A CPI mista instalada no
Congresso para apurar supostas irregularidades na Petrobras ouviu, nesta
quarta-feira (23), o secretário de controle externo da administração
indireta do Tribunal de Contas da União (TCU), Osvaldo Perrout. Foi a
primeira sessão fechada da comissão.
Perrout foi convidado para dar
explicações sobre divergências em relatórios elaborados por técnicos do
TCU em relação à compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos,
pela Petrobras. A aquisição é o principal ponto da CPI mista e deu
prejuízo à estatal.
Parlamentares da oposição apontaram
contradição no depoimento de Perrout. Questionado se teria votado com
base no resumo executivo apresentado ao conselho de administração da
Petrobras para a compra da refinaria, o secretário do tribunal disse que
não.
“Ele [Perrout] disse que exigiria mais
documentos e que não votaria [pela aprovação da compra de Pasadena] e
agora disse que o conselho não tem responsabilidade”, reclamou o
deputado Fernando Francischini (SD-PR), autor do convite para ouvir
Perrout, que pediu para que a reunião fosse secreta porque o processo no
TCU tramita sob sigilo.
Quando o caso veio à tona, a presidenta
da República Dilma Rousseff (PT), que presidia o conselho de
administração da Petrobras na época da aquisição, justificou a aprovação
do negócio alegando que se baseou em um resumo falho apresentado pela
diretoria da estatal. Hoje, Perrout isentou de responsabilidade o
conselho de administração.
Em um primeiro relatório, técnicos do
TCU responsabilizaram o conselho de administração pela compra. Em outro
relatório, os auditores isentaram os membros do colegiado, que, em 2006,
autorizou a compra de 50% da refinaria. Hoje, os ministros determinaram a devolução de US$ 792,3 milhões aos cofres da Petrobras por membros da diretoria da estatal.
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