segunda-feira, 7 de julho de 2014

A "mulher mais feia do mundo" vai fazer um filme.



Fãs financiam produção de documentário sobre jovem com síndrome rara.
Ela celebrou chance de contar sua história: 'Acreditaram em meu sonho'.



Do G1, em São Paulo


Lizzie Velazques comemora arrecadação de R$ 480 mil para filme 'anti-bullying' sobre sua história. Ela começou a dar palestras depois de ser chamada de 'mulher mais feia do mundo' (Foto: Divulgação)Lizzie Velazques comemora arrecadação de R$ 480 mil para filme 'anti-bullying' sobre sua história. Ela começou a dar palestras depois de ser chamada de 'mulher mais feia do mundo' 
A produção de um documentário sobre Lizzie Velasquez, norte-americana com síndrome rara que já foi chamada de "mulher mais feia do mundo", foi iniciada após arrecadar US$ 215 mil (cerca de R$ 477 mil) de fãs em uma campanha colaborativa iniciada em maio.

No domingo (6), a diretora Sara Bordo informou na página oficial do projeto: 

"Começamos nossa primeira semana de filmagens principais na casa de Lizzie em Austin, no Texas". O site tem um vídeo em que Lizzie comemora a arrecadação: 

"Conseguimos! Não acredito. E isso está acontecendo por causa das pessoas que doaram. Agradeço às pessoas que acreditaram em meu sonho".

Velasquez tem 25 anos e nasceu com uma síndrome rara que a impede de ganhar peso, registrada em apenas duas outras pessoas no mundo. A jovem nunca pesou mais que 30 kg e é cega de um olho.


Lizzie Velasquez prepara filme 'anti-bullying' (Foto: John Shearer/Invision/AP) 
Lizzie Velasquez prepara filme 'anti-bullying' 
Ela explicou que mudou a sua vida aos 17 anos, quando se viu em um vídeo do YouTube intitulado "a mulher mais feia do mundo". A seção de comentários tinha frases como: "Faça um favor ao mundo e coloque uma arma na sua cabeça". Ela decidiu fazer palestras em que conta sua história.

'Anti-bullying'
Em dezembro de 2013, Lizzie Velasquez inspirou milhões de pessoas com uma palestra no evento TED, nos EUA. "Eu sei o que é sofrer bullying na vida e na internet, e quero proteger quem acha que não vai ficar melhor ", disse Velasquez em maio à agência Associated Press.



"A ideia é que as pessoas vejam o documentário e percebam que, sim, é possível superar tudo", disse durante uma entrevista em um café em Austin, Texas, nos EUA. O objetivo da campanha de arrecadação no site Kickstarter era levantar US$ 180 mil, mas a participação superou a expectativa.

Ela se tornou conhecida em 5 de dezembro de 2013, quando sua TED Talk (breves discursos destinados a compartilhar e difundir ideias) fez sucesso. "Em vez de apenas me esconder nas minhas lágrimas, eu escolhi ser feliz e entender que essa síndrome não é um problema, mas uma bênção que me permite melhorar e inspirar outras pessoas", disse Velasquez.


Lizzie Velasquez (Foto: Divulgação)Lizzie Velasquez 
A jovem se formou na faculdade, escreveu três livros de autoajuda (o terceiro, "Escolhendo a felicidade", será publicado em agosto) e ganhou dezenas de milhares de seguidores no Facebook, Twitter e YouTube.


Ela credita sua força a seus pais, que sempre a amaram da mesma maneira que seus irmãos, Marina e Chris, que não sofrem da síndrome. "Eles são os melhores pais do mundo inteiro", disse Velasquez. "Desde o momento em que nasci, eles me cobriram com amor."

Prematura
Velasquez nasceu prematura, quatro semanas antes do previsto. Os médicos usaram uma foto para mostrar o bebê a sua mãe pela primeira vez. "Eu comecei a chorar de forma inconsolável, mas pedi-lhes para trazê-la para mim", disse Rita Velasquez. "Eu queria vê-la, abraçá-la e amá-la."


O pai conta que a filha percebeu ser diferente em seu primeiro dia de jardim de infância, quando outras crianças não queriam brincar com ela. "Nós dissemos a ela sobre a síndrome e, desde então, ela mostrou grandes sinais de maturidade", disse.

"Lizzie tem tal força interior e senso de humor que qualquer um pode se relacionar com ela", disse Sara Bordo, diretora de primeira viagem. "Todos nós temos dificuldades na vida, mas nada comparado ao que ela teve. Sua atitude positiva eleva o espírito de qualquer pessoa no mundo."

Ela diz que não está interessada em uma possível cura para sua síndrome. " Não há nenhuma maneira", disse. "Se você tivesse me feito essa pergunta quando eu tinha 13 anos, eu provavelmente diria que sim. Daria tudo, faria o teste, o que fosse. Mas se você me perguntar isso agora, eu percorri um caminho tão longo para aceitar quem eu sou e pertencer a mim mesma que, se eu mudasse alguma coisa sobre mim, eu não seria Lizzie, não seria fiel a mim mesma."


Lizzie tem 21 anos e nunca pesou mais de 30 quilos. Apesar de ter um sistema imunológico mais frágil, é saudável e leva uma vida praticamente normal (Foto: James Ambler / Barcroft USA / Getty Images)Lizzie nunca pesou mais de 30 quilos; apesar de ter um sistema imunológico mais frágil, é saudável e leva uma vida praticamente normal 


06/2010 08h08 - Atualizado em 29/06/2010 10h30

Jovem de 21 anos sofre de síndrome rara e não consegue passar dos 30 kg

Doença nunca foi diagnosticada e impede que Lizzie consiga adquirir gordura corporal.

BBC
Eu como tudo o que quero o dia inteiro e simplesmente não consigo ganhar peso. A síndrome é muito intrigante porque tem características de diferentes síndromes. Uma delas é a progéria (síndrome da velhice precoce). Eu tenho várias das características físicas das crianças com progeria. A diferença é que a progeria é uma doença terminal e tem muito mais complicações"
Lizzie Velasquez
A jovem americana Lizzie Velasquez sofre de uma rara síndrome - até hoje não diagnosticada - que não permite que ela adquira gordura corporal.
Lizzie, de 21 anos de idade, nunca pesou mais de 30 quilos e tem 0% de gordura corporal. Apesar da frágil aparência e de ter um sistema imunológico mais fraco do que o de uma pessoa comum, a jovem é saudável e leva uma vida praticamente normal.
Segundo informações em seu website, só há três pessoas sofrendo da mesma síndrome no mundo.
Uma delas tem cerca de 30 anos e vive com o marido na Inglaterra, a outra é uma jovem de 13 anos que também mora em Austin, no Texas.
"Já visitei vários médicos diferentes durante toda a minha vida e, simplesmente, não há respostas", explica ela, que é cega de um olho e tem dificuldades de visão no outro.
Lizzie tem 21 anos e nunca pesou mais de 30 quilos. Apesar de ter um sistema imunológico mais frágil, é saudável e leva uma vida praticamente normalLizzie tem 21 anos e nunca pesou mais de 30 quilos. Apesar de ter um sistema imunológico mais frágil, é saudável e leva uma vida praticamente normal 
 
 
"Eu como tudo o que quero o dia inteiro e simplesmente não consigo ganhar peso. A síndrome é muito intrigante porque tem características de diferentes síndromes, mas não chega ao ponto em que posso ser diagnosticada com nenhuma delas."
"Por exemplo, uma delas é a progéria [síndrome da velhice precoce]. Eu tenho várias das características físicas das crianças com progéria, como o nariz aquilino, a boca pequena e a pele com aparência envelhecida."

"A diferença é que a progéria é uma doença terminal e tem muito mais complicações. Só tenho as características que listei da doença", explica.

Segundo reportagem publicada pelo jornal britânico "Daily Telegraph", a jovem tem de comer a cada 15 minutos e consome entre 5.000 e 8.000 calorias por dia, na tentativa de manter seu peso.

"Se subo na balança e vejo que engordei 500 gramas, comemoro!", diz ela, que cita, entre suas comidas favoritas, donuts, pizza e batatas fritas.

Roupas de boneca
Ao nascer, quatro semanas antes da data prevista, Lizzie pesava cerca de um quilo e teve que permanecer seis semanas em tratamento intensivo, apenas para ser mantida aquecida.


Seus pais, Rita e Guadeloupe Velásquez, tiveram que comprar roupas de boneca para ela, porque as para recém-nascidos eram muito grandes.

"Ela cabia na palma da minha mão", conta a mãe. "Sabíamos que tinha algo errado porque sua pele era translúcida, conseguíamos ver suas veias".

Na ocasião, os médicos disseram que a menina provavelmente não conseguiria andar, engatinhar, falar ou até pensar, e aconselharam o casal a não ter mais filhos.
Mas seus órgãos começaram a se desenvolver e ela foi criada pelos pais como uma criança normal.

"Eu sabia que tinha que ter um pouco mais de cuidado no parquinho do que outras crianças da minha idade, mas era só isso", conta Lizzie, que tem dois irmãos mais novos, nenhum deles com a doença.

Ao longo dos anos, a menina passou por algumas cirurgias, e também aprendeu a lidar com os olhares curiosos ou hostis de outras pessoas. "Era chamada de vovozinha pele e osso", diz ela, afirmando que não liga tanto quando os olhares vêm de crianças, mas se incomoda quando são os adultos.

Atualmente, a jovem estuda comunicação na Texas State University e planeja se especializar em palestras motivacionais. Em setembro ela deve publicar seu primeiro livro.

Em suas palestras, geralmente para jovens estudantes, ela fala sobre bullying, aparência física e sonhos. "Se eu consegui chegar até aqui com minha aparência, todos conseguem", diz ela.

A jovem lista sua família, amigos e fé religiosa como fontes de inspiração e força e afirma que hoje, se tivesse a opção, não mudaria sua aparência física, pois acredita que Deus a deu a missão de motivar as pessoas.

"Tenho a impressão de que tudo o que conquistei foi por ser como sou."

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