segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Que tal jogarmos o jogo do Ajuda ou Atrapalha (o PT) para evitar tiros no pé?


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Algumas pessoas me dão “argumentos” para dizer que “é justificável pensar em intervenção militar” ou que “intervenção militar não deve ser descartada”.

Ok, deixe-me colocar a coisa de outra maneira.

Imagine que você é um candidato à presidência da República, com 30% das intenções de voto, e apareça no primeiro debate presidencial. Sua maior concorrente é uma candidata belíssima, que faz a Manuela D’Avila parecer um dragão. Na verdade, ela não é essas coisas mesmos. E tem bigodinho. Mas a candidata contra a qual você concorre é um verdadeiro fenômeno. Digamos que você está diante da candidata mais bonita que já concorreu nas eleições.

Você tem direito a uma pergunta e diz o seguinte: “Candidata quero dizer aqui que você desperta meus instintos mais animalescos, de forma que temos que resolver a questão de outra maneira. Você topa, no intervalo, resolvermos tudo com uma rapidinha (quickie), lá nos bastidores, sem necessidade de nos confrontarmos?”.

A candidata tem um ataque de choro. Você é vaiado. O esposo da candidata entra no palco e mete-lhe o dedo na cara. Até seus próprios correligionários ficam envergonhados.

O resultado é catastrófico para você, que só consegue votos com a turma da zueira a partir de agora. De 30% você cai para 8% dos votos.

Depois das eleições você explica: “Ora, é meu direito constitucional me expressar. Não fiz nenhum atentado e fui propositivo e respeitoso. Perguntar não ofende e bla bla bla”.

Ou seja, você pode dar milhões de argumentos lógicos para fazer o que fez.

Mas política não é baseada só em argumentos lógicos, mas em ações estratégicas e táticas que se convertam em resultados.

Portanto, a argumentação dizendo que “eu posso pedir apoio das Forças Armadas na condição X” ou “de acordo com a interpretação Y, é missão das Forças Armadas agirem assim” não servem para dar um argumento em prol da validade política desta ação.

Aliás, no exemplo hipotético, imagine que você não conseguiu “seduzir” a adversária. E na vida real, a intervenção militar não vai acontecer.

Sendo assim, que tal fazermos um jogo para facilitar o entendimento de quem ainda não abstraiu o que eu quero dizer. Vamos dar a esse jogo o nome de “Ajuda ou Atrapalha”.

A partir do jogo, você marca um ponto para cada afirmação que fizer se automaticamente atrapalhar o PT. E retira um ponto para cada afirmação que ajudar o PT.

É evidente que você precisa esquecer o lema “eu tenho o direito de falar”. Direito você tem de falar o que quiser. A questão é: você está atrapalhando ou ajudando o PT?

Também não estou pedindo para você mentir, mas, dentre aquilo que selecionou para falar (ou escrever), algo tem potencial de ajudar ou atrapalhar o PT. Você que escolhe o que quer fazer.

Exemplos de discursos que ajudam:
  • O PT tem uma política que nos levará à miséria igual na Venezuela
  • O PT está dando nossa riqueza a aliados que já devastaram suas populações, como Cuba e Venezuela. Você vai engolir isso?
  • O PT é um partido que irá usar qualquer frase sua, pois são cínicos e dissimulados como psicopatas, portanto tome cuidado
Exemplos de discursos que atrapalham:
  • O PT jamais vai sair do poder, só com intervenção militar (dois frames que ele usará contra você., o primeiro para motivar a própria tropa, e o segundo para te marginalizar)
  • Esse bando de recebedor de Bolsa Família só atrapalha (o Bolsa Família tem um custo irrisório, e seu discurso servirá para o oponente te colocar contra os pobres que recebem o benefício)
Uma sugestão é avançarmos na listagem de discursos que “ajudam” ou “atrapalham” o PT. Nosso papel passaria ser fazer discursos que atrapalham o PT.

E, de novo, alguém poderá dizer: “Eu tenho o DIREITO de dizer o que quiser…”

Tem mesmo, e nós também temos o direito de identificar quem está ajudando ou atrapalhando o PT. Essa pressão dialética é positiva.

Acho que está na hora de partir para o jogo do Ajuda ou Atrapalha (o PT), para tornar mais didático o diálogo interno, o que pode ser muito mais produtivo para quem ainda não captou o óbvio.
Em tempo: antes de fazer qualquer ação é preciso saber o objetivo. Então vamos lá. O objetivo é tirar o PT do poder. Como? Aumentando a taxa de rejeição do partido em vários segmentos do eleitorado (quando mais inclusivo melhor)

Com o aumento de taxa de rejeição do PT, o que pode acontecer? Várias coisas, como:
  • Impeachment (em caso de provas contundentes E pressão suficiente para isso).
  • Renúncia (em caso de manifestações em larga escala).
  • Derrota em próximas eleições.
Todas as três tiram a autoridade moral do PT, que é a melhor forma de se conquistar poder.
E outras possibilidades? Guerra internacional? Intervenção militar? Lembro que até mesmos os ditadores sabem hoje que dar autoridade moral ao oponente não serve para nada…

E o jogo do Ajuda ou Atrapalha já irá desqualificar discursos intervencionistas logo de cara.

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