Nada como um dia após o outro.
No início deste ano, a extrema-esquerda protestou contra Rachel
Sheherazade. Sempre derramando lágrimas de crocodilo, fizeram toda uma
campanha pedindo a censura de Rachel apenas por ela ter compreendido os
fatos: o Brasil vive uma escalada de violência, o estado está falido em
termos de prover segurança e o cidadão de bem (desarmado pelo próprio
estado) não tem a quem recorrer.
Ninguém precisa ser um estudioso de
guerra política, na ótica bizarra dos marxistas, para saber que eles
estavam encenando indignação para atacar uma jornalista que falava (e
ainda fala) as verdades contra pessoas que não dão a mínima para a
população.
Pois bem. Agora, Luisa Helena Stern, candidata do PT a uma vaga na
Assembleia do Rio Grande do Sul, desejou que o jogador Juan Zuñiga, da
Colômbia, tivesse o mesmo destino que o atacante colombiano Escobar, que
foi morto em 1994 pelo crime organizado de seu país. Ou seja, que fosse
morto. Tudo por causa da jogada violenta de Zuniga contra Neymar, causando uma lesão na vértebra deste último.
Vamos conhecer, antes de tudo, nossa investigada do dia, Luisa Stern:
Militante dos “direitos humanos”? Que eu me lembre, a
extrema-esquerda tem a mania de se definir como militantes dos “direitos
humanos”, pois sabem que o frame “direitos humanos” evoca sensações
positivas na plateia. Para eles, no entanto, é sempre uma palavra vazia,
principalmente por que suas ações são sempre focadas em discursos de
ódio. Mas nada melhor que partimos direto para a demonstração.
Veja abaixo o primeiro ato discursivo de Luisa contra Zuñiga:
Escobar foi alvejado por 12 tiros,
na saída de uma discoteca. Como vemos, a declaração acima é bem clara e
não deixa dúvidas. E falamos de eventos factuais (como a morte de
Escobar). Não há metáfora ou figura de linguagem aqui. Ela simplesmente
foi protagonista de um momento bizarro onde mais uma vez um
ultra-esquerdista participante da política pública foi irresponsável em
suas declarações.
Sigamos:
Eu não sei a quem ela se referia: se aos seus críticos por ter
proferido uma incitação à violência tão explícita ou aos colombianos. Ou
mesmo aos adversários. O que importa é ela dizer a expressão “não fazem
diferença nenhuma” se as pessoas não são seus potenciais eleitores.
Declarações assim não podem ser subestimadas: elas manifestam um
compromisso com o comportamento antissocial, com ênfase no uso da
desumanização de quem não está ao seu lado.
Observe a que ponto chega o cinismo dessa aí. Se alguém a repreende
por ela ter desejado a morte de alguém, ela lança um ataque torpe e
covarde: dizer que o outro está “defendendo a agressão do Zuñiga”.
Difícil algo que mostre com tanta exatidão o grau de perfídia da
extrema-esquerda.Mas a cereja do bolo está aqui embaixo:
Difícil ela tentar nos convencer de “figura de linguagem” depois de
dar uma ordem clara: “Zuñiga não pode sair vivo do Brasil”. Em termos
de debate público, não é possível existir uma incitação à violência tão
clara quanto essa.
Alias, que bela recepção aos estrangeiros essa aí promove. Mais um
motivo para notar que a recepção aos estrangeiros, feita de forma
primorosa pelos brasileiros, não é mérito do PT.
Tem mais, agora na reação dela a pessoas notando o absurdo de seu discurso:
Lembremos que o “leva pra casa” é um frame extremamente criticado
pela extrema-esquerda. Ocorre que quando uma pessoa normal vê um
esquerdista defendendo criminosos violentos (sequestradores,
estupradores, assassinos, etc.), muitas vezes utiliza este frame,
dizendo “Ora, você está com dó do bandido? Leva para casa…”.
O grotesco é ela utilizar o mesmo frame para se referir a um jogador
de futebol que fez uma jogada violenta, mas que ainda assim é do jogo.
Típico caso do jogo político Ausência Deliberada de Senso de Proporções.
A coisa ainda piora na desculpa esfarrapada tentada no blog de Luisa, onde ela disse que tudo foi uma mistura de figura de linguagem mal compreendida e exaltação no momento do jogo:
Começo essa postagem destacando duas expressões populares, que muitos estão acostumados a ouvir, em diversas situações.
Uma delas é “cachorro que come ovelha, só matando”, utilizada de maneira figurada para qualificar pessoas que tenham uma conduta reprovável e repetida, na opinião de quem a enuncia. Em momento algum, pode se depreender que o uso dessa frase tem a intenção de pregar a morte de alguém ou a violência contra os animais. Embora, nesse caso, pudesse ter existido violência na prática reprovável que deu origem à expressão.
A outra é “tem que dar com um gato morto na cabeça, até fazer o gato miar” ou a variante “nem dando com um gato morto na cabeça”, nesse caso também usada contra pessoas que tenham uma prática reprovável ou dificuldade em compreender certas situações. Isto sempre na opinião de quem a enuncia, que pode ter um ponto de vista diferente do resto do mundo. Também não se compreende que o uso dessa frase signifique incentivo à violência contra seres humanos ou animais.
Lembro que o meu saudoso pai usava a expressão do gato morto em muitas oportunidades e era um sujeito extremamente tranquilo, incapaz de matar uma mosca, nunca levantou a voz nem fez menção de bater nos filhos.
No futebol, por sua vez, também temos expressões que se limitam ao campo do jogo e pós-jogo. Diz-se que em uma competição eliminatória como é a Copa do Mundo a partir da sua segunda fase, os jogos são de “mata-mata”, que os atacantes que fazem muitos gols são “matadores”, que um time “matou o jogo (ou o adversário)” quando abriu vantagem no placar impossível ou inviável de ser revertida.
Ainda, quem frequenta estádios certamente já ouviu e pode ter gritado junto algo como “uh, vai morrer”, em relação ao árbitro da partida ou a algum jogador adversário, sem que isso implique diretamente em prática ou apologia à violência.
Tudo isso é necessário para explicar que ontem, ao saber que Neymar estava fora da Copa, com suspeita de ter fraturado uma vértebra, em decorrência de ter levado um joelhaço nas costas por parte do jogador colombiano Zuñiga, no calor do pós-jogo e muito irritada com a situação eu postei na minha conta do Twitter, entre outras coisas os seguintes comentários [vistos anteriormente].
[...]
Quero dizer que essas expressões foram postadas no calor do momento, em tom de desabafo e no contexto de pós-jogo, com o mesmo sentido figurado das outras que comentei anteriormente e que em nenhum momento desejei a morte ou violência real praticada contra esse atleta ou contra qualquer outra pessoa.
O caradurismo realmente supera todos os limites conhecidos.
As expressões “cachorro que come ovelha, só matando” ou “tem que dar
com um gato morto na cabeça, até fazer o gato miar” são realmente
figuras de linguagem. O problema, para a hipótese dela, é que não existe
nenhuma figura de linguagem dizendo “o Zuñiga precisa ser morto”. Numa
boa, eu já vi desculpas esfarrapadas. Mas esta simplesmente transcende
qualquer limite conhecido de fanfarronice.
Ademais, ela precisa se decidir: é figura de linguagem ou raiva no
momento do jogo? Pois se for figura de linguagem, então a defesa dela
poderia terminar aí. Mas se ela quer justificar algum comportamento
dizendo que “estava nervosa durante o jogo”, então há algum equívoco a
ser justificado.
Discursos dizendo “eu estava de cabeça quente” sempre
resultam de alguma ação moralmente repreensível praticada. Mas se fosse
mesmo apenas o uso de figura de linguagem, então ela nem sequer
precisaria dizer que “estava de cabeça quente”. Seja lá como for, muito
provavelmente ela mesmo sabe que a alegação de “uso de figura de
linguagem” é tão ruim que já surgiu com a desculpa da “cabeça quente”. O
fato é que ela entrou em contradição.
De fato Luisa disse: “reitero que foi apenas algo publicado em tom de
desabafo, sem qualquer desejo concreto de que se torne realidade”. Mas é
exatamente isso o que joga a hipótese de “uso de figura de linguagem”
por terra.
Quem me conhece sabe que tenho uma trajetória como militante do Direitos Humanos, dos direitos LGBT, de travestis e transexuais. Tenho posicionamento absolutamente contrário à pena de morte, a justiçamentos e à qualquer forma de violência contra a pessoa.
Com muita calma, muita calma nesta hora, Luisa até pode escrever
isso. Mas quando exaltada, ela diz coisas muito diferentes. Estamos
acostumados com esse perfil.
Agora, vamos aos fatos: temos de novo um exemplo do relativismo moral
da extrema-esquerda. Essa é a essência da moral psicopática. Trotsky já
havia estabelecido, ao definir este parâmetro moral, que aqueles “que
se opõem à revolução” devem ser mortos.
Os petistas estão usando (desonestamente) a seleção brasileira como
um símbolo, assim como a ditadura militar fez na Copa de 1970. É o
eterno truque “Brasil, ame-o ou deixe-o”, onde o ufanismo é usado para
esconder as chagas de um governo. Detalhe que nessa época, os marxistas
diziam que o futebol era o ópio do povo. Devido ao relativismo moral,
não se importam em dopar a população, não com o futebol, mas com um
discurso torpe e vergonhoso dizendo que “a vitória do Brasil é a vitória
do PT”.
Com medo de que uma derrota do Brasil no mundial prejudique as
intenções de voto para Dilma, eles passam a visualizar como inimigo
qualquer que os atrapalhe neste sentido. Agora, resolveram lançar
discursos de incitação ao crime contra Zuñiga. A diferença apenas é que
Luisa Stern exagerou na dose. Simples assim.
Claro que Zuñiga deve ser punido, mas pelas regras da FIFA. Alias, o
maior culpado pela violência exacerbada do jogo (praticada tanto por
colombianos quanto brasileiros) é do Sr. Juiz Carlos Velasco Carballo, que se recusou a dar cartões durante maior parte do tempo.
O resultado foi a partida com mais faltas em toda a Copa do Mundo. Mas
esperar análises mais profundas dos petralhas é uma ilusão.
Enquanto isso, do lado de Ivan Valente (do PSOL) e Jandira Feghali
(doPCdoB), que lutaram tanto para censurar Rachel Sheherazade de
maneira injusta e covarde, só ouvimos o barulho do grilo quanto às
aberrações proferidas por Luisa Stern.
Por que não estou surpreso?
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