sexta-feira, 25 de abril de 2014

Morte de Malhães pode ser queima de arquivo, diz Comissão da Verdade




No Rio de Janeiro






Comissão da Verdade investiga violações cometidas na ditadura


25.mar.2014 - O coronel reformado Paulo Malhães fala a representantes da Comissão Nacional da Verdade, em audiência pública realizada na tarde desta terça-feira (25). Em depoimento, ele afirmou que tinha pavor de interrogar mulheres e gays, em referência à sua atuação na Casa da Morte de Petrópolis, um dos centros clandestinos de tortura do regime militar, na serra fluminense Pedro Kirilos / Agencia O Globo

O presidente da Comissão Estadual da Verdade (CEV) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, comentou na tarde desta sexta-feira (25) a morte do coronel reformado do Exército Paulo Malhães, cujo corpo foi encontrado no sítio em que morava, em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense), com sinais de asfixia, segundo a Polícia Civil.

"Na minha opinião, é possível que o assassinato do coronel Paulo Malhães tenha sido queima de arquivo. Ele foi um agente importante da repressão política na época da ditadura e era detentor de muitas informações sobre fatos que ocorreram nos bastidores naquela época. É preciso que seja aberta com urgência uma investigação na área federal para apurar os fatos ocorridos no dia de hoje. A investigação da morte do coronel Paulo Malhães precisa ser feita com muito rigor porque tudo a leva a crer que ele foi assassinado", disse Damous.

Em março, Malhães prestou depoimento à Comissão Nacional da Verdade (CNV) e revelou ter participado de torturas de opositores do regime militar, durante a ditadura. Disse ainda ter sido o responsável pelo sumiço do corpo do deputado Rubens Paiva, desaparecido em 1971. A mulher do coronel reformado, Cristina Batista Malhães, disse que três homens invadiram o sítio na noite de quinta-feira, 24. A Divisão de Homicídios da Baixada investiga o caso.

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