Rodoviários do DF ameaçam cruzar os braços na manhã da próxima sexta-feira Os trabalhadores alegam perdas por conta da inflação registrada desde o ano passado e pedem a renegociação da data base, de maio de 2013
Arthur Paganini
Publicação: 02/06/2014 06:00 Correio Braziliense
Em abril, rodoviários bloquearam as saídas da Rodoviária para reivindicar melhores condições de trabalho |
A exemplo do que ocorreu em outras capitais, São Luís, São Paulo e Rio de Janeiro, os rodoviários do Distrito Federal ameaçam cruzar os braços na manhã da próxima sexta-feira, a menos de uma semana para a abertura da Copa do Mundo. Desde ontem, a categoria está em indicativo de greve pelo reajuste salarial de 20% pleiteado nas concessionárias do transporte público urbano. Segundo contagem do Sindicato dos Rodoviários, cerca de 4 mil trabalhadores se reuniram ontem, às 9h, no estacionamento do Conic, para deliberarem sobre a ameaça de greve. Caso não sejam recebidos para negociações pelos patrões, eles poderão parar por tempo indeterminado. Os rodoviários discutirão essa possibilidade em nova reunião, no domingo.
Os trabalhadores alegam perdas por conta da inflação registrada desde o ano passado e pedem a renegociação da data base, de maio de 2013. No total, cerca de 11 mil profissionais atuam no sistema rodoviário do DF. Atualmente, cinco empresas operam o transporte público da capital. Durante a troca das antigas 13 concessionárias, muitos motoristas e cobradores foram demitidos sem receber os valores das rescisões contratuais, o que causou dificuldades para o governo em cumprir a promessa de manter o emprego deles nas novas companhias. A saída foi a aprovação de uma lei que permitiu ao governo quitar parte dessas rescisões com recursos próprios para, assim, possibilitar a imediata contratação desses trabalhadores e a posterior cobrança às empresas. Quem não teve acesso à rescisão deverá receber a primeira parcela do benefício este mês e a segunda, em setembro.
Segundo o assessor de imprensa do Sindicato dos Rodoviários, João Jesus de Oliveira, um acordo chegou a ser construído com o governo. Do pedido inicial de reajuste de 32%, acumulado desde 2013, os rodoviários concordaram em reivindicar 20%. “O GDF está ajudando nas negociações e tem se mobilizado para convencer as empresas, no entanto, elas não se manifestaram até agora. Desde o mês passado, realizamos mais de 10 reuniões para deliberar sobre o assunto e não notamos nenhuma força de vontade dos patrões em nos atender”, diz. Caso a greve seja deflagrada, ficarão comprometidas apenas as linhas que operam no Distrito Federal.
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