segunda-feira, 2 de junho de 2014

Balança comercial tem pior resultado para meses de maio em 12 anos







No mês passado, foi registrado um superávit de US$ 712 milhões.


De janeiro a maio, houve um déficit comercial de US$ 4,85 bilhões.



 Do G1, em Brasília
 


A balança comercial brasileira registrou um superávit (quando as exportações são maiores que as importações) de US$ 712 milhões em maio deste ano, informou nesta segunda-feira (2) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

É o melhor resultado mensal deste ano, mas o pior para meses de maio em 12 anos. Em 2002, o superávit foi de US$ 384 milhões. Em maio do ano passado, de acordo com o governo federal, foi registrado um superávit de US$ 758 milhões nas transações comerciais do Brasil com o exterior. A série histórica do Ministério do Desenvolvimento tem início em 1994.

No mês passado, as exportações recuaram 4,9%, contra o maio de 2013, para US$ 20,75 bilhões. Ao mesmo tempo, as compras do exterior somaram US$ 20,04 bilhões e registraram queda de 4,8% sobre o mesmo mês do ano passado.
Acumulado deste ano
 
Na parcial de janeiro a maio deste ano, ainda segundo dados oficiais, a balança comercial brasileira registrou um déficit (importações maiores do que vendas externas) de US$ 4,85 bilhões. Com isso, houve melhora frente ao mesmo período do ano passado, quando o resultado foi déficit de US$ 5,38 bilhões.


No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, as exportações somaram US$ 90,06 bilhões, com média diária de US$ 883 milhões, uma queda de 2,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.

As importações, por sua vez, totalizaram US$ 94,91 bilhões, o equivalente a US$ 930 milhões em média por dia útil, com recuo de 2,9% sobre o mesmo período de 2013.

De acordo com dados do governo, as vendas ao exterior de produtos semimanufaturados, como alumínio e celulose, recuaram 9,8% nos cinco primeiros meses deste ano, enquanto que as exportações de manufaturados, como carros e papel, caíram 8%. Já as vendas de produtos básicos, como minérios e soja em grãos, subiram 2,9% de janeiro a maio deste ano.

Do lado das importações, houve queda nas aquisições de combustíveis e lubrificantes (-14,5%), de bens de capital (-2,3%), enquanto cresceram as compras de matérias-primas e intermediários (+0,1%) e de bens de consumo (+1,9%). Os bens de capital são aqueles usados para produzir outros, como máquinas e ferramentas. Já os de consumo são os usados no dia a dia das famílias, como carros, eletrodomésticos e roupas.

Resultado de 2013
Em 2013, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,56 bilhões, o pior resultado para um ano fechado desde 2000, quando houve déficit de US$ 731 milhões.

De acordo com o governo, a piora do resultado comercial do ano passado aconteceu, principalmente, por conta do serviço de manutenção de plataformas de petróleo no Brasil, que resultou na queda da produção ao longo de 2013, e pelo aumento da importação de combustíveis para atender à demanda da economia brasileira.

Os dados oficiais mostram, porém, que o saldo comercial do ano passado só foi positivo por conta da “exportação” de plataformas de petróleo que, na realidade, nunca deixaram o Brasil. Essas operações somaram US$ 7,73 bilhões em 2013.

As plataformas foram compradas de fornecedores brasileiros por subsidiárias (empresas que têm o capital de outras) no exterior de companhias como a Petrobras e, depois, "internalizadas" no país como se estivessem sendo "alugadas", mesmo sem saírem fisicamente do Brasil. Com isso, as empresas do setor recolhem menos tributos.

Expectativa para este ano
A expectativa do mercado financeiro para este ano, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, é de pequena melhora do saldo comercial. A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 3 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior.


Já o BC prevê um superávit da balança comercial de US$ 8 bilhões para 2014, com exportações em US$ 253 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 245 bilhões.


Nenhum comentário: