Na VEJA.com:
A
presidente da Petrobras, Graça Foster, não quis comentar as declarações
do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, um dos principais
investigados pela Operação Lava-Jato da Polícia Federa. Em entrevista ao
jornal Folha de S. Paulo, Costa afirmou que o aumento dos custos de
construção da refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, foi um erro
de planejamento e que a estatal “fez conta de padeiro” sobre o
orçamento da obra.
“Não é que eu não queira falar, eu não posso”, disse Graça ao deixar um seminário na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio.
A
construção da refinaria Abreu e Lima começou com custo de 2,5 bilhões de
dólares (5,6 bilhões de reais), mas deverá terminar em 18,5 bilhões de
dólares (41,5 bilhões de reais). O Tribunal de Contas da União (TCU)
apontou indícios de superfaturamento na obra. Paulo Roberto Costa ficou
dois meses preso por envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro que
movimentou 10 bilhões de reais.
Costa
afirmou que a Petrobras “errou” por ter divulgado que a refinaria de
Abreu e Lima sairia a 2,5 bilhões de dólares sem saber qual seria o
custo real do projeto. “Não teve superfaturamento. Como você avalia o
custo de uma refinaria?
A Petrobras pegou uma refinaria no golfo do
México e falou: quanto custa o preço por barril para construir uma
refinaria lá? Custa 15.000 dólares, 20.000 dólares. Se fosse 15.000
dólares por barril e Abreu e Lima produzisse 200.000 barris, a obra
ficaria em 3 bilhões de dólares. Essa é uma conta de padeiro. As
condições aqui são muito diferentes das do golfo do México. A Petrobras
errou. Divulgou o valor de 2,5 bilhões de dólares sem saber quanto a
refinaria iria custar, sem ter um projeto”, afirmou o ex-diretor da
estatal.
Ele disse
ainda que “era dono do orçamento, mas não mandava na obra” de Abreu e
Lima. “Os contratos têm de ser aprovados pela diretoria colegiada: o
presidente e sete diretores. Quem levava esses documentos era o diretor
da área de serviços, não a minha diretoria”, justificou. (…)
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