21/04/2014
às 6:40
Já
escrevi aqui algumas vezes que, em parte, a liderança da presidente
Dilma Rousseff (foto) nas pesquisas de opinião se deve ao fato de que
ela é conhecida, e seus adversários não. Parece que o Datafolha confirma
isso. Vamos ver.
O
instituto constatou, por exemplo, que 57% conhecem Dilma muito bem,
índice que cai para 17% com o tucano Aécio Neves e 8% com Eduardo
Campos, do PSB. Não conhece a presidente 1% do eleitorado — 25% no caso
de Aécio e 42% no de Campos.
Não
obstante, a rejeição dos três é de 33%. Observei, então, que muita gente
não vota em Dilma porque a conhece, e muitos não votam nos
oposicionistas porque não os conhecem. Algumas pessoas chiaram.
Chiadeira ociosa.
Outro dado
do Datafolha chama a atenção: 17% disseram conhecer bem ou um pouco os
três candidatos. E aí se dá algo notável: nesse universo, os três estão
tecnicamente empatados: Campos fica com 28%; Dilma, com 26%, e Aécio com
24%. Mais: nesse universo dos que conhecem os candidatos, nem que seja
um pouco, a presidente perde as simulações de segundo turno: ela é
derrotada pelo tucano por 47% a 31% e, pelo peessebista, por 48% a 31%.
É claro
que se trata de números preocupantes para a presidente. Afinal, o
objetivo de uma campanha política é justamente tornar conhecidos os
candidatos. Isso demonstra como é remota a chance de Dilma, caso não
seja solapada por Lula — não creio nisso, deixo claro! —, vencer a
disputa no primeiro turno. Na verdade, é mais um indício que aponta o
risco de derrota.
Lembrem-se
de que a mais recente pesquisa do Ibope já apontou que, hoje, muito
provavelmente, é maior o número de brasileiros que reprovam o jeito de
Dilma governar do que o dos que aprovam: 48% a 47%. Há um mês, o placar
era favorável à presidente: 51% a 43%. Vale dizer: nesse pequeno
período, houve uma mudança de nove pontos percentuais contra Dilma
Rousseff.
Esses
números do Datafolha indicando virtual empate entre os eleitores que
conhecem, ao menos um pouco, os candidatos é compatível com certo
sentimento de enfaro que se percebe nas ruas. Se ele vai se traduzir,
efetivamente, em voto, ainda não se sabe. Que Dilma não tem razões para
comemorar os números, isso é evidente.
Assim, não
havia, efetivamente, nada de errado com aquela minha conclusão: muita
gente não vota em Dilma porque a conhece, e muitos não votam em Aécio e
Campos porque não os conhecem.
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