O estádio Mané Garrincha, em plena capital federal, não ficou pronto
para a Copa do Mundo. Faltaram as obras de sustentabilidade no entorno,
bem como o túnel por debaixo do Eixo Monumental, que ligaria o estádio
ao Centro de Convenções. Mesmo assim, a obra custou R$ 1,6 bilhão,
diante de um orçamento inicial de R$ 765 milhões. O Tribunal de Contas
do Estado (TCE-DF) encontrou um superfaturamento de R$ 431 milhões. Uma
roubalheira sem precedentes. A obra foi feita inteiramente com recursos
do Distrito Federal, comandando por Agnelo Queiroz, o governador do PT
que tem uma longa folha corrida de desmandos e irregularidades como
gestor público.
O estádio recebeu seis partidas da Copa do Mundo e ainda fará a disputa
pelo terceiro lugar. Depois disso, o Mané Garrincha tornar-se-á o que
sempre foi: um elefante branco impagável, que irá se deteriorar
rapidamente, tendo em vista a baixíssima qualidade das instalações e o
uso inadequado que destruirá o gramado e as arquibancadas. Brasília não
tem futebol profissional. O estádio ficará às moscas recebendo, de
quando em vez, jogos de clubes do Rio e São Paulo que usarão as
instalações,gerarão despesas operacionais vultosas, levando embora toda
a receita. Ou cultos religiosos e shows musicais.
Cálculos feitos por especialistas
em eventos esportivos indicam que passarão cerca de mil anos para o
Distrito Federal
recuperar o valor investido na obra. A arena teve um resultado
operacional de
R$ 1,371 milhão no primeiro ano de funcionamento -- um período em que
recebeu
30 eventos entre jogos e shows, incluindo uma apresentação da cantora
norte-americana Beyoncé e a partida de maior renda na história do
Campeonato
Brasileiro, entre Vasco e Flamengo. Neste jogo, o estádio foi alugado
por R$ 400 mil, mas Vasco e Flamengo embolsaram R$ 1,5 milhão cada um. O
custo total da obra é até agora calculado em R$ 1,6 bilhão pelo
TC-DF (Tribunal de Contas do Distrito Federal). Neste ritmo o estádio
irá levar
exatos 1.167 anos para recuperar o que custou.
Para que se tenha uma noção do absurdo do valor aplicado no estádio, o
túnel construído para desafogar o aeroporto de Brasília teve um custo de
R$ 53 milhões. Foi a única obra de mobilidade urbana feita na capital
federal dentro da Matriz de Responsabilidade da Copa e atende 160 mil
pessoas por dia, mais do que o dobro da capacidade do Mané Garrincha. As
obras do aeroporto de Brasília, que aumentou a capacidade de
atendimento de 16 milhões para 41 milhões de passageiros por ano, feitas
com dinheiro privado do concessionário, consumiram R$ 750 milhões,
menos da metade do que foi investido na arena.
O estádio Mané Garrincha, sem dúvida alguma, merece o lugar mais alto do
pódio como símbolo do legado maldito da Copa do Mundo. Superfaturado,
inacabado, inútil, para sempre será lembrado como um verdadeiro ícone da
corrupção petista, em plena capital do país.
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