Grande parte desses erros acontece na hora da medicação, tornando-se um grande problema de saúde pública
Da Redação
redacao@jornaldebrasilia.com.br
As medidas de segurança no ambiente de trabalho são fundamentais em todas as áreas. A preocupação é ainda maior quando esse espaço é um hospital. O descuidos, inclusive, podem culminar em erros médicos. Os riscos são grandes principalmente na área pediátrica, alerta estudo.
A vulnerabilidade das crianças é destacada em pesquisa de mestrado de Suiane Baptista, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/ Fiocruz). A pesquisadora concluiu que grande parte desses erros acontece na hora da medicação, tornando-se um grande problema de saúde pública.
A partir de análise em uma enfermaria pediátrica, foi constatado que 67% dos erros médicos estão relacionados ao preparo, e mais de 87% estão ligados à administração dos medicamentos. Porém, apesar do dado expressivo, especialistas afirmam que existem medidas desenvolvidas para reduzir as possibilidades de um erro.
Dificuldades
Chefe da UTI Neonatal do Hospital Santa Marta, situado em Taguatinga, o pediatra Marcos Guimarães explicou ao Jornal de Brasília quais as principais dificuldades, onde os erros podem ocorrer e quais as medidas adotadas pelo hospital para garantir a segurança dos pacientes.
“Tanto crianças como idosos necessitam uma atenção especial na hora de serem atendidos, e principalmente medicados. As duas faixas etárias são muito vulneráveis, precisam de uma dosagem específica”, explicou o pediatra.
Dosagem
De acordo com o chefe da UTI Neonatal, uma série de fatores deve ser levada em consideração para que se prescreva o medicamento certo, na dosagem certa. “A primeira grande atenção a ser dada, especificamente na pediatria, é estabelecer qual a dosagem certa para a criança. Para prescrever uma dosagem correta para este paciente é necessário considerar a idade e o peso. Não há uma dosagem definida, como, por exemplo, para adultos com uma dor de cabeça”, compara Marcos Guimarães.
Estudo
O estudo de Suiane Baptista foi publicado pela revista Exame e também veiculado pela Agência Fiocruz. De acordo com a agência, o tema do trabalho foi escolhido pela aluna por ser sua área de atuação. “A pediatria é mais vulnerável ao erro devido às suas características fisiológicas peculiares e à indisponibilidade de formas farmacêuticas adequadas no mercado para este público”, disse à agência. Suiane contou que a experiência de estar na enfermaria e conviver com os pacientes e seus familiares mostrou a necessidade do farmacêutico estar mais próximo à realidade.
Conjunto de boas práticas
Medicamento certo para o paciente certo. Esse é o lema do médico pediatra Marcos Guimarães, que destaca que o uso de medicação equivocada para um paciente pode ser fatal.
“Nós, aqui do Santa Marta, colocamos em nossos pacientes uma pulseira de identificação, além de colocar no prontuário todos os seus dados e o medicamento utilizado por ele. Outra medida adotada é colocar na embalagem do remédio o nome do paciente”, informou.
Além dessas medidas preventivas, o pediatra acrescenta outras. “É necessário, ainda, ver qual a via certa, pois injetar um remédio de via oral pode ser fatal, assim como dar o remédio no intervalo certo de tempo. É preciso checar a validade do produto e o tempo certo de exposição a um remédio injetável, que pode exigir até meia hora de espera até ser aplicado”. Guimarães alerta que, se um desses medicamentos for introduzido de uma vez, isso pode levar a criança a óbito.
Outro fator apontado pelo médico é a importância de uma equipe bem preparada e bem auxiliada. “Além dos profissionais passarem por reciclagens constantes, nós buscamos tirar o caráter punitivo dos erros. Erros acontecem, mas, pior do que os erros é a não notificação à equipe”, explicou.
Na sua avaliação, “se há um erro e um dos profissionais imediatamente notifica sua equipe, o erro pode ter os seus danos reduzidos ou até revertidos. Isso é algo que se trabalha no dia a dia com todos os envolvidos nos procedimentos desenvolvidos”.
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As medidas de segurança no ambiente de trabalho são fundamentais em todas as áreas. A preocupação é ainda maior quando esse espaço é um hospital. O descuidos, inclusive, podem culminar em erros médicos. Os riscos são grandes principalmente na área pediátrica, alerta estudo.
A vulnerabilidade das crianças é destacada em pesquisa de mestrado de Suiane Baptista, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/ Fiocruz). A pesquisadora concluiu que grande parte desses erros acontece na hora da medicação, tornando-se um grande problema de saúde pública.
A partir de análise em uma enfermaria pediátrica, foi constatado que 67% dos erros médicos estão relacionados ao preparo, e mais de 87% estão ligados à administração dos medicamentos. Porém, apesar do dado expressivo, especialistas afirmam que existem medidas desenvolvidas para reduzir as possibilidades de um erro.
Dificuldades
Chefe da UTI Neonatal do Hospital Santa Marta, situado em Taguatinga, o pediatra Marcos Guimarães explicou ao Jornal de Brasília quais as principais dificuldades, onde os erros podem ocorrer e quais as medidas adotadas pelo hospital para garantir a segurança dos pacientes.
“Tanto crianças como idosos necessitam uma atenção especial na hora de serem atendidos, e principalmente medicados. As duas faixas etárias são muito vulneráveis, precisam de uma dosagem específica”, explicou o pediatra.
Dosagem
De acordo com o chefe da UTI Neonatal, uma série de fatores deve ser levada em consideração para que se prescreva o medicamento certo, na dosagem certa. “A primeira grande atenção a ser dada, especificamente na pediatria, é estabelecer qual a dosagem certa para a criança. Para prescrever uma dosagem correta para este paciente é necessário considerar a idade e o peso. Não há uma dosagem definida, como, por exemplo, para adultos com uma dor de cabeça”, compara Marcos Guimarães.
Estudo
O estudo de Suiane Baptista foi publicado pela revista Exame e também veiculado pela Agência Fiocruz. De acordo com a agência, o tema do trabalho foi escolhido pela aluna por ser sua área de atuação. “A pediatria é mais vulnerável ao erro devido às suas características fisiológicas peculiares e à indisponibilidade de formas farmacêuticas adequadas no mercado para este público”, disse à agência. Suiane contou que a experiência de estar na enfermaria e conviver com os pacientes e seus familiares mostrou a necessidade do farmacêutico estar mais próximo à realidade.
Conjunto de boas práticas
Medicamento certo para o paciente certo. Esse é o lema do médico pediatra Marcos Guimarães, que destaca que o uso de medicação equivocada para um paciente pode ser fatal.
“Nós, aqui do Santa Marta, colocamos em nossos pacientes uma pulseira de identificação, além de colocar no prontuário todos os seus dados e o medicamento utilizado por ele. Outra medida adotada é colocar na embalagem do remédio o nome do paciente”, informou.
Além dessas medidas preventivas, o pediatra acrescenta outras. “É necessário, ainda, ver qual a via certa, pois injetar um remédio de via oral pode ser fatal, assim como dar o remédio no intervalo certo de tempo. É preciso checar a validade do produto e o tempo certo de exposição a um remédio injetável, que pode exigir até meia hora de espera até ser aplicado”. Guimarães alerta que, se um desses medicamentos for introduzido de uma vez, isso pode levar a criança a óbito.
Outro fator apontado pelo médico é a importância de uma equipe bem preparada e bem auxiliada. “Além dos profissionais passarem por reciclagens constantes, nós buscamos tirar o caráter punitivo dos erros. Erros acontecem, mas, pior do que os erros é a não notificação à equipe”, explicou.
Na sua avaliação, “se há um erro e um dos profissionais imediatamente notifica sua equipe, o erro pode ter os seus danos reduzidos ou até revertidos. Isso é algo que se trabalha no dia a dia com todos os envolvidos nos procedimentos desenvolvidos”.
Manual dá segurança a procedimentos
Os profissionais da Saúde dispõem de um manual, no qual são
discriminados todos medicamentos utilizados e as respectivas
informações, para fins de consulta permanente, caso haja dúvida em
relação aos procedimento necessários.
De acordo com o chefe da UTI Neonatal do Hospital Santa Marta,
situado em Taguatinga, pediatra Marcos Guimarães, a medicina se espelha
na aviação para ter o seu próprio sistema de segurança.
“São (pilotos e copilotos) os que menos erram. Um erro no
procedimento deles e centenas de pessoas podem morrer. Nós, se errarmos,
poderemos perder um paciente nosso”. O médico comenta que “temos um
sistema em relação aos procedimentos. Ele tem um começo e, a cada novo
dispositivo encontrado para a segurança, nós iremos incorporar à
segurança no ambiente hospital”, concluiu.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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