sábado, 17 de maio de 2014

OPOSIÇÃO TEM VITÓRIA MONUMENTAL NA ÍNDIA E FAZ NARENDRA MODI O NOVO PREMIÊ. NACIONALISTA LIGADO EM TECNOLOGIA E ADEPTO DO LIVRE MERCADO, PROMETE TIRAR O PAÍS DA ESTAGNAÇÃO ECONÔMICA.



BLOG do Aluizio Amorim


Narendra Modi: vitória esmagadora.
O Bharatiya Janata Party (BJP, Partido do Povo Indiano), do oposicionista Narendra Modi, obteve uma vitória acachapante nas eleições indianas, segundo resultados divulgados nesta sexta (16).

Segundo projeção da Comissão Eleitoral, o partido ganhou 282 assentos dos 543 da Lok Sabha, a "Câmara dos Deputados" da Índia.
Isso significa que ele pode formar o governo mesmo sem apoio de nenhum aliado --é a primeira vez em 30 anos que um único partido obtém a maioria.
Para o empresariado e boa parte da população, o nacionalista hindu Modi, 63, vai resgatar a Índia de sua pasmaceira econômica, com o crescimento desacelerando "" 3,2% em 2012 e 3,8% em 2013.
Ele consolidou a imagem de gestor eficiente como governador de Gujarat, que cresce mais que o resto do país, e promete dar ênfase ao livre mercado, contrariando a tradição estatista da Índia.
É visto com suspeitas, no entanto, por muçulmanos e parte da esquerda: Modi governava Gujarat quando um massacre deixou mais de mil mortos no Estado, na maioria islamitas, em 2002.
"Minha responsabilidade é levar todo mundo junto ao governar a nação", discursou o novo premiê.
Na Índia, a sigla que ganha a maioria de 272, sozinha ou com aliados, escolhe o premiê. Modi deve assumir nos próximos dias.
A coalizão liderada pelo BJP, a Aliança Democrática Nacional, obteve 316 assentos. Com essa ampla margem, espera-se que Modi tenha maior facilidade para implantar as reformas que promete.
O Partido do Congresso, da família Gandhi, no poder havia dez anos com o premiê Manmohan Singh, teve o pior resultado da história: só elegeu 44 deputados, o que confirmou a insatisfação dos eleitores com a corrupção e a desaceleração da economia.
"Foi muito pior do que esperávamos, mas o partido já enfrentou situações difíceis. Tenho certeza de que vamos sair dessa derrota mais sábios", disse Jairam Ramesh, ministro de Desenvolvimento Rural. Desde a independência da Índia, em 1947, o Partido do Congresso só não governou o país por 13 anos.
O principal rival de Modi era Rahul Gandhi, filho, neto e bisneto de ex-premiês. Atacado pelo oponente como herdeiro de uma dinastia política alienada, Rahul, do Partido do Congresso, foi um candidato relutante e pouco engajado na campanha.
"O mérito dessa vitória é do povo da Índia", discursou Modi para milhares de eleitores em Vadodara. Antes, ele passou na casa de sua mãe, que tem 95 anos, e --fiel à sua campanha tecnológica, que incluiu comícios com hologramas dele em 3D--posou para uma selfie, que tuitou.
"Foi um tsunami", disse à Folha Hardeep Singh Puri, membro do BJP que foi embaixador da Índia no Brasil. "Isso mostra que temos um mandato da população para amplas reformas." Da Folha de S. Paulo deste sábado


O BRASIL E A ÍNDIA
MEU COMENTÁRIO: Quando a grande mídia pouco fala de uma campanha presidencial de um país que integra o tal BRIC, é sempre porque a geringonça esquerdista contra o livre mercado patina. Algo assim: os fatos não correspondem à narrativa pretendida pela maioria os jornalistas, já que se deslocam de um suposto pensamento dominante vazado na visão de mundo politicamente correta.

Uma olhada de relance pelos sites e na própria Folha de S. Paulo, deu para notar que os analistas - no caso Clóvis Rossi - vamos dizer assim, parece não ter visto com muito bons olhos Narendra Modi como premiê indiano. Os esquerdistas e muçulmanos da Índia, também estão desconsolados.

Vale a pena notar que a acachapante vitória do partido de Narendra Modi lhe confere o privilégio de montar o novo governo sem necessitar de qualquer negociação com os demais partidos. Tem uma maioria absoluta e folgada no parlamento.

Na Índia, as pesquisas apontavam que havia uma insatisfação generalizada dos eleitores com duas coisas: a corrupção e a desaceleração da economia, algo meio parecido com o que ocorre no Brasil sob o governo dos marajas do PT.
Lá também havia, como nunca antes visto naquele país, uma corriola que governava o país há muito tempo...

O vídeo acima, muito bonito, que evoca a diversificada cultura indiana, merece ser visto. Trata-se da "canção da vitória"em tradução livre do inglês. 

Como a Índia desperta uma desenfreada paixão, particularmente nessas pessoas "descoladas" e "alternativas", assim, meio místicas, meio chegadas à construção de um "outro mundo possível", decidi postar o vídeo.

Seja como for, o fato é que parece que os indianos estão muito a fim de dar uma virada geral e, em sua maioria acreditam nas promessas capitalísticas e tecnológicas do novo premiê. 

E vejam só. A pasmaceira econômica da Índia está representada pelo crescimento da economia de 3,8% em 2013. Que dizer do Brasil com um pibinho que pode não chegar a 2% em 2014?

Não se pode desprezar o fato de que os ingredientes políticos e econômicos que levaram à monumental vitória da oposição na Índia, são, guardadas as devidas proporções, são muito parecidos com aqueles que movem a campanha eleitoral presidencial brasileira e estão representados nos índices das pesquisas eleitorais. Cerca de 70% dos brasileiros, revelam essas sondagens, estão insatisfeitos.
Capa de telefone celular com a propaganda de Narendra Modi, que usou intensamente as redes sociais e demais recursos da internet. Modi é um adepto da tecnologia e utiliza o Twitter sem parar desde que surgiu essa dinâmica rede social.
REDES SOCIAIS E INTERNET FORAM DECISIVAS

Está muito o interessante a matéria sobre o resultado da eleição presidencial na Índia no site do jornal O Globo. Recomento a leitura. Numa seção em que lista os cinco fatores que levaram o partido de Narendra Modi à vitória, destaca-se o uso das redes sociais e o fato da existência de uma população jovem gigantesca e sequiosa por mudanças e a adoção de mecanismos que turbinem o mercado e abram oportunidades. 

Modi e o seu partido BJP tiveram uma incansável campanha que conquistou e motivou eleitores através da internet e das redes sociais. O líder do BJP tirou selfies que se tornaram virais na rede, e chegou a até mesmo a aparecer em hologramas durante eventos de campanha. Há anos, ele mantém o hábito de usar o diariamente o Twitter, enquanto seu rival, Rahul Gandhi, do CNI, desprezou a rede, que seu partido só incorporou ao site oficial em 2014.

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