COM LUCRO GARANTIDO VELHACOS ALERTAM : Fifa avisa aos torcedores que vão à Copa: o Brasil não é a Alemanha!
Para o futuro, Valcke aponta que a experiência da Fifa no Brasil deve levar a entidade a exigir que as futuras sedes se comprometam de uma forma mais rigorosa às exigências da entidade antes de ganhar o direito de sediar o evento.
O CEO da Fifa é claro em alertar que, em 2014, quem mais vai sofrer durante a Copa do Mundo no Brasil por conta das distâncias, falta de estrutura, preços altos, insegurança e falta de transportes são os torcedores. ”Eu sei que é difícil falar sem criar uma série de problemas. Mas minha mensagem para os torcedores é de que tenham certeza de que tenham tudo organizado quando viagem ao Brasil”, disse.
“É verdade que você multiplica os riscos ao ter mais estádios. Mas tivemos uma situação em que tínhamos um governo e um presidente, que naquele momento era Lula, que te explicam que a Copa deve ser para todo o Brasil, e não apenas para poucas cidades”, disse.
17 de maio de 2014
A
Fifa alerta aos milhares de torcedores estrangeiros que, nas próximas
semanas começarão a desembarcar no Brasil para a Copa: não adotem os
mesmo comportamentos e o mesmo planejamento como se estivessem na
Alemanha na Copa de 2006. Quem reconhece isso é o próprio
secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke.
“Não apareça (no Brasil) achando que é a Alemanha”, disse.
Segundo
ele, foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a CBF de Ricardo
Teixeira que insistiram que a Copa teria de ocorrer em todo o país e que
as seleções não poderiam jogar apenas em uma região.
Para o futuro, Valcke aponta que a experiência da Fifa no Brasil deve levar a entidade a exigir que as futuras sedes se comprometam de uma forma mais rigorosa às exigências da entidade antes de ganhar o direito de sediar o evento.
Em
uma conversa com agências internacionais nesta semana em Zurique, ele
admitiu que, desta vez no Brasil, os torcedores não poderão nem dormir
em seus carros ou em barracas como fizeram em 2006 na Alemanha e nem
usar trens para ir de uma sede a outra.
O CEO da Fifa é claro em alertar que, em 2014, quem mais vai sofrer durante a Copa do Mundo no Brasil por conta das distâncias, falta de estrutura, preços altos, insegurança e falta de transportes são os torcedores. ”Eu sei que é difícil falar sem criar uma série de problemas. Mas minha mensagem para os torcedores é de que tenham certeza de que tenham tudo organizado quando viagem ao Brasil”, disse.
“Não
há como dormir na praia, porque é inverno. Garanta sua acomodação. Não
há como chegar com um mochila e começar a andar. Não existem trens, não
se pode dirigir de uma sede à outra”, alertou.
“Não
apareçam no Brasil pensando que é a Alemanha, que é fácil se mover pelo
país. Na Alemanha, você poderia dormir no carro. No Brasil não”, disse.
”O maior desafio será para eles (torcedores)”, disse. “Não será para a
imprensa, não será para os times e nem dirigentes. Será para os
torcedores”, alertou.
Ele
admitiu que, em 2009, a Fifa sabia dos limites do Brasil em relação à
infra-estrutura de aeroportos. Mas a aposta era de que haveria tempo
suficiente para que todas as reformas fossem feitas. “Sabíamos disso.
Mas isso era em 2009 e podemos esperar que você tem cinco anos para um
país garantir que as estruturas estejam instaladas para entregar o que
havia sido acordado”.
Lula
Valcke
deixou claro que a decisão de estruturar a Copa da forma que ela vai
ocorrer não foi ideia da Fifa. Segundo ele, foi o governo brasileiro, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Ricardo Teixeira que fizeram
questão de insistir com a Fifa de que a Copa teria de ocorrer em doze
cidades e que as seleções não poderiam ficar em apenas uma região do
País. A Fifa pede apenas oito sedes.
“É verdade que você multiplica os riscos ao ter mais estádios. Mas tivemos uma situação em que tínhamos um governo e um presidente, que naquele momento era Lula, que te explicam que a Copa deve ser para todo o Brasil, e não apenas para poucas cidades”, disse.
Valcke também deixou claro que o pedido para que a Copa se estruturasse dessa forma também veio de Ricardo Teixeira.
O
dirigente da Fifa admite que o “lógico” seria dividir os 32 times em
quatro grupos regionais, justamente para evitar que tivessem de sair de
Manaus e jogar em Porto Alegre, de São Paulo à Recife. “Isso evitaria
que eles tivessem de se mover para outras zonas do país”, declarou.
Mas
a Fifa acabou sendo obrigada a abandonar a ideia de dividir o país em
quatro, justamente por conta da insistência da CBF e do governo de que a
seleção brasileira iria percorrer o Brasil em seus jogos.
Segundo
Valcke, esse também foi um pedido do Brasil. “Eles não queriam que o
Brasil jogasse apenas em uma parte do país”, disse. O problema é que,
para o calendário da Copa funcionar, todos então teriam de viajar.
Valcke, em 2007, foi pago pela CBF como consultor para ajudar a preparar
a candidatura brasileira.
Valcke
ainda apontou que a mudança de governo no Brasil no meio da preparação
também afetou o andamento do processo. “Encaramos uma eleição geral no
Brasil e não foi fácil sair de Luiz Inácio Lula da Silva para uma nova
presidente. Sempre leva algum tempo para um novo governo entrar nos
assuntos e tivemos também um número elevado de mudanças de ministros”,
disse. Um deles, Orlando Silva, acabou caindo por conta de suspeitas de
irregularidades.
Futuro
Valcke
não escondeu que a experiência no Brasil o leva a pensar que a Fifa,
para as futuras Copas, deve adotar uma nova postura e exigir maiores
compromissos do país sede. “Deve ser pelo menos parte do processo de
candidatura que haja compromisso do país em uma série de pontos”,
declarou.
Uma
opção, segundo ele, é de que haja uma decisão vinda do Poder
Legislativo sobre esses compromissos, e não apenas do presidente no
momento da escolha do país. “Não pode ser apenas a decisão do presidente
ou de um ministro. Mas deve ser apoiado pelo senado, congresso ou
assembleia nacional”, disse. Isso, segundo ele, evitaria “potenciais
conflitos”.
Valcke
ainda se queixou da imprensa, apontando que ele havia se transformado
na pessoa que é sempre citada quando há uma crítica a ser feita. Ele
citou um estudo que avaliou que, em 63% dos casos, a imprensa apenas
reproduziu comentários negativos que ele teceu sobre a Copa do Mundo.
17 de maio de 2014
Jamil Chade
Estadão
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