Operação Lava Jato
Ex-ministro foi indicado pela CNB e Movimento PT, alas majoritárias no partido
21 de abril de 2014 às 9:33 - Diário do Poder
A facção Construindo um Novo Brasil (CNB) e Movimento PT, majoritária no partido na Câmara, decidiu indicar o nome do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), ex-ministro das Relações Institucionais e da Pesca, para suceder André Vargas (PT-PR) no cargo de vice-presidente da Câmara. Vargas abriu mão do posto na quarta-feira passada.
A reunião que selou o apoio da ala majoritária da bancada petista a Luiz Sérgio ocorreu poucas horas depois de Vargas formalizar a saída do cargo. Além do ex-ministro, a ala cogitava indicar o deputado José Guimarães (PT-CE).
Correntes minoritárias do PT apoiam o nome do deputado Paulo Teixeira (PT-SP). Derrotado por Vargas na disputa interna no início deste ano, Teixeira ainda não decidiu se vai entrar outra vez na disputa. ”Vou fazer algumas consultas ao longo da semana antes de tomar uma posição”, disse ele.
A expectativa do partido é que a escolha do sucessor de Vargas na vice-presidência aconteça no dia 29. A indicação do nome cabe ao PT, segundo acordo que determinou a composição da Mesa Diretora da Casa.
Luiz Sérgio ocupou o Ministério das Relações Institucionais no primeiro semestre do governo Dilma Rousseff, período em que ganhou o apelido de “garçom” devido à falta de autonomia para executar os acordos com a base aliada do governo. Transferido para o Ministério da Pesca em junho de 2011, ele chefiou a pasta até março de 2012.
André Vargas foi forçado a deixar a vice-presidência depois que vieram à tona suas ligações com o doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato da Polícia Federal sob acusação de liderar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões.
Renúncia
Durante o fim de semana, Vargas comunicou a dirigentes petistas que estaria novamente disposto a renunciar também ao mandato de deputado. Ele havia anunciado que renunciaria na semana passada, mas voltou atrás depois de uma conversa com advogados, e decidiu permanecer no cargo.
O petista é alvo de um processo no Conselho de Ética da Câmara e, mesmo que renuncie, pode ser cassado e ter os direitos políticos suspensos.
Em conversas com dirigentes petistas durante o feriado prolongado, o deputado afirmou que vai renunciar ao mandato até terça-feira, mas a direção do partido só dará o caso por encerrado quando a decisão for oficializada.
Se renunciar, Vargas passa a ser um filiado comum do PT e deixa de ser objeto da Comissão de Ética nacional. Na semana passada uma comissão de três dirigentes ouviu suas alegações e fez um relatório recomendando que o caso do deputado seja apreciado pela Comissão de Ética, que pode indicar sua expulsão do partido. A cúpula petista também o pressiona abertamente a renunciar ao mandato de deputado.
AE/O Estado de S.Paulo
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