e disse que o país precisa de um “tsunami” de mudanças para dar fim aos quase 12 anos de hegemonia do PT no governo federal.
"Nenhum outro governo na nossa história recente deixou um legado de transformação e deixou bases tão sólidas para que o Brasil pudesse avançar como o governo do PSDB. Para onde quer que se olhe há marcos fundamentais de modernidade", destacou.
"Nos últimos anos, com velocidades surpreendentes, o legado de gestão que FHC deixou está se esvaindo, está sendo esgotado. Os brasileiros percebem que foram traídos e por isso o ambiente de indignação e desalento toma conta de todo o Brasil", disse ele. "O Estado está cooptado e aparelhado, o Brasil se cansou do improviso, leniência e de má gestão."
"Vamos resgatar com nossa história e exemplos um tempo novo no Brasil. A cada dia que passa e em cada lugar que visito, percebo que há não apenas mais uma brisa, mas uma ventania por mudança, um tsunami", completou o senador tucano após ser aclamado como candidato do PSDB ao Palácio do Planalto.
Dos 451 votantes na convenção do PSDB, 447 deram aval ao nome de Aécio. Houve três votos brancos e um nulo.
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"A minha responsabilidade, se já era grande, é a maior de todas porque estamos muito próximos mesmo de fazer um reencontro. Se coube a Juscelino [Kubitschek], há 60 anos, permitir um reencontro do Brasil com o desenvolvimento e coube a Tancredo [Neves], 30 anos depois, um reencontro com a democracia, agora, depois de outros 30 anos, vamos ter um reencontro com a dignidade no trabalho", afirmou.
Em seu discurso, ele afirmou ainda que pretende "derrubar muros" e "construir pontes" para reaproximar o brasileiro da política.
"Precisamos erguer pontes que permitam o reencontro dos cidadãos com seus representantes e que possam unir governo e sociedade. Não podemos deixar que a indignação nos paralise, que o individualismo nos afaste um dos outros. O Brasil precisa se reencontrar rapidamente consigo mesmo."
Ao lado de Fernando Henrique Cardoso, Aécio elencou conquistas dos oito anos do mandato do tucano e destacou que o PT perdeu o controle do governo por recorrer à "contabilidade criativa" para cumprir metas econômicas e por não conseguir conter a alta da inflação.
"Colocamos fim ao ciclo hiperinflacionário. Com a determinação do presidente Itamar e com a liderança inconteste de Fernando Henrique Cardoso transformamos a realidade brasileira com o Plano Real quando quase ninguém acreditava", disse, citando ainda a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal, a produção de medicamentos genéricos e a modernização dos serviços de telecomunicação.
Programas sociais — Na tentativa de combater os ataques de adversários, que o acusam de ter se apropriado de ideias petistas e de pretender acabar com programas de transferência de renda, Aécio Neves disse que o PT tenta reinventar a história ao afirmar que foi o pioneiro em políticas sociais.
"Fomos nós, PSDB e aliados, que criamos os primeiros e definitivos programas de assistência social, com beneficio de assistência social. Demos início ao que seria depois o Bolsa Família. Não adianta nossos adversários quererem porque a história não se reescreve. Ela está para ser revisitada e reconhecida", afirmou.
Com status de superprodução, o marqueteiro Paulo Vasconcellos apresentou o senador Aécio Neves para o eleitorado como o secretário de Tancredo Neves que cresceu no mundo político, chegou à presidência da Câmara dos Deputados e colocou Minas Gerais como referência em saúde e educação.
"Uma mão segura e firme, idealista e corajosa me ensinou que não existe na vida de uma sociedade uma atividade mais digna e honrosa do que a política feita com seriedade e destemor. Meu obrigado a Tancredo", disse o candidato.
Petrobras — Em meio ao funcionamento simultâneo de duas CPIs no Congresso para investigar irregularidades na Petrobras, o senador Aécio Neves aproveitou para atacar os problemas de gestão da estatal e disse que há "desacertos" generalizados no governo Dilma Rousseff. "O governo, em poucos anos, vem aniquilando o patrimônio da Petrobras construídoa em 60 anos.
No governo Dilma, ela (Petrobras) perdeu metade de seu valor e deixou de frequentar as páginas econômicas para frequentar diariamente as páginas policiais", disse. Em seu discurso após ser aclamado como candidato, o tucano condenou ainda a máquina de propaganda do governo federal e afirmou que "o povo clama por providências."
"Cada ato é consequência de um governo que governa para si mesmo, que promete e nunca entrega, que fala mais que faz, que perdeu a capacidade de ouvir. É um governo que se acomodou com conquistas passadas que herdou, que perdeu a capacidade de avançar e que vive da propaganda do que não fez. É um governo que não ouve e que improvisa para sempre", afirmou.
A convenção nacional do PSDB contou com a presença da filha de Juscelino Kubitschek, Maristela, e dos governadores tucanos Geraldo Alckmin (SP), Beto Richa (PR), Simão Jatene (PA), Marconi Perillo (GO), Siqueira Campos (TO), Alberto Pinto Coelho (MG) e Teotonio Vilela (AL). No evento, foi apresentada poesia de Ferreira Gullar sobre o presidente Tancredo Neves e uma versão no hino nacional gravada pelo cantor Zezé di Camargo, ex-eleitor de Lula e atual apoiador de Aécio.
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