A presidente Dilma Rousseff tentou "fugir" de levantar a taça da Copa do Mundo em evento realizado nesta segunda-feira (2) no Palácio do Planalto, em Brasília. No entanto, nos instantes finais, ela tocou no artigo após insistência de Joseph Blatter, presidente da Fifa. Tratava-se da cerimônia de apresentação oficial da taça da Copa no Brasil, após o troféu ter sido exposto em todas as capitais brasileiras.
Dilma evitou tocar na taça durante todo seu discurso e só encostou na Copa do Mundo nos minutos finais do evento, quando Joseph Blatter pediu a palavra novamente -- ele já havia discursado, em português, antes da presidente, e a cerimônia encaminhava-se para o encerramento -- e disse que o evento não poderia terminar sem antes a presidente levantar a taça como tradicionalmente acontece.
"Atenção, um momento histórico de emoção: a passagem da 'Copa de las Copas' da Fifa às mãos do último campeão mundial [brasileiro] e da presidente brasileira", disse Blatter de forma um pouco confusa e de improviso em "portunhol". Depois de pegar a taça da Copa, Dilma bateu três vezes na madeira, como se estivesse "isolando o azar".
Ela repetiu o gesto ao menos duas vezes. Ao levantar o artigo, precisou da ajuda do ex-jogador e campeão do mundo com a seleção brasileira Cafu, devido ao peso do prêmio.
"Foi o nosso capitão Belini que imortalizou o gesto de erguer a taça como símbolo de conquista da Copa", afirmou a presidente. "Hoje é inevitável olhar para ela, e imaginar qual seleção irá erguê-la no dia 13 após a final no Maracanã. Para nós brasileiros, é impossível não imaginar que será a seleção brasileira", falou Dilma. "Nosso desejo é que no dia 13 de julho mais 23 brasileiros possam tocar nessa taça", completou.
Tanto Dilma quanto Blatter ressaltaram que essa Copa é o Mundial do combate ao racismo e a discriminação. "Da última vez que estive com a presidente e reafirmamos este compromisso agora, determinamos que esta Copa será uma plataforma contra a discriminação e racismo no mundo e para fortalecer o futebol feminino no Brasil", falou Blatter, sempre em português.
A presidente conclamou todos os brasileiros a trabalharem juntos para o sucesso do evento e garantiu mais uma vez que o país está preparado para o desafio. "Aos brasileiros, convido a serem parceiros na realização de uma Copa sem racismo, sem discriminação e sem violência", afirmou Dilma. "Façamos da Copa do Mundo Fifa 2014 um momento histórico em favor do respeito à diversidade e contra a discriminação e o racismo. O Brasil, nação onde todas as etnias e raças do mundo se encontram e convivem fraternalmente, os convida a se engajar nessa tarefa".
Manifestações
A presidente não falou diretamente sobre manifestações e protestos que possam atrapalhar a realização do Mundial, mas mandou um recado velado. "Asseguro que é um país [Brasil] capaz de preservar o direito daquela parcela que é a maioria que quer torcer e acompanhar os jogos e a Copa do Mundo em paz", completou."Estamos preparados para oferecer ao mundo um maravilhoso espetáculo, acrescido da alegria, do respeito e da gentileza característica do povo brasileiro. Nós sabemos que estamos prontos, os estádios estão prontos, muitos deles já foram palco dos campeonatos estaduais e do campeonato brasileiro. E os torcedores que já os conheceram sabem que são modernos, confortáveis e seguros", garantiu Dilma.
"A estrutura de segurança que organizamos vai proporcionar a todos a tranquilidade necessária para aproveitar os jogos, as festas e os passeios para conhecer as nossas belezas', afirmou Dilma.
Blatter agradeceu todo esforço da presidente, do governo e do país na preparação do evento e concordou com Dilma que essa será a "Copa das Copas".
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