O mercado reduziu pela sexta
semana consecutiva sua expectativa para a alta do PIB (Produto Interno Bruto)
neste ano. Economistas de instituições financeiras agora veem expansão de 1,07%
da da economia brasileira em 2014, contra 1,10% na semana anterior.
O levantamento do Boletim Focus,
do Banco Central -que colhe projeções entre cerca de cem instituições- mostra
ainda que os especialistas não mudaram suas contas sobre a inflação neste ano. A
projeção para o IPCA, a inflação oficial do país, se manteve em 6,46%, próximo
do teto da meta do governo, de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para
mais ou menos.
Os economistas mantiveram também
a projeção de que a Selic encerrará o ano a 11%, mesmo patamar das últimas
pesquisas do Focus. A estimativa para a produção industrial partiu de queda de
0,14% para recuo de 0,67%. As revisões para este ano ocorrem após o IBGE
informar uma queda de 0,6% na produção industrial no mês em maio, feitos os
ajustes sazonais. Foi o maior recuo do ano, puxado pelo segmento de automóveis,
cuja produção caiu 3,9%.
Para evitar o agravamento do
quadro, ainda na semana passada, o governo adiou a elevação do IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados) para móveis e automóveis até 31 de dezembro. E
o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
Luciano Coutinho, informou que o governo estuda mais medidas de apoio à
indústria, em especial o segmento de bens de capital, cuja produção caiu 2,6%
em maio.
Apesar de não terem alterado as
projeções para a inflação, os analistas veem os preços administrados mais
pressionados. A estimativa para 2014 saiu de 5% para 5,10% de aumento e a de
2015, de 6,75% para 7%. Para 2015, o mercado manteve suas projeções para a
inflação (6,10%), para a Selic (12%) e para a expansão do PIB (1,5%), mas
reduziu a da indústria de 2,20% para 2,10%.
RELATÓRIO
Em junho, em seu Relatório
Trimestral de Inflação, o BC reduziu a projeção de crescimento do PIB de 2014 a
1,6%, ante 2,0% anteriormente. Ao mesmo tempo, piorou suas contas sobre a
inflação neste ano e no próximo, mas argumentou que à frente ela entrará em
convergência para a meta. O BC vê que o IPCA subirá 6,4% neste ano pelo cenário
de referência, ante previsão anterior de 6,1% –praticamente no teto da meta de
4,5%, com margem de 2 pontos percentuais. Já sobre a política monetária, o BC
reforçou com o Relatório de Inflação a ideia de que não deve mexer na taxa
básica de juros tão cedo. Boa parte dos especialistas veem isso como
consequência da preocupação do BC de não afetar ainda mais a atividade. (Folha Poder)
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