O senador mineiro Aécio Neves será indicado oficialmente
pelo PSDB neste sábado (14) como candidato à Presidência da República, numa
convenção partidária em que se apresentará como opção de "mudança
confiável" para os eleitores insatisfeitos com a presidente Dilma
Rousseff.
A convenção tucana será realizada em São Paulo, maior
colégio eleitoral do país, Estado governado pelos tucanos há quase duas décadas
e onde a rejeição a Dilma é maior que em outras regiões do país.
Em seu discurso, Aécio planeja defender uma gestão
"firme e transparente" da economia, fazendo ao mesmo tempo uma
crítica à presidente e um aceno ao mercado financeiro e ao meio
empresarial.
Aécio decidiu falar de improviso, mas as linhas gerais de seu pronunciamento indicam que ele se comprometerá com a manutenção e o fortalecimento de programas sociais que viraram marca registrada dos governos petistas, como o Bolsa Família.
Aécio decidiu falar de improviso, mas as linhas gerais de seu pronunciamento indicam que ele se comprometerá com a manutenção e o fortalecimento de programas sociais que viraram marca registrada dos governos petistas, como o Bolsa Família.
A convenção terá pronunciamentos de vários líderes do PSDB,
incluindo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, principal fiador político
de Aécio, e o ex-governador paulista José Serra, que por vários anos foi o
principal desafeto de Aécio no partido.
O senador mineiro fez questão de reservar espaço de destaque para a fala de Serra na programação da convenção. Segundo a Folha apurou, o ex-governador abordará lateralmente os desentendimentos públicos que teve com Aécio no passado.
O senador mineiro fez questão de reservar espaço de destaque para a fala de Serra na programação da convenção. Segundo a Folha apurou, o ex-governador abordará lateralmente os desentendimentos públicos que teve com Aécio no passado.
Ele dirá que o partido precisa estar unido para por fim ao
ciclo petista --que representaria o "atraso"-- e inaugurar uma nova
era de "confiança". Serra enfatizará que a sigla pode contar com ele
na caminhada, "cujo ponto alto será eleger Aécio Neves".
SERTANEJO
A programação da convenção, coordenada pelo publicitário
Paulo Vasconcelos, que chefia a equipe de comunicação de Aécio, alternará
discursos e momentos emotivos. O evento será realizado no ExpoCenter Norte,
onde houve um ensaio geral na sexta (13).
O hino nacional foi gravado com a participação do cantor
sertanejo Zezé de Camargo, que participou da campanha do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva em 2002. Zezé declarou recentemente que neste ano votará
em Aécio, que é amigo do seu genro.
Haverá durante a convenção diversas homenagens ao avô do
senador, Tancredo Neves (1910-1985), o presidente eleito pelo Congresso
Nacional no fim da ditadura militar e que morreu antes da posse. O poeta Ferreira Gullar, colunista da Folha, lerá poema que
escreveu após a morte de Tancredo, "Palavra Gasta", escrito em forma
de carta endereçada ao político mineiro.
Serão exibidos ainda diversos depoimentos colhidos pelo
Brasil, em que eleitores dizem o que esperam do país. O slogan da convenção
--"Aécio, a gente quer você"-- será destacado num filme, em que
dezenas de pessoas repetem a frase no meio de jingle.
Segundo a pesquisa mais recente do Datafolha, concluída no
dia 5, Aécio está em segundo lugar na corrida presidencial, com 19% das
intenções de voto. Dilma tem 34% e o ex-governador Eduardo Campos (PSB) está
com 7%. (Folha de São Paulo)
Pesquisa Sensus: Aécio encosta em Dilma. Diferença no segundo turno cai para 5,1%.
A nova pesquisa ISTOÉ/Sensus
realizada entre 26 de maio e 4 de junho mostra que a presidenta Dilma Rousseff
caiu 1,8% em relação ao levantamento anterior, passando de 34% para 32,2% das
intenções de voto, num cenário em que os chamados candidatos nanicos também são
colocados.
Trata-se de uma queda no limite da margem de erro de 1,4%.
A pesquisa que ouviu cinco mil eleitores em 191 municípios de 24 Estados também mostra a tendência de crescimento da principal candidatura da oposição. Segundo o levantamento, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) saltou de 19,9% para 21,5%, também no limite da margem de erro.
“As variações não são grandes, mas são
significativas na medida em que traduzem uma migração de votos para a
oposição”, diz Ricardo Guedes Ferreira Pinto, diretor do Sensus.
Nos cenários de segundo turno, a
última pesquisa ISTOÉ/Sensus confirma o crescimento da oposição. Numa eventual
disputa de Dilma com Campos, a diferença a favor da presidenta que era de 14,4%
em maio, caiu para 10,6% no início de junho. Com Aécio a queda é de 6,7% para
5,1%.
Um resultado que surpreendeu as lideranças do PT. Isso porque nas últimas
semanas a presidenta privilegiou agendas em Minas.
Este ano, Dilma esteve sete
vezes no reduto de Aécio, duas delas no último mês. Também passou por São
Paulo, o principal bunker do PSDB e maior colégio eleitoral do País.
A maior
presença da presidenta no Sudeste, porém, não foi suficiente para mudar o cenário
eleitoral. A pesquisa ISTOÉ/Sensus revela que na região o preferido pelo
eleitor é o tucano, com 29,7% dos votos, contra 24,8% de Dilma.
A última pesquisa ISTOÉ/Sensus
traz uma outra variação importante quando avalia a atuação do governo. Pelo
levantamento, o índice de eleitores que julgam a gestão de Dilma como positiva
saltou de 29,6% para 34,2%.
O problema é que o número de pessoas que classifica
a gestão como péssima cresceu de 31,9% para 34,6%. Diminuiu o percentual
daqueles que consideram o governo regular (34,2% no início de maio e 29,1% no
começo de junho).
“Os dados mostram que há uma radicalização. Ou seja, o
eleitor ama ou odeia o governo e isso é ruim para a candidatura da situação”,
diz Guedes.
“A pesquisa mostra um cenário
favorável à oposição. A leitura conjunta da tendência de queda da presidenta
com a radicalização em torno da aprovação ou não de sua gestão indica que o
eleitor não visualiza na candidatura do governo a esperança de mudança”, diz
Ricardo Guedes.
O diretor do Sensus, porém, avalia que após a Copa as
tendências tendem a se consolidar. Hoje, segundo a pesquisa, 56,9% dos
eleitores estão interessados na eleição. Depois do Mundial de futebol esse
número será bem maior.
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